É
inegável que o Segredo de Fátima concerne dois longos interregnos.
Foi revelado em 13 de julho de 1917 e sua terceira parte redigida
pela Irmã Lúcia em janeiro de 1944 foi arquivada por João 23 em
1959, para ser por fim publicada em 2000, com o quadro que hoje
parece estranho à maioria dos católicos, cada vez mais indiferentes
a tudo.
Arai Daniele
No
entanto, se este quadro reflete a realidade presente, como cremos –
do segundo interregno – esta terceira parte do Segredo tem sentido
profético bem evidente e é a incapacidade compreendê-la que chama
a atenção, pois seu sentido profundo é justamente a decadência
geral na visão das grandes questões que tocam a Fé. Esta grave
miopia levada ao extremo causa a cegueira de uma inconfessada
apostasia, o que seria a parte implícita do Segredo tornado
explícita.
Aqui
se deve lembrar a lição de São Paulo, “deve primeiro vir a
apostasia e o ímpio” (II Ts 2, 3).
Mesmo
na ordem natural, o inimigo “invasor” só toma o poder quando as
defesas cedem. Isto no campo da Fé é a apostasia e justamente
diante do “poder” contra a Verdade, o magistério do erro, o
mestre da falsidade e do engano: o Anticristo.
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O Anticristo de Luca Signorelli |
É
o que se vê desde os tempos de João XXIII, quando se aceita como
sumo mestre, como Vigário de Cristo, quem ensina o erro,
revelando-se assim vigário do anticristo para o mega engano da
apostasia final.
Eis
bem caracterizado o tempo do segundo interregno, que é um fato
histórico insofismável para quem sabe o que é a Igreja Católica.
Vejamos
esses tempos. Revelado em 1917, seria mais claro em 1960, conforme a
Irmã declarou em 1955 ao Cardeal Ottaviani, Prefeito do Santo
Ofício, que o confirmou. Se só seria mais claro em 1960, quando
podia ser publicado, refere-se a algo que aconteceu pouco antes, mas
que, mesmo representado em forma simbólica, é evento de extrema e
geral relevância porque implica um fato particular que teve por
efeito uma gradativa e geral decadência na fé, embora encoberta.
Se
não se vê qual é esse fato particular clamoroso é porque há
pouca fé e esta é condicionada por um engano de proporções
inauditas, para que tudo fique atrás de uma barreira de fumaça
clerical intransponível.
Com
tal fato iniciou o interregno correspondente ao período de 1960.
Para
melhor localizar esse fato particular incompreendido que teve por
conseqüência a universal incompreensão de questões da Fé na
Igreja, vamos ainda lembrar o quadro descrito pelas palavras da
vidente Lúcia da terceira parte do Segredo no texto publicado que
descreve um evento em forma de visão:
“Depois
das duas partes que já expus, vimos ao lado de Nossa Senhora um
pouco mais alto um Anjo com uma espada de fôgo em a mão esquerda,
ao centílar, despedia chamas que parecia iam incendiar o mundo, mas
apagavam-se com o contacto do brílho que da mão direita expedia
Nossa Senhora ao seu encontro 0 anjo apontado com a mão direita para
a terra, com voz forte disse: Penitência, Penitência, Penitência!
E vimos numa luz emensa que é Deus. “algo semelhante a como
se vêm as pessoas num espelho quando lhe passam por diante” um
Bispo vestído de Branco “tivemos o pressentimento de que era o
Santo Padre”. Vários outros Bíspos, Sacerdotes, religiosos e
religiosas subir uma escabrosa montanha, no címo da qual estava uma
grande Cruz de troncos toscos como se fôra de sobreiro com casca; o
Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia
em ruínas, e meio trémulo com andar vacilante, acabrunhado de dôr
e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo
caminho; chegado ao címo do monte, prostrado de juelhos aos pés da
grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam
varios tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns atrás outros
os Bispos Sacerdotes, religiosos e religiosas e varias pessoas
seculares, cavalheiros e senhoras de varias classes e posições. Sob
os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de
cristal em a mão, neles recolhiam o sangue dos Mártires e com ele
regavam as almas que se aproximavam de Deus.” Tuy,
3 de Jan.1944
Em
seguida à visão os pastorinhos devem ter levantado os olhos
apavorados para Nossa Senhora, que os consolou dizendo: “Em
Portugal se conservará sempre o dogma da Fé (e
aqui vem o etc.). “Por
fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre
consagrar me á a Rússia, que se converterá, e será
concedido ao mundo algum tempo de paz.”
