Pe. David
Francisquini
Posta a vocação para cuidar das almas, natural é
que todos os chamados ao sacerdócio amem tal vocação e façam dela o eixo em
torno do qual devem gravitar todos os seus ideais, preferências e atividades. O
exemplo foi do próprio Homem-Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, Aquele que nos
chamou.
É lugar comum entre os formados na nossa santa
religião, o papel da família numa sociedade digna desse nome. A família
constitui o fundamento da ordem que deve reinar entre os homens criados à
imagem e semelhança do Criador, para render-lhe glória nesta e na outra vida.
Com tais pressupostos, recordemos a cena de outros
tempos, quando uma família se reunia junto a um altar para rezar um rosário,
gesto que não raras vezes atraía muitas outras famílias naquele sagrado convívio,
para se alimentarem do amor de Deus e do espírito de Fé.
Já antes da oração, enquanto os homens tratavam de
seus negócios e afazeres, suas esposas trocavam notícias e a criançada brincava
alegremente de rodas, separadas por sexo. Dessas famílias piedosas, quantas
vocações brotavam para o sacerdócio e para os conventos?
Fruto típico e profícuo dessas famílias patriarcais
foi a Madre Francisca de Jesus, fundadora, devotíssima de Nossa Senhora e de
Jesus Sacramentado. Filha do Barão do Rio Negro, de Petrópolis, ela nos deixou
belos exemplos de virtude ao morrer em odor de santidade.
Todos se sentiam na obrigação de se reunir e até
mesmo organizar procissões com a participação da vizinhança, até o dia em que
construíssem uma capela. A vida religiosa tinha tal impacto e força de
propagação que, mesmo sem a presença do sacerdote, os católicos construíam
oratórios, capelas, e até igrejas.
Assim nascia uma aldeia na Terra de Santa Cruz, que
mais tarde seria cidade. Aquele monumento era o seu ponto de referência. Era
outro mundo, outra época, outro povo que vivia sob a sombra da Cruz e bafejado
pelas saudáveis influências da doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A manifestação da piedade se encontrava centrada na
freqüência aos Sacramentos e à oração, acompanhados dos atos de devoção. Não
havia féretro que deixasse de passar pelo recinto sagrado da capela da aldeia,
a fim de receber a bênção dos funerais com cuidado e devoção.
O contraste gritante com os nossos dias, quando os
defuntos são transportados para o cemitério sem passar pela igreja, faz-nos
lembrar a máxima latina: “Talis vita, finis ita”. Tal vida, tal morte! Como se
viveu sem praticar a santa religião, assim também morreu e será sepultado.
No Brasil de outrora, a vida social girava em torno
da Igreja: quer no batismo, na crisma, na primeira comunhão, nos matrimônios,
na assistência à missa dominical, nas festas litúrgicas e religiosas, quer nos
sepultamentos. Hoje, se o vigário não for zeloso, quase todos morrem sem assistência
espiritual.
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