Martirio do papa Fabiano
Por S. Cipriano (Séc. II)
Tradução: Carlos Martins Nabeto
Tradução: Carlos Martins Nabeto
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Da Carta que São
Cipriano enviou aos presbíteros e diáconos de Roma ao tomar conhecimento da
morte do Papa Fabiano:
“Quando era ainda incerta entre
nós a notícia da morte desse homem justo, meu companheiro no episcopado, recebi
de vós, caríssimos irmãos, a carta que me enviastes pelo subdiácono Cremêncio;
por ela fiquei completamente a par da sua gloriosa morte. Muito me alegrei,
porque a integridade do seu governo foi coroado com um fim tão nobre.
Por isso, quero congratular-me convosco, por terdes honrado a sua
memória com um testemunho tão esplêndido e tão ilustre. Destes-nos a conhecer a
lembrança gloriosa que conservais de vosso pastor, que é para nós um exemplo de
fé e fortaleza.
Realmente, assim como é um precedente pernicioso para os seguidores e
queda que os preside, pelo contrário, é útil e salutar o
testemunho de um bispo que dá aos irmãos o exemplo de firmeza na fé.
Mas, parece que, antes de receber esta carta, a Igreja de Roma dera à
Igreja de Cartago testemunho da sua fidelidade na perseguição.
A Igreja permanece firme na fé, embora alguns tenham caído, seja porque
impressionados com a repercussão suscitada por serem pessoas ilustres, seja
porque vencidos pelo medo dos homens. Todavia, nós não os abandonamos, embora
tenham se separado de nós. Antes, os encorajamos e aconselhamos a fazerem
penitência, para que obtenham o perdão daquele que pode concedê-lo. Pois se
perceberem que foram abandonados por nós, talvez se tronem piores.
Vede, portanto, irmãos, como deveis proceder também vós: se corrigirdes
com exortações aqueles que caíram, e eles forem novamente presos, proclamarão a
fé para reparar o erro anterior. Igualmente vos lembramos outros deveres que
haveis de levar em conta: se aqueles que caíram nesta tentação começarem a
tomar consciência de sua fraqueza, se se arrependerem do que fizeram e desejam
voltar à comunhão da Igreja, devem ser ajudados. As viúvas e os indigentes que
não podem valer-se a si mesmos, os encarcerados ou os que foram afastados para
longe de suas casas, devem ter quem os ajude. Do mesmo modo, os catecúmenos que
estão presos não devem se sentir desiludidos na sua esperança de ajuda.
Saúdam-vos os irmãos que estão presos, os presbíteros e toda a Igreja de
Roma que, com a maior solicitude, vela sobre todos os que invocam o nome do
Senhor. E também pedimos que vos lembreis de nós (Ep - 9,1,8, 2,2,3: CSEL
3,488-489,487-488) .
Fonte:
patristicabrasil.blogspot.com.br
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