O
Segredo de Fátima apresenta, pois, a visão de um papa católico
que, antes de seu sacrifício, sofrera sobre a cidade que, nos
primórdios da apostasia, ia sendo semi-demolida na Fé. Isto porque,
esta cidade só pode ser a Cristandade, onde grassava a peste
modernista e das novas teologias com grave morticínio de almas
consagradas.
Segue
o martírio do mesmo Papa católico com todo o seu séquito fiel,
enumerado em consagrados e leigos, para não deixar dúvida que se
tratava do atentado virtual contra toda a Igreja militante.
Pode
ser este o fato particular em forma simbólica que proporcionou a
imperceptível geral apostasia, sinal inegável do segundo
interregno?
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Assim
temos dois interregnos referidos à categoria de pontificados
católicos: o primeiro até uma data que se aproxima de 1960 e o
segundo que segue, isto é, o tempo seguinte à última visão que
temos do Papa massacrado com o seu séquito. Bem mais tarde a
conclusão: “Por
fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre
consagrar me á a Rússia, que se converterá, e será
concedido ao mundo algum tempo de paz”.
Como
isto pertence à parte final do Segredo, significa que fecha o
segundo interregno iniciado com o atentado mortal contra a Igreja
militante. Assim, os interregnos concernem dois longos períodos:
1º
– de 1917 até a hecatombe do “último papa”, mais clara em
1960;
2º
– da morte do Papa até seu reaparecimento – por fim – para ser
reconhecido também pelo fato de realizar a Consagração pedida.
Já
vimos que esta parte final do Segredo, com as palavras de Nossa
Senhora, foi logo publicado porque Jesus instruiu Lúcia em dezembro
de 1927, que publicasse tudo o que falasse do culto ao Imaculado
Coração de Maria. Isto já foi feito no tempo de Pio XII.
Além
da história dos tempos sucessivos à morte desse último Papa, o que
ajuda a enquadrar o segundo interregno do tempo que vivemos?
Das
ameaças contra a Fé do segundo interregno, a Irmã Lúcia referiu
em entrevista ao Padre Fuentes em dezembro de 1957 as palavras de
Nossa Senhora. Depois disso, nunca mais falou em termos fortes sobre
a hierarquia. Só aludiu, de passagem, a “desvios diabólicos”
desta, mas evitou responder sobre isto. Posso comprová-lo, também
pela não resposta à carta que o P. Rifan enviou-lhe por meu
intermédio.
Para
entender o tempo do Segredo de Fátima, portanto, há que seguir não
só o testemunho direto, mas indireto de Lúcia. Diretamente, pelas
palavras e imagens transmitidas pela Vidente até o tempo de João
XXIII. Indiretamente pelas suas reações diante das imposições à
sua consciência da parte dos pastores da nova Igreja – da
apostasia – na qual ela mesma corria o risco de se deixar envolver.
Sim, porque ao reconhecer uma falsa autoridade, se arrisca reconhecer
outra Igreja.
Basta
pensar que se a missão da Igreja Católica é converter a Nosso
Senhor Jesus Cristo, para esta outra entidade ecumenista, isto não
deve mais ser pregado, nem para os Judeus, que já têm a sua
Aliança.
Isto
não constituiu acaso como «outra» a «igreja conciliar»?
Hoje,
chega-se a oferecer como prova da legitimidade dos papas dessa igreja
conciliar a promessa de Jesus Cristo, de que o poder do inferno não
prevalecerá contra a Sua Igreja. Pode esta certeza ser aplicada à
nova igreja? Não de certo porque o aparato conciliar ocupou a Igreja
católica para mudar a sua Fé, abusando do nome de Igreja de Cristo.
Mas,
atenção, cada fiel deve operar para que esse poder não prevaleça
na sociedade, nem na própria consciência, aderindo à igreja
ocupante. São diversos os estudos de tradicionalistas, até de
bispos, descrevendo a nova igreja conciliar, de Paulo VI e
sucessores, e com firme razões católicas. A representá-la é o
papa conciliar. Depois, porém, estes mesmos «mestres» afirmam que
se deve reconhecer esses «papas» para não ficar fora da igreja
como «sedevacantista»! Só não dizem de qual igreja se trata,
porque tal adesão só pode configurar, apesar da pia aparência,
apostasia da verdadeira Igreja. Poderia alguém pertencer ao mesmo
tempo às duas Igrejas, divergentes sobre a unidade e unicidade da Fé
em Cristo? Quem o afirma não nega que só uma é a verdadeira?
