Alberto Carlos Rosa Ferreira das Neves Cabral
Procedamos à leitura do seguinte excerto da Constituição Dogmática “Dei Filius”, emanada da III sessão do Sagrado Concílio Ecuménico Vaticano I – promulgada em 24 de Abril de 1870:
«A Igreja Católica sempre acreditou e ainda crê que existem duas ordens de conhecimento, distintas não sòmente pelo seu princípio, mas também pelo seu objecto.
Pelo seu princípio, porque num conhecemos com a razão natural, e no outro com a razão Divina; pelo objecto, porque além das verdades que a razão natural pode compreender, é-nos proposto de ver os mistérios escondidos em Deus, que não podem ser conhecidos se não forem revelados do Alto. Eis aí o motivo pelo qual o Apóstolo, que também testemunha que Deus foi conhecido pelos pagãos, através das coisas criadas (Rom 1,20) quando fala da Graça e da Verdade provenientes de Cristo (Jo 1,17) declara:
“Ensinamos a Sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que Deus, antes dos séculos, de antemão destinou para a nossa glória. Nenhum dos príncipes deste mundo a conheceu. A nós, porém, Deus a revelou pelo Espírito. Pois o Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as profundidades de Deus” (1Cor 2, 7-8.10). E o mesmo Unigénito bendiz o Pai porque escondeu essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelou aos pequeninos (Mt 11,25). (…)
A Doutrina da Fé, que Deus revelou, não foi proposta à inteligência humana como um sistema filosófico a ser aperfeiçoado; mas como um Divino Depósito, foi confiada à Igreja, Esposa de Jesus Cristo, para que a guarde fielmente, e infalìvelmente a proclame. Consequentemente, o sentido dos Sagrados Dogmas que deve sempre ser mantido é aquele que a Santa Madre Igreja determinou uma vez por todas, e não há necessidade de distanciar-se nunca disso, sob o pretexto, e em nome, de uma inteligência mais profunda.
Crescem, então, e progridem, larga e intensamente, para cada um, e para todos, para um só homem, como para toda a Igreja, a inteligência, a ciência, a sabedoria, segundo os ritmos próprios de cada geração, e de cada tempo, mas exclusivamente na sua ordem, na mesma Fé, no mesmo sentido, e no mesmo pensamento. (…)
Se alguém diz que a Revelação Divina não contém verdadeiros e próprios mistérios, mas que todos os Dogmas da Fé podem ser compreendidos e demonstrados com a razão rectamente instruída, a partir dos principios naturais – SEJA ANÁTEMA.
Se alguém diz que as ciências humanas devem ser tratadas com liberdade, de tal modo, que se as suas afirmações se opuserem à Doutrina Revelada, mesmo assim podem ser reconhecidas como verdadeiras, não podendo ser proscritas pela Igreja – SEJA ANÁTEMA.
Se alguém diz ser possível que aos Dogmas da Igreja, com o progresso da ciência, às vezes lhes devam ser atribuídos sentidos diferentes, do que foi reconhecido pela mesma Igreja – SEJA ANÁTEMA.»
Pelo seu princípio, porque num conhecemos com a razão natural, e no outro com a razão Divina; pelo objecto, porque além das verdades que a razão natural pode compreender, é-nos proposto de ver os mistérios escondidos em Deus, que não podem ser conhecidos se não forem revelados do Alto. Eis aí o motivo pelo qual o Apóstolo, que também testemunha que Deus foi conhecido pelos pagãos, através das coisas criadas (Rom 1,20) quando fala da Graça e da Verdade provenientes de Cristo (Jo 1,17) declara:
“Ensinamos a Sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que Deus, antes dos séculos, de antemão destinou para a nossa glória. Nenhum dos príncipes deste mundo a conheceu. A nós, porém, Deus a revelou pelo Espírito. Pois o Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as profundidades de Deus” (1Cor 2, 7-8.10). E o mesmo Unigénito bendiz o Pai porque escondeu essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelou aos pequeninos (Mt 11,25). (…)
A Doutrina da Fé, que Deus revelou, não foi proposta à inteligência humana como um sistema filosófico a ser aperfeiçoado; mas como um Divino Depósito, foi confiada à Igreja, Esposa de Jesus Cristo, para que a guarde fielmente, e infalìvelmente a proclame. Consequentemente, o sentido dos Sagrados Dogmas que deve sempre ser mantido é aquele que a Santa Madre Igreja determinou uma vez por todas, e não há necessidade de distanciar-se nunca disso, sob o pretexto, e em nome, de uma inteligência mais profunda.
