13/04/2013

O homem, este produto descartável

Paulo Oliveira

Os produtos descartáveis são uma apoteose na sociedade contemporânea, devido à sua praticidade e à possibilidade de manter-se sempre atualizado, no caso de aparelhos telefônicos e eletrônicos em geral. Desta forma, a fralda, o copo, o telefone, o computador e até mesmo as roupas e os calçados e uma série de outras coisas tornam-se descartáveis. Já não é tão importante cuidar das coisas, bastar comprar outras.
E o homem, até que ponto é descartável? Quantas pessoas estão sendo tratadas como produtos descartáveis ou até mesmo jogadas fora, em certos casos, por motivos banais? Isso tem certa gravidade quando ocorre no nível subjetivo, ou seja, de pessoa
para pessoa, ou no pensamento particular de cada um. Mas esta gravidade aumenta de maneira incomensurável quando este descarte do ser humano é institucionalizado pelo Estado. E é exatamente isto que pode ocorrer caso seja aprovado o Novo Código Penal Brasileiro: o ser humano tratado como produto, sendo descartado, jogado fora como se fosse um lixo.
Entre os principais pontos do Novo Código Penal Brasileiro estão a equiparação dos homems com animais, a descriminalização do aborto, a liberação do consumo da maconha, a diminuição para o consentimento para relações sexuais de 14 para 12 anos (que na prática libera a pedofilia), a criminalização da chamada homofobia, dentre outros. Ou seja, uma contradição atrás da outra: assassinar uma criança no seio materno pode, maltratar um animal, não? Se não pode dirigir embriagado, porque é permitido se drogar? A anarquia que pode reinar no Brasil caso estes pontos sejam aprovados é inimaginável, e o fato de esta situação ser promovida invés de combatida pelo Estado não é mesmo que o Estado declarar que o cidadão brasileiro é um produto descartável que pode ser jogado no lixo a qualquer instante?
Infelizmente, um jornal de grande alcance popular, pertencente a uma grande empresa de comunicação, produziu uma longa reportagem, com alto teor emotivo, para defender o aumento de pena para mortes no trânsito. A ideia que passa para a população é que o Novo Código Penal Brasileiro deve ser aprovado. Mas porque omitir os pontos mais polêmicos? Porque alguém que assume o risco por uma eventual morte deve ser punido mais gravemente que alguém que mata um bebê completamente indefeso, ainda no seio de sua mãe? O problema é que muitos veículos de comunicação estão alinhados com projetos como o do Novo Código Penal Brasileiro, se não pela esquerda comunista, pela direita liberal e modernista. Como diria Renato Russo, "que país é este?"

Publicado no Jornal O Universitário em Foco, edição 149

Paulo Oliveira é jornalista

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