06/07/2017

Em tempos de crise, os heróis


"E não só de superpoderes ou grandes habilidades são feitos estes heróis, alguns deles praticam bons atos, em certos momentos, e outros demonstram ser realmente virtuosos."


Paulo Roberto de Oliveira Santos

Diversos heróis foram criados nos Estados Unidos ao longo do século XX, primeiramente ganhando espaço nas histórias em quadrinhos e depois ganhando desenhos animados, seriados, e mais recentemente, filmes. Capitão América, Homem Aranha, Super Homem, Mulher Maravilha, X-Men e tantos outros superpoderosos (ou super humanos) são os responsáveis por salvar sua cidade ou até mesmo todo o planeta das maldades de vilões, alguns também superpoderosos.
Em diferentes épocas e com diferentes intuitos, estes personagens foram criados, sendo o interesse principal, na maioria dos casos, a propaganda americana como guarda da liberdade não só nacional, mas também mundial. E não só de superpoderes ou grandes habilidades são feitos estes heróis, alguns deles praticam bons atos, em certos momentos, e outros demonstram ser realmente virtuosos.
Os interesses geopolíticos dos Estados Unidos fizeram surgir diversos personagens. Porém, os tempos de grave crise devem suscitar verdadeiros heróis; não os personagens superpoderosos, superdotados ou mega habilidosos, mas os homens e mulheres que escolham viver virtuosa e sabiamente, independentemente de qualquer situação.
O tempo urge e a crise é grave. Quem quiser, pode escolher um setor e verá a gravidade da crise: na Igreja, no (des)ordenamento social e jurídico da maioria dos países, na educação, na moralidade, nos costumes, na arte, no Estado e nas suas instituições e especialmente nas famílias. Corrupção, fraude, inveja, ódio, homicídio, roubo, calúnia, mentira, conspiração, injustiça e tantas outras mazelas sempre estarão presentes onde estiver o homem, pois este sempre se inclinará ao pecado e ao erro. Por isso, há a necessidade dos verdadeiros heróis: os sábios que investiguem, conheçam, divulguem e defendam a verdade; os virtuosos que combatam os erros e os pecados com as virtudes e o zelo pelas coisas do céu. E certamente os mártires, que sejam vocacionados a dar suas vidas pela verdade, pelo bem. Isso é heroísmo verdadeiro.
Uma sociedade semelhante já existiu. É chamada Cristandade e predominou na Europa nos séculos V ao XV da Era Cristã. Sim, haviam erros, pecados, mentiras e tantas outras misérias que levam almas para o inferno. Mas haviam os heróis da fé. E havia especialmente um ciclo cultural voltado para as coisas sublimes, para o bem, a verdade, o céu. E havia ainda famílias bem ordenadas, que eram a base para essa sociedade.
Obviamente é possível reestabelecer uma sociedade baseada na virtude e não nos bens materiais que alguém possui ou que quer possuir a qualquer custo. Um dos caminhos é a cultura: se os marqueteiros americanos souberam criar tantos heróis, não saberão os sábios e virtuosos propagar a fé, assim como o soube Santo Inácio de Loyola? Se os engenheiros sociais souberam, pacientemente, moldar um mundo anticristão, não saberão os cristãos, a exemplo dos heróis da fé dos primeiros séculos da Era Cristã, moldar uma sociedade semelhante à Cidade de Deus, como ensinava Santo Agostinho?
Não há dúvidas de que é necessário – heroicamente – a restauração da Igreja e das famílias. E antes disso, é necessária a graça de Deus, que guiou seus santos no estabelecimento de um ciclo cultural capaz de criar tantas pessoas capazes de amar a Deus até o desprezo de si próprias. Esses são os heróis de que os tempos atuais precisam. Não aqueles que lançam teias, escudos, que tem garras e são imortais, que são telecinéticos, que controlam o metal ou que tem supervelocidade. Mas sim aqueles que se revestem da armadura de Deus, que resistam a esses dias maus, que se mantenham inabaláveis no cumprimento de seu dever, que sejam cingidos com a verdade, vestidos com a couraça da justiça, que tenham o escudo da fé e usem a espada da palavra de Deus.

Um comentário:

  1. E muitos heróis da fé estão disfarçados de homens comuns. Sacerdotes por caridade, voltem a usar a batina, ou pelo menos o clergyman.

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