Crescem, então, e progridem, larga e intensamente, para cada um, e para todos, para um só homem, como para toda a Igreja, a inteligência, a ciência, a sabedoria, segundo os ritmos próprios de cada geração, e de cada tempo, mas exclusivamente na sua ordem, na mesma Fé, no mesmo sentido, e no mesmo pensamento. (…)
Se alguém diz que a Revelação Divina não contém verdadeiros e próprios mistérios, mas que todos os Dogmas da Fé podem ser compreendidos e demonstrados com a razão rectamente instruída, a partir dos principios naturais – SEJA ANÁTEMA.
Se alguém diz que as ciências humanas devem ser tratadas com liberdade, de tal modo, que se as suas afirmações se opuserem à Doutrina Revelada, mesmo assim podem ser reconhecidas como verdadeiras, não podendo ser proscritas pela Igreja – SEJA ANÁTEMA.
Se alguém diz ser possível que aos Dogmas da Igreja, com o progresso da ciência, às vezes lhes devam ser atribuídos sentidos diferentes, do que foi reconhecido pela mesma Igreja – SEJA ANÁTEMA.»
São Tomás de Aquino, no seu comentário à Metafísica de Aristóteles, expende um princípio fundamental, não apenas Metafísico, mas igualmente teológico: A causa absolutamente universal, possui necessàriamente também a razão de Fim.
Efectivamente, a incessante mutabilidade contingente em que vivemos – MUTABILIDADE TORNADA CAOS, EM CONSEQUÊNCIA DA PROLONGADA E UNIVERSAL PRIVAÇÃO DA ORDEM SOBRENATURAL – só pode possuir como princípio causal, análogo, infinito, Eterno e Imutável, o próprio Deus Uno e Trino.
Verificamos que os vínculos de causalidade intra-mundanos são unívocos, ainda que sustentados por Deus, enquanto conservador do mundo criado, e Autor do concurso Divino na acção dos entes.
O princípio da causalidade afirma que a causa contém, VIRTUALMENTE, o ser do efeito; mas a causa contingente, ou causa segunda, só se dinamiza com o referido concurso Divino, Metafísico. Além disso, SÓ DEUS CONSTITUI CAUSA DE TODA A PLURALIDADE DE ENTES, NA EXACTA MEDIDA EM QUE CONTÉM VIRTUALMENTE TODO O SER DO MUNDO CRIADO. Por isso se diz que a Sua causalidade é análoga.
Cumpre assinalar que Deus Uno e Trino CONTÉM EM SI A RAZÃO DO SEU SER – TAL É A ASSEIDADE, OU ESSÊNCIA METAFÍSICA DE DEUS. É na Asseidade que reside a explicação última da realidade de Deus e do Mundo. EXPLICAÇÃO ESSA, CUJA PROFUNDIDADE É COMPLETAMENTE INACESSÍVEL À INTELIGÊNCIA CRIADA, MESMO NO ESTADO DE GLÓRIA. Quer dizer: A inteligência contingente sabe que é na Asseidade que reside a referida explicação última, MAS, SENDO FINITA, NÃO PODE ACEDER AO CONTEÚDO DESSA EXPLICAÇÃO – SÓ DEUS PODE.
Mas exactamente pelo que ficou dito, infere-se que Aquele que é Causa, tem necessàriamente que ser Fim.
Este mundo, com a sua duração temporal, numérica, dispersiva, sucessiva, reflecte a degradação do princípio material, o qual, contudo, procura exprimir, à sua maneira, toda a idealidade da forma, a qual, por sua vez, constitui o princípio, da qualidade, da estabilidade, da coesão, do espírito.
Mesmo os santos Anjos, os entes mais perfeitos saídos das mãos de Deus, mesmo eles, SÃO ONTOLÒGICAMENTE, TENDENCIALMENTE, IMUTÁVEIS; MAS DE FORMA ALGUMA POSSUEM A IMUTABILIDADE METAFÍSICA. Quanto mais perfeito um ente se apresenta, menos mutável é. Um Anjo não pode fazer penitência, pois pela sua mesma constituição ontológica, NÃO PODE MODIFICAR UMA DECISÃO UMA VEZ TOMADA.
