São Jerônimo, a pedido do Papa Dâmaso, traduziu do grego para o latim a Bíblia que se chamou a Vulgata Latina. Que é a Bíblia para nós, o povo, e serve de referência para as traduções das outras.
São Jerônimo escreveu ao Papa Dâmaso, a respeito da tradução.
"Da
velha Obra me obrigais a fazer nova Obra.
Quereis que, de alguma sorte, me coloque como árbitro entre os exemplares das
Escrituras que estão dispersos por todo mundo, e, como diferem entre si, que eu
distinga os que estão de acordo com o verdadeiro Texto Grego. É um piedoso
trabalho, mas é também um perigoso arrojo, da parte de quem deve ser por todos
julgado, julgar ele mesmo os outros, querer mudar a
língua de um velho e conduzir à infância o mundo já envelhecido.
Qual, de fato, o sábio e mesmo o ignorante que, desde que tiver nas mãos um exemplar (novo), depois de o haver percorrido apenas uma vez, vendo que se acha em desacordo com o que está habituado a ler, não se ponha imediatamente a clamar que eu sou um “sacrílego”, um falsário, porque terei tido a audácia de acrescentar, substituir e corrigir alguma coisa nos antigos Livros?
Um duplo motivo me consola dessa acusação: O primeiro é que Vós, que sois o Soberano Pontíficie, me ordenais que o faça; O segundo é que a verdade não poderia existir em coisas que divergem, mesmo quando tivessem elas por si a aprovação dos maus."
língua de um velho e conduzir à infância o mundo já envelhecido.
Qual, de fato, o sábio e mesmo o ignorante que, desde que tiver nas mãos um exemplar (novo), depois de o haver percorrido apenas uma vez, vendo que se acha em desacordo com o que está habituado a ler, não se ponha imediatamente a clamar que eu sou um “sacrílego”, um falsário, porque terei tido a audácia de acrescentar, substituir e corrigir alguma coisa nos antigos Livros?
Um duplo motivo me consola dessa acusação: O primeiro é que Vós, que sois o Soberano Pontíficie, me ordenais que o faça; O segundo é que a verdade não poderia existir em coisas que divergem, mesmo quando tivessem elas por si a aprovação dos maus."
______
Ignorar as escrituras é ignorar a Cristo.
Cumpro o meu dever, obedecendo aos preceitos de Cristo, que diz: Examinai as
Escrituras, e: Procurai e encontrareis, para que não tenha de ouvir o que foi dito aos judeus: Estais enganados,
porque não conheceis as Escrituras nem o poder de Deus. Se, de facto, como diz
o apóstolo Paulo, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, aquele que
não conhece as Escrituras não conhece o poder de Deus nem a sua sabedoria.
Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo.
Por
isso quero imitar o pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e
antigas, e também a esposa que diz no Cântico dos Cânticos: Guardei para ti,
meu amado, frutos novos e antigos. Assim comentarei o livro de Isaías,
apresentando o não apenas como profeta, mas também como evangelista e apóstolo.
Ele próprio diz, referindo se a si e aos outros evangelistas: Como são belos,
sobre os montes, os pés dos que anunciam boas novas, dos que anunciam a paz. E
Deus fala lhe como a um apóstolo: A quem hei de enviar? Quem irá ter com este
povo? E ele respondeu: Eis me aqui, enviai me.
Ninguém julgue que eu desejo explicar de modo completo, em tão poucas palavras, o conteúdo deste livro da Escritura, que abrange todos os mistérios do Senhor. Efectivamente, no livro de Isaías o Senhor é preanunciado como o Emanuel que nasceu da Virgem, como autor de prodígios e milagres, como morto, sepultado e ressuscitado de entre os mortos e como Salvador de todos os povos. Que dizer da sua doutrina sobre física, ética e lógica? Este livro é como um compêndio de todas as Escrituras e contém em si tudo o que a língua humana pode exprimir e a inteligência dos mortais pode compreender. Da profundidade dos seus mistérios dá testemunho o próprio autor quando escreve: Para vós toda a visão será como as palavras de um livro selado. Se se dá a quem sabe ler, dizendo: «Lê o por favor», ele responde: «Não posso, porque está selado». E se se dá a quem não sabe ler, dizendo: «Lê o por favor», ele responde: «Não sei ler».
Ninguém julgue que eu desejo explicar de modo completo, em tão poucas palavras, o conteúdo deste livro da Escritura, que abrange todos os mistérios do Senhor. Efectivamente, no livro de Isaías o Senhor é preanunciado como o Emanuel que nasceu da Virgem, como autor de prodígios e milagres, como morto, sepultado e ressuscitado de entre os mortos e como Salvador de todos os povos. Que dizer da sua doutrina sobre física, ética e lógica? Este livro é como um compêndio de todas as Escrituras e contém em si tudo o que a língua humana pode exprimir e a inteligência dos mortais pode compreender. Da profundidade dos seus mistérios dá testemunho o próprio autor quando escreve: Para vós toda a visão será como as palavras de um livro selado. Se se dá a quem sabe ler, dizendo: «Lê o por favor», ele responde: «Não posso, porque está selado». E se se dá a quem não sabe ler, dizendo: «Lê o por favor», ele responde: «Não sei ler».
E
se parece débil a alguém esta reflexão, oiça o que diz o Apóstolo: As
aspirações dos profetas sejam submetidas aos profetas, de modo que tenham
possibilidade de falar ou de se calar. Portanto, os Profetas compreendiam o que
diziam e por isso todas as suas palavras estão cheias de sabedoria e de
sentido. Aos seus ouvidos não chegavam apenas as vibrações da voz; Deus falava
ao seu espírito, como diz outro profeta: O Anjo falava em mim; e também: Clama
nos nossos corações: Abba, Pai; e ainda: Escutarei o que diz o Senhor.
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