Ao
Segredo que se refere à escalada da revolução anti-cristã dentro
da própria Igreja, que acabará por abater o Papa, o católico deve
prestar especial mais atenção que a estes «doutores em
compromissos». Ele testemunha uma visão profética que avisou do
perigo de mortal traição ao papado católico «se» os papas não
recorressem à intervenção celeste no modo indicado, e Fátima
indica esse claro desígnio de intervenção divina com o aval
extraordinário do Milagre do sol.
Uma
objeção ao que foi dito poderia ser: mas então porque a Divina
Providência permitiu que a terceira parte do Segredo caísse nas
mãos justamente de João XXIII, que iria certamente censurá-la?
A
resposta se obtêm considerando o que seja a apostasia da autoridade
católica; apostasia que consiste em aceitar que um vigário de
Cristo possa receber o Seu poder para contrariar os desígnios de
Deus.
Alguém
alegará: João XXIII apenas não quis divulgar uma «revelação
privada»! Sim? Aceitou, porém, diante do mundo, que esse fosse um
sinal celeste e portanto ligado ao sinal de um desígnio divino
previsto na Revelação pública, encerrada com a morte do último
Apóstolo, São João que, mais que todos, viu sinais que surgiriam
em tempos futuros.
Mas
João XXIII, que forjou seus sinais dos tempos, não só ocultou o
Segredo, mas o fez para ficar livre de alterar a Doutrina, a
Liturgia, e o Apostolado de conversão universal; missão central do
Papa.
A
esta se referia a mensagem que, para muitos, é só uma «revelação
privada», embora profetizasse o massacre do papado católico que
teve por efeito justamente a inversão dessa missão, que se realiza
desde então com a pública escandalosa apostasia ecumenista.
Também
a Irmã reconheceu os subterfúgios e desvios
diabólicos de
aspecto clerical, dos inimigos da Igreja e executores dos seus
vértices. Mas este testemunho público faltou da parte dela e do
mundo católico: O Segredo ficou nas mãos de quem ao censurá-lo
mostrou pertencer a essa nova igreja da grande apostasia, que censura
desígnios divinos. Se o faz, demonstra também poder fazer o mesmo
com tudo o mais na Fé, como diz o Profeta Daniel: “mudar os tempos
e as Leis” (Dn 7, 25), e graças ao seu poder de engano se compraz
com o hosana do mundo, mas também de um mundo religioso desvairado,
mesmo dos que se julgam fiéis tradicionalistas.
Emblematicamente,
ao mesmo tempo que censurou o sinal de Fátima, João XXIII falava a
torto e a direita dos «novos sinais dos tempos»! Como Caifás, foi
profeta da pública grande apostasia que iniciou!
Assim,
com a visão do Segredo, foi também ocultada a evidente ruptura do
Vaticano II com a Tradição e seus Papas. Mas a tentativa de
conciliar este com uma nova ordem religiosa repugna até a quem quer
a nova
ordem.
Quando negam essa ruptura, são as pedras a gritar!
Qual
pode ser a pedra de tropeço da grande apostasia?
Parece
que a grande apostasia diga respeito ao abandono da profissão de Fé
católica. Isto parece difícil de aceitar diante das manifestações
religiosas que se sucedem numerosas como se nada, ou quase, tivesse
mudado desde os dias de João XXIII, isto é, do início do segundo
interregno. É verdade que a Santa Missa e os Sacramentos foram
pesadamente mudados, mas isto não fez cessar o afluxo das massas.
Faz
parte também da mudança a aversão aos «profetas de desgraças»
declarada por João XXIII ao inaugurar o Vaticano II em 1962. Uma
aversão que parece romper com todo o passado dos alertas dos papas e
dos santos, para não falar do mesmo Jesus e de Maria em Fátima. Não
importa; também os vários Rifans não aturam mais «idéias
negativas»!
Tudo
isto e muito mais faz parte do segundo interregno inaugurado no tempo
em que a visão do massacre papal com seu inteiro séquito, que seria
mais claro em 1960, como foi atestado pela mesma Irmã Lúcia.
Qual
seria, pois, o tal fato histórico particular e como foi que serviu
de luz verde à disfarçada geral apostasia que desde então infeta o
mundo?
Muitos
hoje reconhecem esse fato clamoroso – difícil de negar – da
eleição do modernista e filo-mação Ângelo Roncalli à Sé de
Pedro para abri-la a todo o tipo de seus demolidores internos e
externos. Foi o clérigo que convocou o Vaticano II, ao que parece
encomendado pelas lojas, rompendo publicamente com os Papas do
passado.
