Gustavo Corção
No
artigo de quinta-feira lembrei o que nos ensinaram vinte séculos
de cristianismo, e que até anteontem era trivial conhecimento
no mundo católico. Refiro-me à importância que
sempre teve o monaquismo, como quilate do valor propriamente cristão
de uma sociedade e como esplendor da Igreja. Sempre que a Igreja
esteve em perigo ou em crise, foram religiosos que a vieram escorar,
como no tempo de São Francisco e de São Domingos, que o
Papa Inocêncio III viu em sonho acorrerem para o arrimo do
cristianismo. Foi a crise da vida religiosa que formou caldo de
cultura de onde saiu o desastre do protestantismo. Lutero era um
religioso, um homem de votos e clausura, tornado traidor e trânsfuga.
Não
admira, pois, que na crise medonha que hoje assola a civilização
e desmantela a Igreja, os frades e as freiras ponham tamanho empenho
em tomar a dianteira da
degradação. Nesta matéria tivemos no Brasil um triste destaque: as mais gloriosas ordens religiosas produziram e continuam a produzir os mais abomináveis frutos: jesuítas, beneditinos, dominicanos e franciscanos parecem empenhados na disputa de uma espécie de prêmio Nobel de rebaixamento e de perversidades. Os moços foram especialmente perseguidos com uma gula indecente, e é rara a família brasileira que não tenha uma filha pervertida ou um filho assassinado na fé por um daqueles religiosos. Para completar a vergonha e culminar a tristeza, todas as apostasias tomaram a direção dos mais odiosos inimigos da Igreja. Sim, a sedução máxima exercida pelo século sobre os religiosos se fez com a n.... feia, burra e triste que é o comunismo. Foi nesse excremento de uma diarréia histórica que se atolaram os religiosos enjoados de ave-marias e padres-nossos, enjoados do Corpo e do Sangue do Salvador.
degradação. Nesta matéria tivemos no Brasil um triste destaque: as mais gloriosas ordens religiosas produziram e continuam a produzir os mais abomináveis frutos: jesuítas, beneditinos, dominicanos e franciscanos parecem empenhados na disputa de uma espécie de prêmio Nobel de rebaixamento e de perversidades. Os moços foram especialmente perseguidos com uma gula indecente, e é rara a família brasileira que não tenha uma filha pervertida ou um filho assassinado na fé por um daqueles religiosos. Para completar a vergonha e culminar a tristeza, todas as apostasias tomaram a direção dos mais odiosos inimigos da Igreja. Sim, a sedução máxima exercida pelo século sobre os religiosos se fez com a n.... feia, burra e triste que é o comunismo. Foi nesse excremento de uma diarréia histórica que se atolaram os religiosos enjoados de ave-marias e padres-nossos, enjoados do Corpo e do Sangue do Salvador.
Não
será de admirar, portanto, que a reunião dos religiosos
efetuada no Colégio S. Bento conserve a mesma força
dissolvente e degradante, como se vê facilmente nos opúsculos
distribuídos, e nos pronunciamentos publicados nos jornais.
Abrindo ao acaso um deles, de autoria de um jesuíta, lemos: “A
visão anterior ao Concílio pode ser caracterizada como
estática, onde os valores se consideravam estabelecidos
definitivamente e válidos para sempre.” Neste tópico
o autor explora a vulgaríssima idéia de que tudo é
estático e defeituoso - idéia evidentemente cômica
e imbecil, mas muito atraente para os espíritos fracos.
Atribui a asneira ao Concílio e desenvolve seu pensamento, se
pensamento há, nestes termos: “O Concílio reconheceu
a revelação cristã como sendo essencialmente
histórica, portanto inserida na evolução
incessante e crescente da Humanidade.” E daí conclui que a
Igreja deve correr atrás do Século. Esse religioso não
percebe talvez que já se afastou da fé cristã
quando diz que a Revelação é “essencialmente
histórica”, esquecido de que, tanto por seu objeto como por
sua fonte, a Revelação transcende a história, e
também esquecido de que, com a morte do último
apóstolo, encerrou-se o desenvolvimento histórico da
Revelação que galga a estabilidade, sim a superior
condição estática das coisas supra-históricas.
