Os
produtos descartáveis são uma apoteose na sociedade contemporânea, devido à sua
praticidade e à possibilidade de manter-se sempre atualizado, no caso de
aparelhos telefônicos e eletrônicos em geral. Desta forma, a fralda, o copo, o
telefone, o computador e até mesmo as roupas e os calçados e uma série de
outras coisas tornam-se descartáveis. Já não é tão importante cuidar das
coisas, bastar comprar outras.
E
o homem, até que ponto é descartável? Quantas pessoas estão sendo tratadas como
produtos descartáveis ou até mesmo jogadas fora, em certos casos, por motivos
banais? Isso tem certa gravidade quando ocorre no nível subjetivo, ou seja, de
pessoa
para pessoa, ou no pensamento particular de cada um. Mas esta gravidade aumenta de maneira incomensurável quando este descarte do ser humano é institucionalizado pelo Estado. E é exatamente isto que pode ocorrer caso seja aprovado o Novo Código Penal Brasileiro: o ser humano tratado como produto, sendo descartado, jogado fora como se fosse um lixo.
para pessoa, ou no pensamento particular de cada um. Mas esta gravidade aumenta de maneira incomensurável quando este descarte do ser humano é institucionalizado pelo Estado. E é exatamente isto que pode ocorrer caso seja aprovado o Novo Código Penal Brasileiro: o ser humano tratado como produto, sendo descartado, jogado fora como se fosse um lixo.
Entre
os principais pontos do Novo Código Penal Brasileiro estão a equiparação dos
homems com animais, a descriminalização do aborto, a liberação do consumo da
maconha, a diminuição para o consentimento para relações sexuais de 14 para 12
anos (que na prática libera a pedofilia), a criminalização da chamada
homofobia, dentre outros. Ou seja, uma contradição atrás da outra: assassinar
uma criança no seio materno pode, maltratar um animal, não? Se não pode dirigir
embriagado, porque é permitido se drogar? A anarquia que pode reinar no Brasil
caso estes pontos sejam aprovados é inimaginável, e o fato de esta situação ser
promovida invés de combatida pelo Estado não é mesmo que o Estado declarar que
o cidadão brasileiro é um produto descartável que pode ser jogado no lixo a qualquer
instante?
Infelizmente,
um jornal de grande alcance popular, pertencente a uma grande empresa de
comunicação, produziu uma longa reportagem, com alto teor emotivo, para
defender o aumento de pena para mortes no trânsito. A ideia que passa para a população
é que o Novo Código Penal Brasileiro deve ser aprovado. Mas porque omitir os
pontos mais polêmicos? Porque alguém que assume o risco por uma eventual morte
deve ser punido mais gravemente que alguém que mata um bebê completamente
indefeso, ainda no seio de sua mãe? O problema é que muitos veículos de
comunicação estão alinhados com projetos como o do Novo Código Penal
Brasileiro, se não pela esquerda comunista, pela direita liberal e modernista.
Como diria Renato Russo, "que país é este?"
Publicado
no Jornal O Universitário em Foco, edição 149
Paulo
Oliveira é jornalista
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