Pe. Leonel Franca S.J
A introdução do protestantismo vibrou um golpe de morte contra o espírito da fraternidade cristã.
Desapareceram o amor e o respeito ao pobre.
Aboliram-se, aos poucos, os santos costumes que tanto contribuíam para estreitar os laços de simpatia entre os que a Providência desigualou na fortuna.
É impossível não ver nesta ruptura com as tradições da genuína caridade cristã a primeira origem das rivalidades e ódios de classes que, aumentando com a revolução francesa, vieram em nossos dias a desencadear-se como verdadeiro cataclismo social, que ameaça a estabilidade da civilização moderna.
Fiéis ao nosso programa, demos a palavra a testemunhas contemporâneas.
“No passado havia cristãos que amavam os pobres ao extremo de chamá-los seus senhores, seus filhos; lavavam-lhes os pés; davam-lhes de comer, serviam-nos à mesa como nosso Senhor Jesus Cristo.Falando do pauperismo na Inglaterra, tivemos ensejo de notar como entre os protestantes se perpetuou semelhante maneira de tratar a pobreza desvalida.
“Hoje, se lhes proíbe a entrada nas cidades; expulsam-nos e fecham-lhes a porta no rosto como se foram réprobos e inimigos públicos...
“Que purificação da Igreja! Que Reforma! Que elementos de união e de concórdia!”.
Fonte: Wizel, Relectio luterismi, II, f. 91-246.
“Era uso antigo na Saxônia, diz-nos outro reformador, quando se convidava algum estranho, de trazer uma grande bandeja, chamada a bandeja de Deus, na qual de todos os pratos se punha uma porção para os pobres.Façamos ponto aqui e concluamos. Evidentemente, a Reforma traz no seu nome o mais pungente dos epigramas. A história no-la mostra, como um grande aborto moral.
“Este caridoso uso infelizmente já vai muito em decadência nas nossas famílias. Era também costume nos domingos e dias de festa oferecer jantar a algum pobre pensionário do hospital ou a outro indigente.
“Hoje só em poucas famílias se conserva esta boa usança”.
Fonte: Chemnitz, Postille, p. 517. Sermão para a XVII Dom. depois da SS. Trindade.
Em baixo deste quadro de cores tão carregadas escrevei as inocentes palavras do Sr. Carlos Pereira:
“A Reforma pôs um dique a esses desregramentos... o puritanismo protestante salvou o mundo da completa dissolução dos costumes”.
Bibliografia.
Balmes, El protestantismo comparado con el catolicismo,c 23-32;
Baudrillart, L'Eglise calholique, la Renaissance et le Protestantisme, Paris, 1908 ;
H. Denifle, Luther und Luthertum in der ersten quellenmaessig dargestellt, Mainz, 1904, t. 1 passim ;
Doellinger, Die Reformation, ihre innere Entwicklung und ihre Wirhungem im Umfange des lutherischen Bekenntnissen,Regensburg, 1846-1848, t. II, pp. 427-452 ; t. III;
Grisar, Luther, Freiburg i. B., 1911, c. 21, pp. 538-63 ;
Janssen, Geschichte des deustschen Volkes t. VIII, Freiburg i. B., 1894 pp. 359-493;
Auguste Nicolas, Du protestantisme et de toutes les hérésies dans leur rapport avec le socialisme, l. II, cc. 4-5; l. 111, c 4 ;
Henry O' Connor, The only reliable evidence concerning Martin Luther, London, Burns & Oates, 1884, pp. 50-57.
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