Na Espanha na década de
30 do século XX, produziu-se uma violentíssima e cruenta perseguição religiosa:
13 bispos, 4184 sacerdotes, 2365 frades e monjes, 283 irmãs, e milhares de
leigos foram assassinados "in odium fidei", a esmagadora maioria no
decorrer da Guerra Civil Espanhola. A tragédia, apesar de toda a dor, constítui
uma das páginas mais gloriosas da Santa Igreja Católica com o martírio de uma
multidão de santos e santas que por amor a Deus e à sua Igreja deram a suas
vidas, e dos quais sou afinal, irmão na Fé pela graça do Baptismo. Este espaço
é a todos eles e elas dedicado! Que a intercessão destes santos e beatos junto
de Nosso Senhor Jesus Cristo me ajude a ser um cristão coerente e verdadeiro
neste nosso século XXI!
"Por causa do Meu nome, sereis odiados em todas as nações" (Mc
13,13).
O assassinato do Beato Florentino
Asensio, Bispo de Barbastro
Esta é a história de um mártir. Mártir In
Odium Fidei. Um mártir cristão, um meu irmão na Fé, que deu o seu
sangue pelo seu grande amor a Cristo e sua esposa, a Santa Igreja Católica. É a
história de um Bispo desta nossa Igreja peregrina na Terra, cujo testemunho de
imolação perante as forças do Mal, nos deve fazer, no mínimo, refletir sobre a
nossa Fé.
Um testemunho
eloquente, que previno desde já, poderá impressionar os mais impressionáveis.
Esta é a história do Beato
Florentino Asensio Barroso, bispo da diocese de Barbastro - Espanha que foi
selvagemente assassinado por ódio à Fé.
Nasceu em Villasexmir (Valladolid) a 16
de outubro de 1877. Foi ordenado sacerdote em 1901. Em 1935 foi nomeado pela
Santa Sé Bispo da diocese de Barbastro (diocese que foi bastante martirizada
pelas forças marxistas e anarquistas no decorrer da Guerra Civil Espanhola).
A 19 de Julho de 1936, o Comité dos
milicianos (comunistas e anarquistas) informaram-lhe que ficaria preso na sua
residência episcopal. No dia 23 foi transferido para o colégio, agora prisão,
dos padres Escolápios (onde também estiram os beatos mártires claretianos de
Barbastro- ver outro meu post), onde foi submetido a humilhações, escárnios e
insultos sem fim.
Na noite de 8 de agosto, foi chamado a
comparecer perante a farsa que era o tribunal popular, criado pelos comunistas.
Pressentindo o pior, e "perante o que pudesse ocorrer" antes
de abandonar a prisão, pediu ao padre Prior dos beneditinos (do mosteiro
beneditino Nuestra Señora del Pueyo, também ele ali preso) para o ouvir em
confissão e o absolver.
Amarraram-no em conjunto com outro
homem, e os conduziram, após várias horas no calabouço a uma sala vazia onde
ficaram amarrados a um poste. Entre frases grosseiras e insultuosas, uns
milicianos (Héctor M., Santiago F., Antônio R., e Alfonso G.) aproximaram-se do
prelado. O bispo Asensio encontrava-se a rezar silenciosamente. Santiago F. diz
então a Alfonso G., que era analfabeto: "Não eras tu que desejavas
comer col... de bispo? Agora tens a ocasião!" Alfonso G. não pensou
duas vezes, puxou imediatamente de uma navalha de talhante, e ali, friamente
retirou os testículos de D. Florentino Asensio. Jorros de sangue inundaram suas
pernas e empapou o pavimento. O senhor Bispo ficou bastante pálido mas não
desmaiou. Soltou um grito de dor, e teve forças para musicar uma oração ao
Senhor. Sua ferida, foi cozida de qualquer maneira, a sangue frio, pior que se
faz a um animal. Testemunhos afirmam que o bispo de Barbastro teria caído de
dor sobre o pavimento se não estivesse amarrado em pé.
No chão encontrava-se um exemplar do
jornal anarquista "Solidaried Obrera", onde Alfonso G., recolheu os
despojos, e onde os mostrou os testículos a todos, como um troféu, inclusivé
nalguns bares de Barbastro.
O bispo, lancinado pelas dores, foi
então empurrado à praça diante do edifício, onde, sem consideração alguma foi
levado ao camião que o levava à morte. "Obrigaram-no a ir pelo seu
próprio pé, deixando um rasto de sangue por onde passava". Aos olhos
daqueles homens, que odiavam a Santa Igreja e seus fiéis, não passava de um
cão; mas aos olhos do Senhor e dos crentes, era a imagem viva, ensanguentada, e
resplandecente de um novo mártir da nossa Igreja Católica.
O heroico prelado, que no dia anterior,
8 de agosto, tinha terminado uma novena ao Coração de Jesus, dizia em voz alta:
"Que noite tão bela esta para mim: vou à casa do Senhor!".
José Subías, de Salas Bajas, o único sobrevivente daquelas primeiras noites de
cárcere de Barbastro ouviou os seus executores dizerem: "Bem vê que não
sabe para onde o levamos!..." ao que o bispo respondia: "Vós
levais-me à Glória! Eu vos perdoo. No Céu, pedirei por todos vocês..."
"Anda seu porco, depressa!"
diziam os carrascos. "Por mais que me façais, eu vos hei-de perdoar"
dizia o bispo. Um dos anarquistas golpeou-o furiosamente na boca com um
azulejo, e lhe disse: "Toma lá a comunhão!". Extenuado, chegou
ao lugar da execução, que foi no cemitério de Barbastro.
Ao receber a descarga das balas, os
milicianos ouviram-no dizer: "Senhor, compadece-Te de mim". Mas o
bispo não tinha ainda morrido. O arrastaram para cima de um monte de cadáveres,
e depois de uma ou duas horas de uma agonia atroz, terminaram com a sua vida
terrena com um tiro. "Não lhe deram o tiro de misericórdia, logo de
imediato de propósito - disse mais tarde uma testemunha - deixaram-no
morrer, com grandes hemorragias, de forma a que sofresse mais". Ouviam-no
sussurrar: "Senhor, não tardeis em me abrir as portas do Céu",
"Senhor, não atrases o momento da minha morte e dá-me forças para resistir
até ao último momento".
O Papa João Paulo II, beatificou
em Roma, este nosso irmão na Fé, o martirizado bispo de Barbastro D. Florentino
Asensio a 04 de Maio de 1997.
Esta é a força da nossa Fé. Testemunho
e Perdão. É até onde vai o nosso testemunho por Jesus Cristo e pela nossa Santa
Igreja Católica. Beato Florentino Asensio Barroso, tu que estás na Glória de
Deus, roga por mim, que sou um miserável pecador!
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Igreja paroquial do Beato Florentino Asensio, em Valladolid. |
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Mosaico do Beato Florentino Asensio, na capela da Sede da Conferência Episcopal espanhola. |
PARA LER O ORGINAL ACESSE O LINK
ACIMA.
Lindo exemplo de fé, amor a igreja e, acima de tudo, a Deus. Pergunto-me, quantos viventes deste século estariam dispostos a darem suas vidas por amor a Cristo? Grande abraço. Josivanio.
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