As crises do mundo moderno fundem-se numa só: a crise do homem; a desagregação é tão pronunciada que se pode supor não estar longe o momento da Providência
Gregório V. Lopes
Damos a seguir, resumidamente, quase diríamos esquematicamente, o que o leitor poderá encontrar por extenso se se der ao trabalho de percorrer nossa coleção.
Em face da Revolução –– Do ponto de vista político-social-econômico, doutrinas e leis cada vez mais igualitárias vão produzindo o desmoronamento das instituições básicas da civilização ocidental (hoje, infelizmente, ex-cristã), como a família e a propriedade; a caminho de um mundo anárquico (no sentido etimológico, an-arquico, sem govemo), sem Estado, em que incontáveis pequenos aglomerados autogestionários, à maneira de tribos, se dispersassem pela face da Terra, como outrora os povos construtores da Torre de Babel. Desapareceriam nesse sorvedouro igualitário, rumo à neobarbárie ecológica, as cidades e os complexos industriais, com seus males e também com o que ainda representam de ordem e de civilização.
Do ponto de vista cultural, músicas e danças como o rock-and roll, com seu caráter frenético, e mesmo satânico; a derrocada das tradições indumentárias rumo ao nudismo total, passando pelas mini-saias, bermudas, top-less e outras vestimentas sumárias do gênero; a decadência das fórmulas de cortesia no trato, substituídas muitas vezes por sons inexpressivos quase guturais como “oi”, “bicho” “tio”, etc.; a mania ecológica que lê no campo, e quiçá na selva, um paraíso; tudo isso caminha célere para um estado de coisas que algum tempo atrás se costumava chamar de “contra-cultura”, ou seja, a destruição de qualquer hábito ou modo de ser que lembrem sequer um ambiente culturalizado.
Do ponto de vista moral, a completa libertinagem de costumes, nas ruas, nas praças, nas casas, tão facilitada e impulsionada pela mídia, pelos modemos métodos anticoncepcionais, pela disseminação do aborto e da eutanásia, pela “naturalidade” com que a homossexualidade vai se expandindo, prenuncia um nundo totalmente permissivo, depravado e sem leis.
Do ponto de vista religioso, a autodemolição da Igreja e um ecumenismo sem fronteiras vão deglutindo a Religião Católica e com ela as assim chamadas igrejas ou denominações religiosas, em favor de um vago espiritualismo, com certas notas comunitárias e de marcado pentecostalismo. Fato que propicia o aparecimento de “gurus” ou “pajés”, “investidos” de “carismas” ou “poderes” que fariam de cada comunidade religiosa uma “igreja” autogestionária, animada por um “inspirado” ou um “sensitivo”. Seria o equivalente religioso da tribo.
* * *
Para viver nesse mundo novo, um tipo humano também novo está em gestação, desde abeat-generation, passando pelos hippies e pelos punks. Um neobárbaro capaz dos maiores crimes como das maiores ingenuidades, sempre com o mesmo estado de espírito amorfo e indiferente, dir-se-ia abobalhado. Nesse novo homem a razão não tem mais papel, entregue que está ele a seus instintos mais primários e presa fácil de impulsos coletivos vindos da tribo ou comunidade, com a qual se identificaria psicológica e até psiquicamente.
Em face do Reino de Maria –– A que estágio dessa caminhada rumo ao infemo –– pois, o que tal situação é, senão a de um mundo sem defesa contra as incursões do poder das trevas? –– a que estágio dessa caminhada Nossa Senhora deterá o processo, por meio do espetacular triunfo de seu Imaculado Coração, previsto em Fátima? Não o sabemos, mas a julgar pelo estado adiantado de decomposição geral, não deve demorar.
Tal vitória marial é a grande, a magnífica perspectiva que se abre diante de nós. Peçamos a Nossa Senhora que apresse a chegada desse dia bendito, cheio de glória para Deus, de confusão para seus inimigos e de perdão e alegria para os que, apesar de suas faltas, não tiverem dobrado o joelho diante do Baal revolucionário. Ainda que para isso tenhamos de passar pelos castigos regeneradores por Ela também anunciados, caso a Humanidade não se convertesse.
Se, de um lado, Catolicismo não tem cessado de precaver seus leitores contra tão espantosa Revolução em curso, de outro, nosso periódico se tem feito arauto de Fátima e de sua celestial Mensagem . Certo de que a confiança na intervenção da Santíssima Virgem é o que pode nos dar ânimo para a luta presente, e fazer-nos participantes de sua vitória num futuro que, esperamos, não esteja longe de nós.
Tais são as perspectivas para o terceiro milênio.Fonte: Catolicismo - http://catolicismo.com.br/materia/materia.cfm/idmat/7B0EB3FB-3048-313C-2E9C815F63504A81/mes/Janeiro1991- Publicado em janeiro de 1991
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