“assisti a trovoadas secas com relâmpagos brutais a cair na floresta, ventos fortíssimos e sempre a mudar de direção e um tipo de nebulosidade que nunca tinha visto… quando julgava que já tinha visto tudo afinal estava enganado”
Luis Dufaur
No centenário das Aparições em que Nossa Senhora de Fátima advertiu os
homens para abandonarem a imoralidade, estamos assistindo a fatos assustadores
e inimagináveis.
Que ano
poderia ser mais propício para a hierarquia católica retomar com fervor e
clareza a pregação moral católica, alicerçada nas palavras de Nossa Senhora em
Fátima?
A moral
familiar, por exemplo, tão necessitada de uma restauração. Essa só poderá vir com
um auxílio sobrenatural, com a frequência digna aos sacramentos, com a
recitação do Terço e a prática das devoções tradicionais.
E o
comunismo, a tintura-mãe de todas as formas da imoralidade? Ele continua sendo
espalhado pela Rússia, mas também pelos agentes da Revolução Cultural, amigos
da “nova-Rússia”, instalados em muitos governos do Ocidente!
Nada!
Nada digno de destaque está sendo feito face à grave decadência moral que
devasta a sociedade no mundo inteiro.
O Papa
Francisco foi a Fátima, canonizou os santos pastorinhos Jacinta e Francisco.
Mas o apelo à conversão pedido em Fátima e que desejávamos ouvir do Santo Padre
com o vigor com que o Beato Urbano II convocou as Cruzadas, não veio.
Fez-se um
impressionante silêncio. Apenas Silêncio?
Multiplicam-se
as blasfêmias e atentados sacrílegos. O inferno já nada respeita.
Em 20 de
abril, o “Diário de Notícias”, jornal de referência de Lisboa, ecoava a
indignação que circulava nas redes sociais portuguesas por um objeto com
aspecto de culto fálico que está à venda em site da Internet como uma versão de
Nossa Senhora de Fátima!
A
blasfema peça cujo nome oficial é “Escultura Nossa Senhora” custa quase 500
reais e foi confeccionada “na
sequência do centenário das aparições”, segundo o “Diário de
Notícias”.
A ofensa
dificilmente poderia ser maior. Nossa Senhora como boa mãe perdoa, mas não
devemos nos espantar se seu Divino Filho faz sentir o que pensa dessa agressão
atroz à Sua virginal Mãe.
O
sacerdote espanhol Alfonso Gálvez denunciou, entre outras coisas, o silêncio
sobre a simples possibilidade de que os recentes incêndios em Portugal (no
distrito Leiria) estejam relacionados com a má recepção da mensagem de Nossa
Senhora em Fátima. O religioso se exprimiu extensamente no site “Adelante la
Fé”.
Ele evoca
quanto foi “desvirtuada e
falsificada a Mensagem de Nossa Senhora” nos presentes dias. E
cita com horror os cultos pagãos e até esotéricos praticados no santuário de
Fátima em nome de um enviesado “ecumenismo”.
O
sacerdote lembra as colunas exteriores do santuário recobertas com as cores
distintivas da agenda LGBT, e outros eventos que antes seriam tidos em conta
de “chacota geral contra os
autênticos devotos da Virgem e contra a verdadeira Fé”.
O Pe.
Gálvez se espanta que ninguém lembre a possibilidade de os incêndios que
eclodiram em Portugal serem consequência das tentativas de enxovalhar a grande
devoção de Fátima.
E conclui
que é perigoso os homens não levarem a sério a infinita paciência de Deus.
Porque nós desconhecemos o ponto em que essa divina e adorável paciência atinge
seu limite, sobre tudo quando insultam Sua Santíssima Mãe.
Em 17 de
junho, os habitantes das aldeias de Pedrógão Grande no distrito de Leiria,
encostado no departamento de Santarém onde fica o santuário de Fátima, viram
eclodir incêndios de características inéditas.
E essa é
a opinião dos mais antigos moradores que assistiram a muitas outras
conflagrações nos bosques locais.
Eles o
descreveram como “uma coisa de
repente que passou e que parecia o diabo”: um incêndio histórico que
se assemelhava a um “inferno
nunca visto”, segundo o “Diário de Notícias”.
