Para Eva colher o fruto proibido
O Invejoso arma sua enganação
E ela arrasta seu pobre marido
Para o mesmo caminho de perdição.
O Anjo que anunciou a Maria (Lc 1)
O anjo bom, em sonho a José,
Aconselha manter a união:
“O dote que ela traz em si é
Do Espírito Santo: a salvação”.
* * *
Adão e Eva expulsos do paraíso (Gn 3)
Desde então, de peles cingidos,
Trazem em si do pecado os sinais.
Do reino dos justos, ora banidos,
Grande castigo para os mortais.
O bom ladrão levado ao paraíso (Lc 23)
Mereceu o bom ladrão
Entrar no jardim sagrado,
De toda uma vida, o perdão,
Por ter ele acreditado.
* * *
A arca de Noé, por mandato do Senhor, salva todos os animais (Gn 6)
Do dilúvio, violento castigo,
Deus, tão bom, dá salvação.
A arca de Noé é abrigo
Aos animais da criação.
Pedro recebe visão do céu (At 10)
Em bandeja, como refeição,
Répteis e aves, todos os animais:
“Come, Pedro!, diz a visão,
Impuros não os julgues mais”.
* * *
É destruída a torre de Babel (Gn 11)
Levantou uma torre, a vã pretensão
De seu estulto desígnio realizar.
Não mais uma só língua, mas confusão
O castigo de Deus não se fez esperar.
Pedro e os apóstolos são ouvidos em diversas línguas (At 2)
É o vento do Espírito que abala
E torna possível um prodígio tal
Diversos idiomas numa mesma fala
Cada um ouve em sua língua natal.
* * *
José vendido pelos irmãos (Gn 37)
O inocente, por inveja voraz,
Vendem em cruel conspiração.
Ao final, o plano de Deus faz
Que se prostrem diante do irmão.
Cristo vendido por Judas (Mt 26; At 1)
Judas o sangue do justo vende
Por terrível cobiça movido.
Na forca, seu corpo se fende
E recebe o preço merecido.
* * *
Abraão leva seu filho ao sacrifício (Gn 22)
Abraão, exemplo de fé e de entrega,
Prepara a lenha para sacrificar
Seu próprio filho; a Deus não nega
O herdeiro das promessas imolar.
Cristo é conduzido à crucifixão (Lc 24)
Deixa-se elevar no santo madeiro
Por amor carregando nossos pecados
A obediência do divino cordeiro:
Na morte de um, todos são resgatados.
* * *
As codornizes e o maná alimentam os judeus (Ex 16; Sab 16,20)
Aos famintos, carne foi enviada
Com fartura, por Deus, sem merecimento
Com o pão vindo do céu foi dada
A doçura de todo alimento.
Com 7 pães Cristo alimenta 4.000 homens (Mt 15,29; Mc 8,1)
Alimentou quatro mil, uma multidão,
Com 7 pães, dizem os santos textos,
E poucos peixes, uma multiplicação
Tal que ainda sobraram 12 cestos[1]
* * *
Moisés sobe ao monte (Ex 24,12)
Subiu ao monte, Moisés obediente,
Na intimidade do Sumo Criador e Rei
Que tudo governa, Único, Onipotente,
E recebe as tábuas de Sua Lei.
Cristo ensina no monte (Mt 5)
O Verbo no monte assentado,
Sendo a própria Sabedoria, diz:
“A justiça, é o povo ensinado,
Só com o amor faz feliz.”
—–
Nota:
[1] O original equivocadamente diz: sete cestos.
* * *
Fonte: História Medieval (http://www.ricardocosta.com)
Tradução: Luiz Jean Lauand
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