Há,
porém, nesses opúsculos dos "religiosos" e
"religiosas" uma coisa curiosa que me aflige mais do que a
polimórfica perversidade da heterodoxia. É o estilo.
Sim, leitor. Não se horrorize, nem julgue que eu pretenda aqui
colocar categorias literárias acima das verdades de Deus. O
estilo deles me aflige, pelo que revela; e o que revela de maneira
inequívoca e cruel é o vazio de seus autores. Esses
homens que deveríamos chamar homens de Deus, que prometeram
seguir o Cristo e para isso prometeram se crucificar pelos votos nos
conselhos evangélicos, esses homens oficialmente engajados na
mais bela história do mundo, seguidores de uma tradição
que produziu ao lado da piedade mais santa as mais belas obras da
palavra humana, esses pobres decadentes da grande raça das
Teresas, dos Francisco de Sales, dos João da Cruz, esses
degenerados escrevem molhando a pena no Sangue de Cristo, se ainda é
válida a Missa que celebram, e produzem um estilo mais
inodoro, mais insípido, mais exangue do que se lê nas
mais áridas páginas do Diário Oficial.
E
é nessa aridez exterior, nessa secura aflitiva, besuntada de
um pedantismo que lhes dá às vezes um falso brilho, sem
lhes trazer nenhum orvalho de umedecimento, é nesse estilo que
eu sinto, com tristeza imensa, o nada desses peitos que parecem
rejeitar o mal enxertado coração de Jesus. Não
digo essas coisas para me divertir `a custa deles, e Deus sabe que
não minto. O que esse estilo me diz é que eles perderam
suas almas. Não! Não pretendo aqui antecipar o juízo
de Deus. Digo que perderam a alma não por condenação
eterna, mas por terem-na deixado perdida em algum banco de jardim.
Pobres títeres, movidos pela máquina da atualidade,
pobres tolos presididos pelos mais tolos. Deus sabe que não
minto se torno a dizer que não há mais piedade do que
escárnio em todas essas desoladas reflexões que tanto
quisera não dever fazer. E quando digo “pobres” aqui mais
me refiro à dor que me causa a soberba desses inventores de
religiões novas, do que à simpatia pela pobreza
religiosa, pobreza de voto, que é opulência no Céu.
Nesse
Saara espiritual encontro uma senhora abadessa montada também
no camelo de sua presunção a caminhar de aridez em
aridez à procura de coisa nenhuma. Deus Meu! ainda pelo
estilo, relevem-me a insistência profissional, e o culto que
tenho pela palavra exata, bem escolhida, ainda por esse mau gosto, ou
por essa ausência total de qualquer gosto que sinto nessa raça
de gente um assombroso vazio. Dir-se-ia que eles se esqueceram de
como é que nós cá fora rimos e choramos.
Escrevem no recto tono dos cartórios. E ousam falar como
"libertadores" e como construtores de um mundo melhor.
Leiam o cap. XX do Apocalipse.
A
senhora abadessa, no seu opúsculo, habla de comunidade, ousa
hablabar de vida em comum e eu tremo só de imaginar, num
requinte de fantasia, na remota possibilidade de um dia me ser
imposta a sua companhia, em comunidade, neste vale de lágrimas.
E corre-me a espinha um calafrio quando penso que existem freiras,
monjas reais de carne e osso, e alma! que vivem dia e noite sob a
presidência daquela senhora abadessa numa Comunidade
blablablada naquele
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para postagem:
http://www.beneditinos.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=23:a-vida-religiosa-ii&catid=6:gustavo-corcao&Itemid=108
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