O presidente
da Câmara de Pedrógão Grande Valdemar Alves, equivalente a um prefeito,
sublinhou dizendo: “aquele
inferno que me mostravam na igreja quando andava na catequese”. Cfr TSF.
“Foi uma coisa fora do normal”, testemunhou António
Dinis. “Não há explicação, foi
uma coisa de repente que passou e que parecia o diabo”, acrescentou Joaquim Costa.
João
Silva dos Santos, um dos pilotos que atuaram no combate ao incêndio,
relatou: “assisti a trovoadas
secas com relâmpagos brutais a cair na floresta, ventos fortíssimos e sempre a
mudar de direção e um tipo de nebulosidade que nunca tinha visto… quando
julgava que já tinha visto tudo afinal estava enganado”, recolheu o
“Observador”, jornal eletrônico português.
Dezenas
de milhares de hectares foram consumidos pelas chamas. As aldeias ficaram
desabitadas, imersas em mortal silêncio. Cifras provisórias contam 64 mortos e
mais de 200 feridos.
O antigo
comandante dos Bombeiros de Pedrógão Grande, João Dias, confirmou à agência
Lusa: “o vento era como o
diabo, que corria mais do que nós”, segundo Tvi24.
“Como o
diabo” é um modo de dizer, mas quão eloquente!
“Isto foi a morte que saiu à rua”, dizia Maria dos Anjos, de 90
anos, à agência Lusa.
Maria
Augusta Nunes de 84 anos assistiu a muitos incêndios em sua longa vida, mas
nunca vira algo igual e insistia sem vontade de fazer muita metáfora: “o vento era o Diabo que levava o fogo para
todo o lado”, reproduziu o site Ciberia.
Pormenor
expressivo: “da igreja para
cima há luz desde ontem de manhã, da igreja para baixo não há luz”,
contou Vítor Bernardino.
O
primeiro-ministro António Costa falou da “pior tragédia da história recente do país”, informou “O
Globo”.
“Estamos diante da maior tragédia de vítimas humanas
dos últimos tempos por uma calamidade desse tipo” acrescentou, segundo “El
País” de Madri.
O
incêndio começou durante uma tempestade elétrica “seca” (a chuva se evapora
antes de tocar terra, mas com descargas elétricas).
Foi tão
rápido que famílias inteiras que voltavam da praia ou de passeio ficaram
carbonizadas no meio da estrada sem poderem sair de seus carros. Na estrada
nacional EN236 a temperatura atingiu os 1.100ºC quando num forno crematório
atinge 900ºC, segundo “El Mundo”.
O secretário-geral
das Nações Unidas, a União Europeia, o Papa Francisco e as autoridades do
santuário de Fátima enviaram mensagens humanitárias aos atingidos.
Não
encontramos na abundante informação difundida pela Internet, notícias de
eclesiásticos que tenham ido ao local para dar assistência religiosa a feridos,
moribundos e fiéis afundados no desespero pela perda de familiares, amigos e
vizinhos.
“Apenas pensei: ‘meu Deus, nos ajuda porque não
temos mais ninguém’”, contou Paula. Ela viu um carro passando e batendo contra uma
castanheira. “Ficaram todos
carbonizados”, afirmou.
Rezemos
muito por Portugal. Mas o Brasil e o mundo todo não precisam também de muitas
orações em função de tragédias que podem advir e que foram preanunciadas em
1917 por Nossa Senhora em Fátima se não se moralizasse os costumes?
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O britânico
Gareth Roberts, de 36 anos, mora em Portugal há quatro anos conseguiu escapar
das chamas por muito pouco e contou sua história à BBC.
Como a maioria dos mortos, ele estava voltando de
carro para casa com sua mulher e ficaram subitamente envoltos pelo bosque em
chamas. Mas, eles conseguiram descer na aldeia de Mó Grande, também cercada
pelo fogo.
Narrrou o Mr. Roberts “Um homem gritou nos oferecendo abrigo
em sua casa [...], ficamos sem energia e as chamas vieram como um tornado feroz
e vermelho passando pelas janelas. Nós nos encolhemos no chão durante uma hora,
tentando respirar, rezando, chorando”.
“Não sou um homem religioso, mas não tenho vergonha
de dizer: estava rezando, todos estávamos. Não havia mais nada a fazer”.
“Agora a única coisa que posso fazer é rezar por
Portugal”.
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