"Entre si repartiram as minhas vestes, e lançaram sorte sobre a minha túnica."
Duplo
de I classe – param. brancos.
Antigamente a Quinta-feira Santa lembrava em primeiro lugar, a
instituição da Eucaristia e, a seguir, a oração e agonia de Jesus no Horto das
Oliveiras. Mais tarde acrescentou-se o rito da reconciliação dos penitentes e a
consagração dos Santos Óleos. Daí teve origem a tríplice celebração desse dia
nos séculos passados: a primeira Missa, com paramentos roxos, era destinada à
reconciliação dos penitentes públicos; a segunda, com paramentos brancos, com o
“Gloria em excelsis” e o Credo, para consagração dos Santos Óleos; e a
terceira, com paramentos vermelhos, para celebrar a instituição da Eucaristia;
durante a terceira Missa podia-se fazer a Comunhão Pascal, mesmo sem guardar o
jejum.
MISSA DA CONSAGRAÇÃO DOS SANTOS ÓLEOS
Esta Missa é toda um louvor aos Santos Óleos, que se usam na
administração do batismo, Crisma, Ordem e Extrema-Unção.
A Missa que segue celebra-se nas igrejas catedrais, onde o Bispo
benze o óleo dos Catecúmenos e dos Enfermos, e prepara o santo crisma, segundo
o rito Pontifical Romano e as normas que seguem.
A benção dos Óleos e a confecção do Crisma se fazem durante a
Missa: o Óleo dos Enfermos antes das palavras do Cânon: Per quem haec omnia que
precedem o Pater Noster; ao invés, o Santo Crisma e o Óleo dos Catecúmenos,
após a Comunhão.
Celebra-se a Missa depois do Tércia.
MISSA VESPERTINA NA HORA DA CEIA DO
SENHOR
Estação
de São João de Latrão
Algumas particularidades distinguem esta Missa:
1º - O véu branco que cobre a cruz, as flores no altar, os
paramentos brancos e o canto do “Gloria” ao som de sinos, campainhas e órgão:
tudo denota o caráter festivo da liturgia que comemora a instituição do
Sacramento do Altar.
2º - Após o Glória, além
do órgão silenciam também os sinos e campainhas, que são substituídos pela matraca
e só voltarão a ser ouvidos no sábado, na solene vigília pascal. A suspensão de
qualquer som que expresse alegria denota o luto da Igreja pela morte do
Redentor. A matraca provém do uso monástico medieval de soar a tábula na agonia
dos monges e na função do Lava-pés. Instrumento de madeira, a matraca era muito
usada nos mosteiros, antes que aparecessem as campainhas.
3º - A omissão do beijo da paz, depois do Agnus Dei, reflete o antiquíssimo uso da Igreja de não dar a paz na
Sexta-feira Santa. Omite-se também como sinal de horror pelo beijo sacrílego e
traidor de Judas.
A Missa lembra especialmente a instituição da Eucaristia e do
Sacerdócio católico (Epístola, Secreta,
Communicantes), e a traição de Judas (Oremos
e Evangelho); mas não falta um aceno à Paixão e Ressureição de Cristo (Introito, Gradual e Ofertorio).
Nota-se o profundo contraste entre os homens que procuram a todo
o custo acabar com Jesus, e este que encontra, na onipotência do seu amor, a
maneira de permanecer conosco, vivo e r4eal na Eucaristia.
Durante a Missa os Sacerdotes e demais membros do clero recebem
a Comunhão das mãos do Celebrante, o que faz relembrar a última Ceia, em que
Jesus deu a Comunhão aos Apóstolos e demais presentes no Cenáculo. Também os
fiéis tomam parte do banquete divino, penhor de imortalidade (Pós-comunhão): façam-no com humildade,
amor e pureza (Evangelho). Os
enfermos e impossibilitados de comparecerem às funções procurem também comungar
em casa.
O Lava-pés
Cristo, Senhor e Mestre, lavou os pés de seus discípulos, para
lhes dar exemplo de humildade e amor fraterno. O tocante rito do lava-pés era
já em uso entre os primeiros cristãos. Não só os simples fiéis e sacerdotes,
mas até Sumos Pontífices e reis gloriavam de cumprir esta piedosa prática.
Solene trasladação e reposição do SS
Sacramento
O altar em que se conserva o Santíssimo
Sacramento para a Comunhão de Sexta-Feira Santa, chama-se Altar da Reposição.
Entrou em uso chamá-lo erroneamente “sepulcro”, como se nele estivesse
encerrado o Senhor Morto. É com a intenção de agradecer ao Divino Redentor a
instituição do sublime Sacramento, que a Santa Igreja convida os fiéis a
fazerem suas visitas de adoração e gratidão ao Senhor, vivo e real na Hóstia
Santa, hoje encerrada no Altar da Reposição.
Desnudação dos altares
A cerimônia consiste em remover do altar as relíquias,
castiçais, toalhas e todos os outros enfeites.
“Missal Romano Cotidiano
Latim-Português – Edições Paulinas - 1959”
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