Como
é que Jesus se refere a essa aversão hipócrita aos profetas
enviados por Deus já no Antigo Testamento?
Basta
ler no Evangelho (Mt 23, 29-31: 34-36; Lc 11, 47-52). Esta aversão
aos sinais de Deus se repete nos nossos tempos com a recusa e o
desprezo velado pelas mensagens proféticas como a de Fátima,
boicotada e depois manipulada pelos “profetas de aventuras”; de
João XXIII em diante e por João Paulo II, que a expropriou a favor
do seu sacrifício: o atentado que sofreu por engano e razões
alheias à Fé.
A
pedra de tropeço da geral apostasia não parece, porém, ser esta
para esses clérigos e seus companheiros de modernismo e de
iniciação, seja maçônica que iluminista e, portanto, do movimento
ecumenista, pela razão que já de há muito haviam tropeçado para
fora da Fé católica.
Não,
a pedra de tropeço da geral apostasia concerne o tradicionalismo de
fachada, pois nenhum católico podia ser obrigado, depois que essa
inversão clerical se manifestou, nem a receber os desviados
coroados, nem a segui-los se queria seguir as palavras apostólicas,
seja de São Paulo aos Gálatas, seja de São João nas suas
Epístolas, para não dizer de Jesus sobre os falsos pastores e
falsos Cristos e por fim, da visão profética de Fátima para esses
tempos, ou seja, da virtual “liquidação” do Papa católico com
seu inteiro séquito fiel.
Pode
haver uma apostasia da Autoridade divina?
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Risos para Zapatero ou para sua lei do aborto? |
Para
quem professa a Fé da Igreja, instituída com o seu Papa como
representante da Autoridade divina na terra, torna-se claro que
aceitar também uma falsa autoridade significa apostatar da
verdadeira Igreja.
Isto
porque, ou se acredita no verdadeiro Vigário de Jesus Cristo, cuja
identidade é avaliada pela sua continuidade apostólica, que não
altera um “iota” da Lei e dos Profetas, completados nos
Evangelhos, ou então se aceita este simulacro de papado, que diz
representar a única doutrina revelada, mas para atualizá-la e
nivelá-la aos tempos e a tudo.
O
testemunho de Lúcia adaptado ao segundo interregno
A
fidelidade do testemunho de Lúcia é vinculado ao que ela ouviu.
Sua
missão é ligada à obediência ao Papa, isto é, à autoridade da
Igreja, obediência que, mesmo sem visões sobrenaturais, implica a
identificação dessa autoridade, reconhecível pela fidelidade a
Jesus Cristo. O católico obedece e ouve o Papa porque está certo
que ao fazê-lo, ouve e obedece a Deus; certeza moral necessária à
fé, porque se há contradição no que concerne ao credo entre o que
foi sempre ensinado pela Igreja e o «aggiornamento» com instruções
humanas, seguir estas e quem o proclama é desobedecer a Deus.
Lúcia
por isto deve ter compreendido a gravidade de seus dilemas de
consciência. Sobre o que depende de um juízo doutrinal, compete à
autoridade católica ajuizar; mas se depende de questões históricas
ou lógicas todos podem perceber, para formar um juízo.
O
Segredo de Fátima estava na «consciência» da Irmã Lúcia, mas
pelas suas contradições sabemos que esta foi forçada, o que
representa a outra característica deste segundo interregno; a
promoção de uma «nova consciência da Igreja conciliar» que segue
o que o Vaticano II promulgou como questão doutrinal: a falsa
liberdade! De fato, a Igreja conciliar tinha por programa declarar,
como se fosse católica, a «liberdade de consciência e de
religião», em substituição à «liberdade das consciências» de
conhecer e aderir à Verdade revelada. Esta foi criada por Deus para
a salvação e elevação dos homens. A outra foi tramada no programa
maçônico para neutralizar a Igreja, nivelando-a a toda e qualquer
religião. Trata-se de uma liberdade de perdição, mas como
parecia provir da Santa Sé, enganou meio mundo devido à falsa
obediência. Nisto parece ter tropeçado também a «obediente»
Lúcia.
Expus
este seu dilacerante dilema de consciência à Irmã e depois num
escrito publicado em três línguas. Tratava do engano abominável do
segundo interregno que à luz do Segredo de Fátima pode ser
entendido como o terceiro grande castigo.