Na exacta medida em que, POR CRIAÇÃO, proviemos da Simplicidade, da Eternidade, da Imutabilidade absolutas; e a Elas devemos, POR PARTICIPAÇÃO, regressar; então a nossa vida, neste vale de lágrimas, deverá constituir – com o auxílio Sobrenatural de Deus Nosso Senhor – UMA ASCENSÃO PERMANENTE PARA A UNIDADE ESPIRITUAL E SOBRENATURAL.
A Forma, por assim dizer, da nossa vida, terá pois de ser O AMOR SOBRENATURAL A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS, E AO PRÓXIMO POR AMOR DE DEUS.
É terrível o caos em que vivemos, esta pressa patológica que nos envolve, ESTA HORRÍVEL RELATIVIDADE, privados como estamos de APOIO SOBRENATURAL INSTITUCIONAL PARA AS NOSSAS ALMAS.
Nossa Senhora, a nossa querida Mãe do Céu disse à Lúcia: «E tu sofres muito? Não te preocupes, Eu nunca te deixarei; o Meu Imaculado Coração será o teu refúgio, e o caminho que te conduzirá até Deus.»
E tinha igualmente dito a Santa Bernadette de Lourdes: «Eu não te prometo fazer feliz na Terra, mas sim no Céu».
O compêndio de toda a Santidade reside precisamente NA PARTICIPAÇÃO ACIDENTAL, MAS REAL, DOS ATRIBUTOS DE DEUS.
A proópria via unitiva nos introduz na contemplação infusa, na qual a nossa alma constitui como que um Sacrário das liberalidades Divinas; pois nunca olvidemos que pela Graça Santificante, A ALMA SE TORNA ACIDENTALMENTE, AQUILO QUE DEUS É ESSENCIALMENTE. Neste enquadramento, não é exagerado considerar a alma em estado de Graça, como que um Sacrário.
Deus é infinitamente SIMPLES, ou seja, não composto de partes; assim também nós devemos aprender a amar as coisas mais simples, mas que enquanto criadas por Deus, adquirem, EXTRÌNSECAMENTE, um valor infinito. Devemos levar uma vida simples, sincera, pura, sem artifícios, nem formalismos hipócritas; EXACTAMENTE A VIDA MORTAL QUE LEVOU NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.
Deus é ÚNICO, assim nós devemos nos consagrar exclusivamente a Deus, em Si mesmo, e por Si mesmo; e a tudo o mais, sòmente, enquanto reflecte, de alguma forma, a Luz Infinita de Deus. Só os condenados estão, em absoluto, excluídos da esfera do amor.
Deus é ETERNO, e nós, pela nossa alma, e mais ainda pela Graça e pela Caridade, também participamos, já neste mundo, dessa mesma Eternidade. O tempo constitui uma forma degradada de duração, e a nossa Eternidade será uma posse totalmente presente do oceano do ser, em face do qual, a vida terrena será menos do que gotinha de água.
Deus é IMUTÁVEL; precisamente porque é Eterno, é evidentemente imutável, e mais ainda, na sua infinita riqueza, é imóvel; visto que a mudança é própria do tempo do mundo; embora seja certo, que até ao fim do mesmo mundo, as almas que já estão na Eternidade, e os próprios santos Anjos, são EXTRÌNSECAMENTE medidos pelo tempo do mundo.
Deus é INFINITO; porquanto um Ser que possui em Si a razão da Sua existência, NADA PODE TER QUE O LIMITE. Pela Graça Santificante, pelos Dons do Espírito Santo, nomeadamente, a Sapiência e o Entendimento, nós podemos contemplar passivamente, ADORANDO, a inefável plenitude d’Aquele que nos deu a existência, e a essa Luz Infinita, tudo o mais hierarquizar e rectificar.
Deus é IMENSO, isto é, supera infinitamente as categorias do espaço, tal como supera as do tempo. O espaço, como aliás o tempo, são acidentes da substância enquanto reflectem o princípio material, como foi dito. Os Anjos não existem, nem dependem do espaço; quando se diz que um Anjo se encontra em determinado lugar, significamos sòmente que as faculdades desse Anjo estão concentradas ontològicamente num determinado lugar; mas como o Anjo, por muito perfeito que seja, é um ente finito, não pode distribuir a sua acção por uma pluralidade de lugares, SALVO SE ESSA PLURALIDADE SE INSERIR NUM SÓ PRINCÍPIO.
