20/07/2017

República no Brasil: crise, golpe e roubo


"O regime republicano ofereceu ao povo brasileiro prejuízo, violência, corrupção, crises econômicas e políticas, baldeação ideológica, roubo, mentira, destruição de valores; o povo tem sido lesado e enganado, a ponto de estar perdido, sem esperança."


Paulo Roberto de Oliveira Santos
O golpe que inaugurou o regime republicano no Brasil inaugurou também um tempo obscuro na história do país, pois desde então, houve uma sucessão de golpes, intercalado por crises e acompanhado por roubo e corrupção.
A primeira fase do regime republicano, conhecido como República Velha, é marcado pelas relações de clientelismo e coronelismo, herdados do regime monárquico, mas aprofundados e consolidados na República, favorecidos pelo novo modelo de governo adotado no Brasil.
As eleições, que já haviam no governo monárquico, tornaram-se mais frequentes e mais amplas durante a República, pois passam a ocorrer eleições para presidente, e posteriormente para prefeitos (nos municípios) e governadores dos Estados. Somado à ignorância e analfabetismo de boa parte da população brasileira de então, as eleições republicanas fizeram desse mesmo povo presa fácil para os políticos, consolidando o voto de cabresto. Desta forma, os cargos políticos passaram a ser objeto de barganha, de cessão de favores, tendo como resultado a fraude, a violência e outras artimanhas. Com o intuito realizado, isto é, sendo eleito, ocupando o cargo, tomando posse, o político se utilizava do cargo para aumentar suas posses e seu poder.
Tal situação se dava inclusive nos mais elevados níveis e escalões dos governos, especialmente no governo federal, fato demonstrado pela política dos governadores, estabelecida durante o governo de Campos Sales (1898-1902). A Comissão Verificadora, o coronelismo e o voto de cabresto são alguns dos instrumentos utilizados, desde os primeiros anos da República, para institucionalizar a corrupção e a fraude. A política dos governadores é conhecida também como política do café com leite, já que levou à presidência antigos governadores de Minas Gerais - principal produtora de leite na época – e de São Paulo – principal produtor de café no mesmo período. Também foram consagrados como líderes da política nacional os partidos republicanos dos citados Estados.
A política do café com leite só chegou ao fim com um golpe, e acabou dando origem à primeira ditadura brasileira: a Era Vargas. Méritos e acertos poderiam ser enumerados durante o governo de Getúlio Vargas, mas houveram vários prejuízos, como o conflito entre mineiros e paulistas (que eram aliados até 3 anos antes), deflagrado em função do episódio conhecido como Revolução Constitucionalista.
Ademais, a Era Vargas marca ainda o desmando perpetrado por ocasião das intervenções nos Estados e pelo golpe que Getúlio aplicou no próprio mandato, prologando sua permanência à frente do governo brasileiro, o que resultou em 15 anos de Vargas como presidente do Brasil.
Cerca de dez anos após o fim do governo ditatorial de Vargas, nova tentativa de golpe para impedir a posse de Juscelino Kubistchek, e em 1964, inicia-se o regime militar[1]. Com o fim do regime militar e a redemocratização do Brasil, os discursos das ideologias de esquerda, em suas diversas faces, passaram a ser hegemônicos e a dominar os meios culturais, artísticos, midiáticos, acadêmicos, jurídicos e especialmente políticos. Ao mesmo tempo, os brasileiros viram enxurradas de escândalos de corrupção envolvendo desvio de dinheiro público, pagamento de propina a empresários e tantas outras aberrações em todos os níveis e escalões dos governos municipais, estaduais e federal. Os brasileiros presenciaram ainda terríveis e dramáticas crises econômicas e políticas após a redemocratização, às vezes intercalados por períodos de crescimento econômico, mas que se mostraram instáveis e passageiros; o que realmente permanece são as crises.
No referido período houve ainda o inchaço do Estado, que tem se tornado cada vez mais oneroso e ineficiente; e isso tudo vem acompanhado do crescimento de toda espécie de violência e barbárie, do aumento absurdo do consumo e tráfico de drogas, da destruição das famílias e dos valores religiosos e morais, deste que é o país com maior número proporcional de católicos, que foi chamado Terra de Santa Cruz e que tem Nossa Senhora Aparecida como Rainha e Padroeira.
Atualmente, o povo brasileiro sofre novamente com grave crise política e econômica, mas que não são as únicas. A educação pública é vergonhosa, e em muitas ocasiões, não passa de doutrinação ideológica, como seria próprio de uma educação estatal; as universidades públicas, com exceção de alguns campus dos institutos federais, estão predominantemente sucateadas; a saúde é caótica, as pessoas morrem à míngua, e a situação está assim há décadas; a segurança está pior que nunca, já que a violência não cansa de fazer vítimas de norte a sul, de leste a oeste, entre ricos e pobres.
Enfim, o regime republicano ofereceu ao povo brasileiro quase 130 anos de prejuízo, violência, corrupção, crises econômicas e políticas, baldeação ideológica, roubo, mentira, destruição de valores; o povo tem sido lesado e enganado, a ponto de estar perdido, sem esperança. Uma solução eficaz e duradoura se faz imperativa neste momento da história do Brasil.




[1] O regime militar não se iniciou exatamente com um golpe, já que o Congresso declarara vago o cargo de presidente da República e o povo desejava uma intervenção militar para impedir a implantação do comunismo no país, como o demonstra a Marcha das Famílias com Deus pela Liberdade. Entretanto, a intervenção militar deveria terminar o mandato de Jânio Quadros e assegurar as eleições de 1965, mas ficaram no poder por mais de 20 anos.

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