“Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!”
Pe.
David Francisquini (*)
Estamos comemorando o centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima
aos três pastorinhos em 1917. O leitor poderá indagar se diante de tão marcante
acontecimento da História da Igreja — certamente a mais importante das
aparições da Virgem Maria ao mundo — os homens atenderam ou não aos pedidos da
celeste mensageira.
Para responder
a essa premente pergunta, importa recordar que a Mãe de Deus veio pedir aos
homens oração, penitência, mortificação e mudança de vida, isto é, renúncia à
impiedade e à corrupção dos costumes. E também que cressem e professassem a
doutrina e a Lei de Deus consubstanciada nos Dez Mandamentos.
A Rainha
do Céu e da Terra pediu ainda que se rezasse diariamente o terço e se fizesse a
comunhão reparadora dos cinco primeiros sábados (a qual consiste em se
confessar com a intenção de reparar o Coração Imaculado de Maria, comungar e
passar um quarto de hora meditando sobre os mistérios do Santo Rosário).
Por fim,
de maneira imperiosa, pediu a consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração, a
ser feita pelas autoridades competentes, pois do contrário essa nação espalharia
seus erros pelo mundo. Teria esse pedido — como os outros sugeridos pela Mãe de
Deus — sido atendido pelos homens?
—
Infelizmente não! Poucos foram os que rezaram, e menos ainda os que se
penitenciaram, se converteram e mudaram de vida. O que não deixa de ser um
reflexo do não atendimento do pedido de consagração da Rússia.
1917-2017.
Cem anos da aparição de Nossa Senhora em Fátima. E também cem anos do
bolchevismo na Rússia, o qual foi, e continua sendo, um flagelo para o mundo,
que ele descristianiza através da Revolução gnóstica e igualitária. A crise sem
precedentes que assola a Venezuela e ameaça o Brasil não é alheia aos erros
espalhados pela Rússia.
Como Mãe
de misericórdia, a Rainha dos Céus aparece aos pastorinhos portugueses,
apresentando os meios para a conversão e mudança de vida. Onde está a
conversão? Onde está a penitência? Cumpre lembrar que as aparições de Fátima
aconteceram num momento importante do processo revolucionário, e mesmo se os
homens não atendessem aos pedidos de Nossa Senhora, como mãe bondosa Ela
prometeu: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!”.
Plinio
Corrêa de Oliveira comenta que ao abandonarem os homens a velha tradição
medieval, eles passaram a ter como ideal de vida não mais a Igreja e seus
mandamentos, mas “o Humanismo e a Renascença, que procuraram relegar a
Igreja, o sobrenatural e os valores morais da religião a um segundo plano”.
No campo
social — continua o autor do livro Revolução e Contra-Revolução — “a
introdução do ideal de desestabilizar a sociedade, levando ao caos, por meio da
luta de classe e da violência e a ter hábitos tribais, estruturando-a numa
‘síntese ilusória’ entre o auge da liberdade individual e do coletivismo
consentido, na qual este último acaba por devorar a liberdade”.
E conclui
dizendo que, “segundo tal coletivismo, os vários ‘eus’ ou as pessoas
individuais, com sua inteligência, sua vontade e sua sensibilidade, e
consequentemente com os seus modos de ser característicos e conflitantes, se
fundem, se dissolvem na personalidade coletiva da tribo geradora de um pensar,
de um querer, de um estilo de ser densamente comuns”.
Propriamente,
é a negação da tradição e de todos os valores morais, religiosos, éticos e
culturais, com vistas à implantação da anarquia na sociedade.
Daí a
importância de Fátima e de sua mensagem para esmagar esse multissecular
processo demolidor chamado Revolução, nascido no fim da Idade Média de uma
crise de fé e moral sem precedentes na História. Nossa Senhora veio propor os
remédios para liquidá-lo.
Remédios
bondosamente oferecidos, mas dos quais os homens vêm se recusando a fazer uso.
O que faz entrever um fim análogo ao daqueles doentes que se negam a tomar os
remédios que seus médicos lhes prescrevem…
(*)
Sacerdote da Igreja do Imaculado Coração de Maria – Cardoso Moreira (RJ).
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