10/02/2017

Sou católico, sou tradicional

Perguntamo-nos agora, é a mesma coisa assistir à Santa Missa tradicional ou a qualquer outra Missa? Deveria ser o mesmo para a fé, para o crescimento e o fortalecimento, mas com imensa dor dizemos que não é a mesma coisa
 
Eu vos felicito, porque em tudo vos lembrais de mim, e guardais as minhas instruções, tais como eu vo-las transmiti. 1 Cor. 11, 2
Assim, pois, irmãos, ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja por palavras, seja por carta nossa. 1 Cor. 11, 2
Ó Timóteo, guarda o bem que te foi confiado! Evita as conversas frívolas e mundanas, assim como as contradições de pretensa ciência. 1 Tim. 6, 20.
Tudo nos une ao Senhor
Queridos irmãos, como é belo ver como a própria Virgem Maria cumpriu os preceitos estabelecidos pela lei quando foi apresentada ao templo ainda criança, ou quando foi para ser purificada após o nascimento do Menino Deus. Da mesma forma, como Nosso Senhor também cumpriu as normas estabelecidas. Ambos, Mãe e filho, recitavam os salmos, assistiam ao templo … Ambos nos ensinaram a respeitar a tradição.
Na instituição da Eucaristia, o Senhor disse aos seus discípulos: Fazei isto em memória de mim. Lc. 22, 19. Portanto, cada vez que se oficia o Santo Sacrifício retornamos ao início, voltamos a Nosso Senhor, nós o temos presente, a Ele todo, Sua vida, Seus ensinamentos, Sua Sagrada Paixão. A Santa Missa é una com o Senhor, com o início, com o Calvário. Não há distância, o momento é único, é o eterno presente de Nosso Senhor Jesus Cristo, cujas palavras jamais passarão.
Quando recitamos o Gloria, dizemos: Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém. Nós dizemos, agora e sempre, isto é, toda a tradição, todo o tempo passado e todo tempo vindouro, tudo isso é único, é a única Gloria dada à Santíssima Trindade.
Quando S. S. São Pio V estabeleceu que se inserisse no Missal Romano o prólogo do Evangelho de São João para ser lido ao final da Santa Missa, o fez por inspiração divina. Terminada a Missa e se lê o início do Evangelho de São João para indicar que tudo está ligado ao princípio; porque na segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo tudo será restabelecido à santidade inicial do princípio. O último Evangelho nos recorda a união com o princípio, com Nosso Senhor.
O último Evangelho nos recorda tudo outra vez, lembra-nos da própria obra da Redenção do gênero humano, o pecado original e suas causas, a Encarnação do Verbo de Deus. Tudo volta ao princípio. Quando chegar o fim, o Senhor irá restaurar tudo como era antes do pecado original; mas não sabemos o dia nem a hora. Mas tudo voltará a ser como antes.
Não sabemos o dia nem a hora, porque a nossa salvação dependerá de nossa liberdade, dependerá de nós. Se soubéssemos o dia e a hora já não nos salvaríamos por amor a Deus, mas pelo medo. O Senhor quer que desejemos realmente ir para o Céu, e nos deixa a liberdade para fazer e para não fazer.
Tudo nos liga a Deus. Tudo o que o Senhor determinou que fizéssemos. Tudo o que o Senhor ensinou aos Apóstolos.
A tradição é o caminho da Igreja
Não pode haver ruptura com a tradição da Igreja. A ruptura com a tradição da Igreja leva à confusão e ao caos. Um exemplo simples e ilustrativo, a ruptura com o uso obrigatório da batina levou à anarquia absoluta no uso da maneira de vestir dos eclesiásticos, religiosos e da hierarquia eclesiástica.