Para
ajudar a humanidade Nossa Senhora, na vigília da revolução
bolchevista, confiou aos três pastorinhos a mensagem que
avisava dos erros
espalhados pela Rússia e
dos perigos crescentes para o mundo, se os homens e os povos não
deixassem de ofender a Deus: depois da devastadora I Guerra mundial
viria uma “guerra pior”. Esta foi a pavorosa II Guerra mundial.
Se depois desta guerra o mundo não mudasse, viria um terceiro
flagelo, mais letal para as almas que as guerras; o momento mais
crucial da história.
Pode-se
deduzir que esse novo flagelo seria de natureza tão tenebrosa, tão
incrível nos dias em que foi anunciado, que deveria permanecer como
segredo até a hora em que sua manifestação o tornasse visível à
luz da Fé. Quando? Em 1960. Esta data merecia, pois, toda a atenção.
Estava
no centro da entrevista da Vidente ao P. Fuentes, postulador da causa
de canonização de Francisco e Jacinta. Era a hora misteriosa da
“mais clara” ameaça contra a Fé, cuja causa letal seria
ocultada com uma «operação de enganos» (v. II Ts 2).
Emblematicamente foi quem estava no lugar do Papa “eliminado” a
ocultar o Segredo no Vaticano.
O
período logo antes de 1960 é a referência histórica para que a
consciência católica entenda que a mentalidade moderna foi
inoculada no âmbito da Igreja para que lá se realizasse a mais
radical revolução, que, alterando a religiosidade cristã, iria
envolver todas as sociedades.
Poderia
isto ser alheio à Profecia de Fátima, cuja terceira parte, uma vez
revelada, deixava clara a hecatombe do Papado? Não avisava este do
evento religioso sem precedentes históricos, sucessivo às duas
Guerras mundiais e à avassaladora Revolução russa, que seria a
mais obscura das revoluções, de gravidade e consequências
imprevisíveis?
Disse
Jesus (Jo 5, 43): «Eu
vim em nome de meu Pai, e vós não me recebeis; quando vieroutro
em seu próprio nome recebê-lo-eis.
Como podeis crer vós que recebeis a glória uns dos outros, e não
buscais a glória que só de Deus vem?».
A
voz deste ‘outro’ podemos e devemos reconhecer na sua operação
para mudar a ideia de Deus nas consciências cuja Lei na sociedade
devia ceder lugar ao ateísmo, agnosticismo e modernismo laicista.
Era
a liberdade de consciência e de religião proclamada em nome da
mesma Religião divina, que equivale a superar a pura negação de
Deus, para impor a substituição da Sua Palavra com a promoção
maçônica de uma «religião universal» que revelará como Deus
deve ser para garantir a liberdade e a dignidade do homem numa nova
ordem que
diviniza a humanidade. Esta
em matéria religiosa seria guiada pela irmandade
conciliar;
o “mistério de iniqüidade” no Lugar sagrado de Deus. Qual pode
ser este senão um antipapa que é, consciente ou inconscientemente,
vigário do Anticristo?
Se,
porém, chegamos a isto, não foi só devido a uma invisível, mas
contínua manipulação das consciências e de Fátima; foi devido à
crescente indiferença e apostasia de muitos cristãos, tornando
possível a subida de personagens desviados ao Trono de São Pedro
sem que se manifestasse uma verdadeira reação fiel.
Esta
resistência nem surgiu com força quando tais desvios foram
oficializados no conciliábulo do Vaticano II, que inverteu a
Doutrina e a Liturgia de 260 Papas e 20 Concílios ecumênicos, fiéis
à missão de continuidade no presente da Palavra de Nosso Senhor
Jesus Cristo
Pode
a pedra de tropeço da grande apostasia não ser a nova fé
ecumenista, que continua promovida por falsos cristos, cuja
identidade não pode ser católica dispensando o dogma que fora da Fé
católica não há ordem neste mundo nem salvação no outro?
Estas
são as contrafações na fé do segundo interregno da paixão
cristã.
Parece
interminável porque a geral apostasia perpetua o acolhimento de
falsos cristos como vigários de Cristo, de modo que exerçam uma
autoridade demolidora da Fé e da Moral, para desgraça do mundo.
Mas, por fim o «resto» que permaneceu católico, vai suplicar a
Deus para obter a volts de Sua autoridade na terra, o Vigário de
Cristo.
Este
seguirá os Seus desígnios, banindo os erros e heresias conciliares
promovidos pelo nefasto Vaticano II em nome da Igreja e
consagrará a Rússia ao Imaculado Coração de Maria, que a
converterá para o triunfo da Fé Católica, Apostólica e Romana.
Salve Maria santíssima!
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