Deus é infinitamente Inteligente e Omnipotente; enquanto que a nossa inteligência é necessàriamente medida pelas realidades que constituem o seu objecto proporcionado, e é medida pelo próprio Deus, enquanto objecto adequado (verdade lógica); é a própria Inteligência Divina que mede todo o ser da Criação (verdade ontológica). Todavia a chave das essências não depende de uma vontade arbitrária de Deus, POIS É INTRÌNSECAMENTE CONFORME AO BEM ABSOLUTO E INCRIADO. Deus não conhece o mundo mediante uma faculdade acidental e mutável dependente do mesmo mundo; mas com toda a Sua Essência Espiritual, Substancial, e cujo meio de conhecimento constitui a Sua mesma Essência.
Deus é Omnipotente, mas essa Omnipotência é limitada pela Sua própria Essência, pela Sua Asseidade, que constitui em Si Mesma uma NECESSIDADE METAFÍSICA, e portanto exclui o contraditório, que Deus não pode operar, porque o contraditório não é ser – É O NADA.
Anàlogamente, Deus não pode proceder mal, na exacta medida em que o mal – É O NADA NA OPERAÇÃO MORAL.
Finalmente, Deus É A PAZ, porque esta constitui o corolário da Sua Verdade, da Sua Bondade, da Sua Santidade; pois que a Verdade e Bondade Infinita, tem necessàriamente que ser Santa, POIS AQUELE QUE OPERA COINCIDE ABSOLUTAMENTE COM A RAZÃO CONSTITUTIVA INFINITA DA NORMA DA OPERAÇÃO. Ora todos estes atributos, constitutivos que são da TRANQUILIDADE ABSOLUTA NA ORDEM ABSOLUTA, são igualmente a ÚNICA FONTE DE PAZ PARA TODA A CRIATURA, CRIADA OU POSSÍVEL, na Terra como no Céu, e até mesmo no estado natural, se acaso não tívéssemos sido, gratuita e obrigatòriamente, elevados à Ordem Sobrenatural.
Como dizia São Paulo: Que a Paz de Deus que sobrepuja todo o entendimento, guarde os nossos corações em Nosso Senhor Jesus Cristo.
A ASCENSÃO RUMO À VERDADEIRA PAZ, MESMO NESTE MUNDO, É CONSTITUTIVA DE UMA PROGRESSIVA IDENTIFICAÇÃO, PERFEITAMENTE EUCARÍSTICA, COM OS SOBERANOS AFECTOS DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, NO TABOR, COMO NO CALVÁRIO; E SEMPRE CONDUZIDOS POR MARIA SANTÍSSIMA, A CRIATURA MAIS PERTO DE DEUS, QUE MAIS O CONHECE, QUE MAIS O AMA, ACIMA DE TODOS OS ANJOS E SANTOS.
Efectivamente, a incessante mutabilidade contingente em que vivemos – MUTABILIDADE TORNADA CAOS, EM CONSEQUÊNCIA DA PROLONGADA E UNIVERSAL PRIVAÇÃO DA ORDEM SOBRENATURAL – só pode possuir como princípio causal, análogo, infinito, Eterno e Imutável, o próprio Deus Uno e Trino.
Verificamos que os vínculos de causalidade intra-mundanos são unívocos, ainda que sustentados por Deus, enquanto conservador do mundo criado, e Autor do concurso Divino na acção dos entes.
O princípio da causalidade afirma que a causa contém, VIRTUALMENTE, o ser do efeito; mas a causa contingente, ou causa segunda, só se dinamiza com o referido concurso Divino, Metafísico. Além disso, SÓ DEUS CONSTITUI CAUSA DE TODA A PLURALIDADE DE ENTES, NA EXACTA MEDIDA EM QUE CONTÉM VIRTUALMENTE TODO O SER DO MUNDO CRIADO. Por isso se diz que a Sua causalidade é análoga.
Cumpre assinalar que Deus Uno e Trino CONTÉM EM SI A RAZÃO DO SEU SER – TAL É A ASSEIDADE, OU ESSÊNCIA METAFÍSICA DE DEUS. É na Asseidade que reside a explicação última da realidade de Deus e do Mundo. EXPLICAÇÃO ESSA, CUJA PROFUNDIDADE É COMPLETAMENTE INACESSÍVEL À INTELIGÊNCIA CRIADA, MESMO NO ESTADO DE GLÓRIA. Quer dizer: A inteligência contingente sabe que é na Asseidade que reside a referida explicação última, MAS, SENDO FINITA, NÃO PODE ACEDER AO CONTEÚDO DESSA EXPLICAÇÃO – SÓ DEUS PODE.
