Ave Regina Coelorum
Ave Domina angelorum
Salve radix, salve porta
Ex quae mundo lux est orta
Ave Domina angelorum
Salve radix, salve porta
Ex quae mundo lux est orta
Nunca viu a terra uma
alma que, como Maria, com tanta perfeição pusesse em prática o grande preceito do Salvador:
Importa orar sempre e nunca cessar de o fazer (Lc 18, 1). Ninguém melhor do
que Maria nos pode
servir de exemplo, diz Conrado de Saxônia, e ensinar a necessidade da oração perseverante. S.
Alberto Magno escreve que a Divina Mãe foi, abaixo de Jesus, a mais perfeita na
oração, de quantos têm
existido e hão de existir.
1. Primeiramente, a sua
oração foi contínua e perseverante. Desde o primeiro instante de sua vida,
gozava Maria do uso perfeito da razão, como consideramos na festa da
Natividade.
Já então começou a
orar, e, para melhor se entregar à oração, quis encerrar-se no retiro do templo
sendo ainda menina de três anos. Aí, além das horas destinadas a esse santo
exercício, erguia-se de noite e ia orar ante o altar do templo, como revelou a
S. Isabel de Turíngia. Segundo Odilon de Cluni, visitava mais tarde os lugares
do nascimento, da Paixão e do sepultamento de Cristo, para meditar
continuamente nas dores de seu Filho.
2. A Santíssima Virgem
rezava também completamente recolhida e livre de qualquer distração, ou afeto
desordenado, escreve Dionísio Cartuxo.
Ao amor pela oração
uniu o desejo de conversar com seus pais, como revelou a S. Brígida. Sobre o
texto de Isaías: “Eis que a Virgem conceberá e dará à luz” (7, 4) observa S.
Jerônimo que, em hebreu, a palavra almah significa virgem que vive retraída.
Empregando-a, pois, já predisse o profeta o amor de Maria à solidão. No parecer
de Ricardo de S. Lourenço, também as palavras: “O Senhor é contigo” insinuam
essa predileção. Por isso, com todo o direito, exprime-se S. Vicente Ferrer:
Maria só saía de casa para visitar o templo, guardando sempre a modéstia dos
gestos e do olhar. Foi com pressa que passou pelas montanhas em visita a
Isabel, diz S. Ambrósio, ensinando que às virgens convém o fugir do público.
3. Afirma S. Bernardo
que Maria, pelo amor à oração e ao retiro, estava sempre atenta em fugir ao
trato com o mundo.
Rola é por isso o nome
que lhe dá o Espírito Santo. “As tuas faces têm toda a beleza, assim como as da
rola” (Ct 1, 9). Para Vergelo é a rola uma ave solitária e por esse motivo
também é imagem da alma recolhida em Deus. Sim, a Virgem sempre viveu solitária
neste mundo, como num deserto. A ela aplica-se o texto dos Cânticos: Quem é
esta que sobe pelo deserto, como uma varinha de fumo? (5, 6). Eis o comentário
que faz Roberto às ditas palavras: Subiste pelo deserto até a Deus, porque tua
alma amava a solidão. Já Filon dizia: A palavra de Deus é ouvida em lugar
silencioso. O próprio Deus declara, por boca de Oséias: Eu a levarei à solidão
e falarei a seu coração (Os 2, 14). Eis aí o motivo da exclamação do
Pseudo-Jerônimo: Ó solidão, na qual Deus fala e trata familiarmente com os
seus! Assim é, confessa S. Bernardo; pois a solidão e o silêncio, que se gozam
no retiro, convidam a alma a deixar com o pensamento a terra, e a meditar nos
bens celestiais.
Virgem Santíssima, impetrai-nos o amor ao
retiro e à oração, para que, desapegados do amor às criaturas, possamos aspirar
só a Deus e ao paraíso, onde vos esperamos ver um dia, para louvar-vos e amar-vos
sempre, juntamente com vosso Filho Jesus Cristo, por todos os séculos dos
séculos. Amém.
Fonte: Glórias de Maria - Santo Afonso de
Ligório
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