Essa carta que, infelizmente, tenta promover o Rosário, é completamente contaminada pelo Naturalismo, e considera o Rosário como uma experiência psicológica similar as orações e meditações das religiões não-católicas.
Os 5 "significantes" e "luminosos" momentos que ele escolhe são:
- O Batismo no Rio Jordão
- Sua Manifestação em Caná
- A Proclamação de Seu Reinado e o chamado a conversão
- Sua Tranfiguração
- Instituição da Eucaristia
Todos esses são belos eventos retirados do Evangelho e apreciados como manifestações da bondade de Jesus, na qual Ele se mostra presente em Seu Reinado com Seu poder e misericórdia. Mas é interessante notar que, nenhum deles possui ligação direta com o Mistério da Redenção, somente a instituição da Eucaristia apresenta uma ligação indireta com tal plano no sentido dela ser a fundação da renovação incruenta. A introdução desses mistérios são, então, um esforço para ofuscar/apagar o foco tradicional nos essenciais mistérios da Redenção, contidos nos Gozosos, Dolorosos e Gloriosos mistérios.
Não é por nenhum acidente que os tradicionais mistérios do Rosário sejam focados, inteiramente, no mistério da Redenção; preparados nos mistérios Gozosos, cumpridos nos mistérios Dolorosos e aplicados nos mistérios Gloriosos. Se a tradição nos concedeu-os dessa forma, é porque esses são os mistérios que nossas almas precisam meditar para (alcançar) a salvação eterna. Em uma das suas Encíclicas anuais sobre o Rosário, o Papa Leão XIII explica que:
5. Além do valor que o Rosário tira da própria natureza da oração, ele contém uma maneira fácil para fazer penetrar e inculcar nas almas(...) ordenadamente repetida, ele nos leva à recordação e à contemplação dos principais mistérios da nossa religião: em primeiro lugar, daqueles pelos quais "o Verbo se fez carne" e Maria, Virgem intacta e Mãe, lhe prestou com santa alegria os seus maternais ofícios. Vêm depois as amarguras, os tormentos, a morte de Cristo, preço da salvação do gênero humano.
Finalmente, são os mistérios gloriosos(...) (Magnae DeiMatris, 8 de Set., 1892)
A razão para essa mudança de orientação é, para pouco a pouco, mover nossa atenção para longe do mistério da Redenção (entendida como a compra das almas dos pecadores), comprando-nos de volta de nossos pecados através da satisfação de nossas ofensas cometidas contra Deus. A teologia moderna do Mistério Pascoal pensa que isso já não se faz mais necessário, que Deus não é tão infantil para requerer pagamento pelos pecados e que, consequentemente, tudo o que precisamos é refletir nas manifestações de amor, gentileza, e glória de Deus, pois "Cada um destes mistérios é revelação do Reino divino já personificado no mesmo Jesus". (Rosarium Virginis Mariae, 21)
O resultado da recitação desses luminosos mistérios será a dessacralização do Rosário, a perda do específico foco Mariano, mudando assim nossa atenção para longe da união com o ato de Cristo em Sua Redenção, pela qual unicamente podemos ser salvos de nossos pecados. Pouco a pouco se tornará vazio, estéril, e não será mais rezado. Consequentemente, temos que recusar essa "melhoria" opcional e, ao contrário, nos ater a velha e aguerrida Tradição da Igreja que santificou tantas gerações de santos. Apesar de não ser pecado recitar esses mistérios da luz (per se) com os Católicos modernos, nós certamente temos que desencorajar suas recitações e evitar comprar e/ou disponibilizar panfletos ou livretos que apresentam os mistérios da luz.
Padre Peter Scott
Angelus Abril 2010
Eu concordo que o Papa João Paulo II fez um péssimo trabalho para a Igreja, que suas atitudes ecumênicas escandalizam e a Igreja sem a Tradição inteira e sem mitigação não é a Igreja de Cristo, mas um simulacro. Porém, não vejo mal nos Mistérios Luminosos, por isso os rezo e medito todas as quintas-feiras, sem nenhum prejuízo à Tradição ou aos demais Mistérios do Santo Rosário. Todos são Mistérios da vida de nosso Senhor e, logicamente sem o veneno modernista do Vaticano II, tais Mistérios Luminosos nos fazem meditar sobre Cristo e sobre Maria Santíssima.
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