Mas exactamente pelo que ficou dito, infere-se que Aquele que é Causa, tem necessàriamente que ser Fim.
Este mundo, com a sua duração temporal, numérica, dispersiva, sucessiva, reflecte a degradação do princípio material, o qual, contudo, procura exprimir, à sua maneira, toda a idealidade da forma, a qual, por sua vez, constitui o princípio, da qualidade, da estabilidade, da coesão, do espírito.
Mesmo os santos Anjos, os entes mais perfeitos saídos das mãos de Deus, mesmo eles, SÃO ONTOLÒGICAMENTE, TENDENCIALMENTE, IMUTÁVEIS; MAS DE FORMA ALGUMA POSSUEM A IMUTABILIDADE METAFÍSICA. Quanto mais perfeito um ente se apresenta, menos mutável é. Um Anjo não pode fazer penitência, pois pela sua mesma constituição ontológica, NÃO PODE MODIFICAR UMA DECISÃO UMA VEZ TOMADA.
Na exacta medida em que, POR CRIAÇÃO, proviemos da Simplicidade, da Eternidade, da Imutabilidade absolutas; e a Elas devemos, POR PARTICIPAÇÃO, regressar; então a nossa vida, neste vale de lágrimas, deverá constituir – com o auxílio Sobrenatural de Deus Nosso Senhor – UMA ASCENSÃO PERMANENTE PARA A UNIDADE ESPIRITUAL E SOBRENATURAL.
A Forma, por assim dizer, da nossa vida, terá pois de ser O AMOR SOBRENATURAL A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS, E AO PRÓXIMO POR AMOR DE DEUS.
É terrível o caos em que vivemos, esta pressa patológica que nos envolve, ESTA HORRÍVEL RELATIVIDADE, privados como estamos de APOIO SOBRENATURAL INSTITUCIONAL PARA AS NOSSAS ALMAS.
Nossa Senhora, a nossa querida Mãe do Céu disse à Lúcia: «E tu sofres muito? Não te preocupes, Eu nunca te deixarei; o Meu Imaculado Coração será o teu refúgio, e o caminho que te conduzirá até Deus.»
E tinha igualmente dito a Santa Bernadette de Lourdes: «Eu não te prometo fazer feliz na Terra, mas sim no Céu».
O compêndio de toda a Santidade reside precisamente NA PARTICIPAÇÃO ACIDENTAL, MAS REAL, DOS ATRIBUTOS DE DEUS.
A proópria via unitiva nos introduz na contemplação infusa, na qual a nossa alma constitui como que um Sacrário das liberalidades Divinas; pois nunca olvidemos que pela Graça Santificante, A ALMA SE TORNA ACIDENTALMENTE, AQUILO QUE DEUS É ESSENCIALMENTE. Neste enquadramento, não é exagerado considerar a alma em estado de Graça, como que um Sacrário.
Deus é infinitamente SIMPLES, ou seja, não composto de partes; assim também nós devemos aprender a amar as coisas mais simples, mas que enquanto criadas por Deus, adquirem, EXTRÌNSECAMENTE, um valor infinito. Devemos levar uma vida simples, sincera, pura, sem artifícios, nem formalismos hipócritas; EXACTAMENTE A VIDA MORTAL QUE LEVOU NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.
Deus é ÚNICO, assim nós devemos nos consagrar exclusivamente a Deus, em Si mesmo, e por Si mesmo; e a tudo o mais, sòmente, enquanto reflecte, de alguma forma, a Luz Infinita de Deus. Só os condenados estão, em absoluto, excluídos da esfera do amor.
Deus é ETERNO, e nós, pela nossa alma, e mais ainda pela Graça e pela Caridade, também participamos, já neste mundo, dessa mesma Eternidade. O tempo constitui uma forma degradada de duração, e a nossa Eternidade será uma posse totalmente presente do oceano do ser, em face do qual, a vida terrena será menos do que gotinha de água.
Deus é IMUTÁVEL; precisamente porque é Eterno, é evidentemente imutável, e mais ainda, na sua infinita riqueza, é imóvel; visto que a mudança é própria do tempo do mundo; embora seja certo, que até ao fim do mesmo mundo, as almas que já estão na Eternidade, e os próprios santos Anjos, são EXTRÌNSECAMENTE medidos pelo tempo do mundo.
