"A condição daqueles que aderiram à verdade católica graças ao dom celeste da fé é completamente diferente da condição dos que, conduzidos por opiniões humanas, seguem uma falsa religião"
DESTAQUE
Certamente que o estado presente do mundo e as técnicas de escravidão às
ideologias reinantes e corruptoras da fé não facilitam a vida cristã. Mas,
precisamente, é para este mundo que os cristãos foram empurrados pela
Hierarquia e segundo o espírito do Vaticano II. Eles ficaram desarmados,
abandonados, privados do ensinamento da doutrina católica, desfigurada por
numerosos catecismos e pregações, face ao desencadeamento da heresia que
encontrou muita cumplicidade aberta e oficial no seio da Igreja.
O personalismo [de Emmanuel Mounier], que desde há muito envenenou o
pensamento católico, é a filosofia dos direitos do homem, da abertura para o
mundo, da liberdade religiosa e do ecumenismo, a filosofia que arrastou o povo
cristão a pensar e argumentar à margem da luz da fé católica e que, em retorno,
solapa esta.
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Rev. Pe. Hervé BELMONT
A realidade é que o povo cristão como um todo perdeu a fé. Claro que só
Deus sonda os rins e os corações, mas é observável e certo que a maior parte
dos cristãos não mais professam a fé da Igreja, nem no seu modo de viver, nem
nas suas palavras quando interrogados sobre sua adesão a esta ou aquela verdade
pertencente ao depósito revelado.
A realidade é que esta “apostasia imanente”, segundo a expressão de
Maritain, foi querida por aqueles que deveriam tê-la impedido e que, pelo
contrário, introduziram e em seguida — quando os efeitos ficaram visíveis —
mantiveram suas causas. Certamente que o estado presente do mundo e as técnicas
de escravidão às ideologias reinantes e corruptoras da fé não facilitam a vida
cristã. Mas, precisamente, é para este mundo que os cristãos foram empurrados
pela hierarquia e segundo o espírito do Vaticano II. Eles ficaram desarmados,
abandonados, privados do ensinamento da doutrina católica, desfigurada por
numerosos catecismos e pregações, face ao desencadeamento da heresia que encontrou
muita cumplicidade aberta e oficial no seio da Igreja.
A realidade é uma reforma litúrgica infestada do espírito do
protestantismo; reforma que não é nem fruto nem expressão da fé da Igreja;
reforma que faz o povo cristão perder o sentido da infinita santidade de Deus
ao esvaziar os testemunhos exteriores de adoração e desviar a liturgia para o
“culto do homem”.
A realidade é que, de fato, os que querem conservar a fé católica,
confessá-la integralmente e produzir as obras dela não podem fazê-lo senão
contra a autoridade, ou ao menos à margem dela.
A realidade é que os autores ou fautores de heresia e de imoralidade
vivem tranquilamente nas estruturas conciliares, e que o franzir as
sobrancelhas, a que alguns espalhafatosos foram sujeitos, não constitui em nada
uma defesa e promoção da fé católica.
A realidade é que a inteligência da fé é destruída pela invasão do
personalismo, que é a filosofia subjacente, empregada pelos textos do Vaticano
II. O personalismo, que desde há muito envenenou o pensamento católico, é a
filosofia dos direitos do homem, da abertura para o mundo, da liberdade
religiosa e do ecumenismo, a filosofia que arrastou o povo cristão a pensar e
argumentar à margem da luz da fé católica e que, em retorno, solapa esta.
Retomemos o segundo parágrafo da Dignitatis Humanæ, no qual
vem definida a liberdade religiosa tal como a entende o Vaticano II:
“O Concílio do Vaticano declara que a pessoa humana tem direito à
liberdade religiosa. Essa liberdade consiste nisto: todos os homens devem estar
subtraídos à coação por parte tanto dos indivíduos quanto dos grupos sociais e
de qualquer poder humano que seja, de tal maneira que em matéria religiosa
ninguém seja forçado a agir contra a sua consciência nem impedido de agir
segundo a sua consciência, tanto em privado quanto em público, sozinho ou
associado a outros, dentro de justos limites.”
Ora, segundo a teologia católica mais certa, é impossível para um
católico abandonar “segundo a sua consciência” a Santa Igreja; assim ensina o
Concílio Vaticano I:
“A condição daqueles que aderiram à verdade católica graças ao dom
celeste da fé é completamente diferente da condição dos que, conduzidos por
opiniões humanas, seguem uma falsa religião; aqueles que receberam a fé sob o
Magistério da Igreja nunca podem ter motivo justo de mudar ou de pôr em dúvida
esta fé”. (20 de abril de 1870, Denzinger n.º
1794)
Fonte: Acies Ordinata
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