14/12/2015

Desaparição do amor e do respeito ao pobre

“A Reforma pôs um dique a esses desregramentos... o puritanismo protestante salvou o mundo da completa dissolução dos costumes”. 

Pe. Leonel Franca S.J


Não posso, porém, deixar de chamar a atenção dos leitores para as modificações introduzidas pela Reforma nas relações de caridade entre ricos e pobres.

A introdução do protestantismo vibrou um golpe de morte contra o espírito da fraternidade cristã. 

Desapareceram o amor e o respeito ao pobre. 

Aboliram-se, aos poucos, os santos costumes que tanto contribuíam para estreitar os laços de simpatia entre os que a Providência desigualou na fortuna. 

É impossível não ver nesta ruptura com as tradições da genuína caridade cristã a primeira origem das rivalidades e ódios de classes que, aumentando com a revolução francesa, vieram em nossos dias a desencadear-se como verdadeiro cataclismo social, que ameaça a estabilidade da civilização moderna.

Fiéis ao nosso programa, demos a palavra a testemunhas contemporâneas. 

“No passado havia cristãos que amavam os pobres ao extremo de chamá-los seus senhores, seus filhos; lavavam-lhes os pés; davam-lhes de comer, serviam-nos à mesa como nosso Senhor Jesus Cristo.

“Hoje, se lhes proíbe a entrada nas cidades; expulsam-nos e fecham-lhes a porta no rosto como se foram réprobos e inimigos públicos...

“Que purificação da Igreja! Que Reforma! Que elementos de união e de concórdia!”.

Fonte: Wizel, Relectio luterismi, II, f. 91-246.
Falando do pauperismo na Inglaterra, tivemos ensejo de notar como entre os protestantes se perpetuou semelhante maneira de tratar a pobreza desvalida.
“Era uso antigo na Saxônia, diz-nos outro reformador, quando se convidava algum estranho, de trazer uma grande bandeja, chamada a bandeja de Deus, na qual de todos os pratos se punha uma porção para os pobres.

“Este caridoso uso infelizmente já vai muito em decadência nas nossas famílias. Era também costume nos domingos e dias de festa oferecer jantar a algum pobre pensionário do hospital ou a outro indigente.

“Hoje só em poucas famílias se conserva esta boa usança”.

Fonte: Chemnitz, Postille, p. 517. Sermão para a XVII Dom. depois da SS. Trindade.
Façamos ponto aqui e concluamos. Evidentemente, a Reforma traz no seu nome o mais pungente dos epigramas. A história no-la mostra, como um grande aborto moral.

Em baixo deste quadro de cores tão carregadas escrevei as inocentes palavras do Sr. Carlos Pereira: 

“A Reforma pôs um dique a esses desregramentos... o puritanismo protestante salvou o mundo da completa dissolução dos costumes”. 

Bibliografia.


BalmesEl protestantismo comparado con el catolicismo,c 23-32;

Baudrillart, L'Eglise calholique, la Renaissance et le Protestantisme, Paris, 1908 ;

H. Denifle, Luther und Luthertum in der ersten quellenmaessig dargestellt, Mainz, 1904, t. 1 passim ;

Doellinger, Die Reformation, ihre innere Entwicklung und ihre Wirhungem im Umfange des lutherischen Bekenntnissen,Regensburg, 1846-1848, t. II, pp. 427-452 ; t. III;

GrisarLuther, Freiburg i. B., 1911, c. 21, pp. 538-63 ;

JanssenGeschichte des deustschen Volkes t. VIII, Freiburg i. B., 1894 pp. 359-493;

Auguste NicolasDu protestantisme et de toutes les hérésies dans leur rapport avec le socialisme, l. II, cc. 4-5; l. 111, c 4 ;

Henry O' ConnorThe only reliable evidence concerning Martin Luther, London, Burns & Oates, 1884, pp. 50-57.


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