Deus é INFINITO; porquanto um Ser que possui em Si a razão da Sua existência, NADA PODE TER QUE O LIMITE. Pela Graça Santificante, pelos Dons do Espírito Santo, nomeadamente, a Sapiência e o Entendimento, nós podemos contemplar passivamente, ADORANDO, a inefável plenitude d’Aquele que nos deu a existência, e a essa Luz Infinita, tudo o mais hierarquizar e rectificar.
Deus é IMENSO, isto é, supera infinitamente as categorias do espaço, tal como supera as do tempo. O espaço, como aliás o tempo, são acidentes da substância enquanto reflectem o princípio material, como foi dito. Os Anjos não existem, nem dependem do espaço; quando se diz que um Anjo se encontra em determinado lugar, significamos sòmente que as faculdades desse Anjo estão concentradas ontològicamente num determinado lugar; mas como o Anjo, por muito perfeito que seja, é um ente finito, não pode distribuir a sua acção por uma pluralidade de lugares, SALVO SE ESSA PLURALIDADE SE INSERIR NUM SÓ PRINCÍPIO.
Deus é infinitamente Inteligente e Omnipotente; enquanto que a nossa inteligência é necessàriamente medida pelas realidades que constituem o seu objecto proporcionado, e é medida pelo próprio Deus, enquanto objecto adequado (verdade lógica); é a própria Inteligência Divina que mede todo o ser da Criação (verdade ontológica). Todavia a chave das essências não depende de uma vontade arbitrária de Deus, POIS É INTRÌNSECAMENTE CONFORME AO BEM ABSOLUTO E INCRIADO. Deus não conhece o mundo mediante uma faculdade acidental e mutável dependente do mesmo mundo; mas com toda a Sua Essência Espiritual, Substancial, e cujo meio de conhecimento constitui a Sua mesma Essência.
Deus é Omnipotente, mas essa Omnipotência é limitada pela Sua própria Essência, pela Sua Asseidade, que constitui em Si Mesma uma NECESSIDADE METAFÍSICA, e portanto exclui o contraditório, que Deus não pode operar, porque o contraditório não é ser – É O NADA.
Anàlogamente, Deus não pode proceder mal, na exacta medida em que o mal – É O NADA NA OPERAÇÃO MORAL.
Finalmente, Deus É A PAZ, porque esta constitui o corolário da Sua Verdade, da Sua Bondade, da Sua Santidade; pois que a Verdade e Bondade Infinita, tem necessàriamente que ser Santa, POIS AQUELE QUE OPERA COINCIDE ABSOLUTAMENTE COM A RAZÃO CONSTITUTIVA INFINITA DA NORMA DA OPERAÇÃO. Ora todos estes atributos, constitutivos que são da TRANQUILIDADE ABSOLUTA NA ORDEM ABSOLUTA, são igualmente a ÚNICA FONTE DE PAZ PARA TODA A CRIATURA, CRIADA OU POSSÍVEL, na Terra como no Céu, e até mesmo no estado natural, se acaso não tívéssemos sido, gratuita e obrigatòriamente, elevados à Ordem Sobrenatural.
Como dizia São Paulo: Que a Paz de Deus que sobrepuja todo o entendimento, guarde os nossos corações em Nosso Senhor Jesus Cristo.
A ASCENSÃO RUMO À VERDADEIRA PAZ, MESMO NESTE MUNDO, É CONSTITUTIVA DE UMA PROGRESSIVA IDENTIFICAÇÃO, PERFEITAMENTE EUCARÍSTICA, COM OS SOBERANOS AFECTOS DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, NO TABOR, COMO NO CALVÁRIO; E SEMPRE CONDUZIDOS POR MARIA SANTÍSSIMA, A CRIATURA MAIS PERTO DE DEUS, QUE MAIS O CONHECE, QUE MAIS O AMA, ACIMA DE TODOS OS ANJOS E SANTOS.
LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
Lisboa, 16 de Janeiro de 2015
Fonte: Pro Roma Mariana - https://promariana.wordpress.com/2015/01/17/a-ascensao-rumo-a-paz-eterna-e-imutavel/ - Publicado em 17/01/2015
Fonte: Pro Roma Mariana - https://promariana.wordpress.com/2015/01/17/a-ascensao-rumo-a-paz-eterna-e-imutavel/ - Publicado em 17/01/2015
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