São as mesmas a Santa Missa de São Pio V, ou a amálgama de cerimônias estranhas, confusas, ridículas, ofensivas, indecentes, sacrílegas, que denominamos Novus Ordo? Não deveria ter ocorrido, mas, de fato, houve uma completa ruptura entre a Santa Missa tradicional e a que se oficia pelo Missal de Paulo VI. S. S. Bento XVI também disse que o Rito da Missa é o Rito Romano, que se expressa em duas formas, a ordinárias e a extraordinária. Ou seja, um só e único Rito Romano, e, portanto, uma só forma digna, devota, respeitosa, sagrada, santa, de oficiar o Santo Sacrifício da Missa.
Além disso, a ruptura com a tradição na forma de oficiar a Santa Missa levou ao obscurecimento total da fé católica, e do que era uma única forma de oficiar o Santo Sacrifício chegou-se não a uma Nova Missa, mas a um conjunto díspar, amorfo, disparatado, ridículo, ofensivo de cerimônias que têm apenas em comum o desprezo para qualquer sinal tradicional nelas.
Perguntamo-nos se tais sacerdotes que oficiam tão indignamente o Santo Sacrifício soubessem, com certeza, que ao término da Santa Missa seriam julgados por Deus, Nosso Senhor, se continuariam com sua forma irreverente de oficiar, ou, se arrependendo de sua falta de amor pelo Senhor, não celebrariam a Missa com devoção, unção e lágrimas nos olhos?
A misericórdia nos salva, porém…
Sem dúvida alguma a Misericórdia de Deus nos salva da condenação eterna. Porém, para isso, temos de conhecer a Deus, amá-Lo e aceitar a Sua Misericórdia, pois podemos rejeitá-la. Podemos recusar a Misericórdia divina, ou porque não a se conhece e não se a quer conhecer, ou porque, mesmo a conhecendo se a recusa, basta um ato da vontade para isso.
Como Conhecer Deus, como saber de Seu Amor infinito para cada um de nós? Como conhecê-Lo e amá-Lo de verdade? Respondemos que nada melhor do que pelo meio mais excelso que Ele próprio nos deu, deu à Sua Igreja; o tesouro mais resplandecente por sua beleza inigualável, Seu próprio Sacrifício, o Calvário. Apenas contemplando o Senhor, o Calvário, podemos chegar a conhecer a Sua Onipotência, Seu Amor, Sua Misericórdia, em última análise, todos os Seus atributos. Podemos chegar a compreender o quanto nosso Deus ama. Ninguém pode duvidar disso, se é um bom católico.
Perguntamo-nos agora, é a mesma coisa assistir à Santa Missa tradicional ou a qualquer outra Missa? Deveria ser o mesmo para a fé, para o crescimento e o fortalecimento, mas com imensa dor dizemos que não é a mesma coisa. É de tal magnitude a irreverência com que se oficia a nova Missa, é tal o desprezo pelo sagrado na ação que se celebra, que somos invadidos pela generalização que as ofensivas celebrações litúrgicas tomaram.
A Tradição nos liga à santidade primeva
Encontramo-nos numa ruptura com a tradição e, portanto, com o princípio. Estamos diante de um caminhar desorientado que se afasta do início, do próprio Senhor que disse à sua Igreja; fazei isto em memória de mim. Uma nova liturgia que se afasta do mandamento do Senhor, e segue o mandato humano.
A tradição nos une ao princípio. A tradição nos faz um com o Senhor. A tradição nos liga à santidade primeva, constantemente nos lembra essa santidade na qual a Igreja deve viver. A tradição permite fazer presente o eterno princípio, a santidade primeva, o mandato imutável do Senhor.
A tradição é o contínuo presente de nossa fé, de ontem, de hoje e de amanhã. A tradição é a imutável Verdade de Deus presente em Sua Igreja até o fim dos tempos. A tradição litúrgica é a constante novidade do amor de Deus aos homens, o Calvário. O Calvário sempre o mesmo e sempre novo.
A Santa Cruz redentora de Cristo, o contínuo presente que precisa ser vivido em cada Santa Missa para o alimento da fé, a infusão de dons, a salvação das almas do Purgatório, a edificação da Igreja e a glória de Deus.
Sou católico, sou tradicional.
Ave Maria Puríssima.
Pe. Juan Manuel Rodriguez de la Rosa

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