“Como os meninos de Belém “não
com palavras, mas com a morte” deram testemunhos da divindade do salvador, tal
deve ser a nossa vida: “uma profissão das verdades da fé””
Duplo
de II classe – Param. roxos
Estação em São Pedro
A festa dos Inocentes assinalada por
diversos Calendários orientais desde o século IV, não se sabe quando foi
introduzida em Roma, onde revestia-se de um toque de alegria. Mais tarde, a
influência galicana impôs-lhe os sinais de luto e penitência que ainda hoje
apresenta.
Quando a festa não cai em dia de Domingo,
usam-se paramentos roxos e omitem-se o Glória
e o Aleluia, porque, escreve
Callewaert, o triunfo dos Inocentes “não foi logo completo, pois tiveram que esperar
no Limbo o Salvador, para lhes abrir as portas do céu. No Domingo, ao invés –
que é a comemoração da Ressurreição e portanto, coroação do triunfo dos Inocentes
– usa-se o vermelho dos Mártires e o ofício é regular”.
Herodes, vendo-se iludido pelos Magos, que
regressaram aos próprios países por outro caminho, ordenou a horrível matança
dos meninos de Belém e dos arredores, de idade inferior a dois anos, no intuito
de envolver no morticínio o “Rei dos judeus” recém-nascido. O sangue jorrou em
muitas casas (Tr.), mas a
perversidade do tirano, em vez de atingir o Salvador que fugira com seus pais
para o Egito, preparou para o céu uma bela falange (Ev.) de uns trinta meninos, os quais, como primícias dos Mártires,
formam a coroa do Cordeiro e seguem-no por toda a parte (Lição).
Como os meninos de Belém “não com palavras,
mas com a morte” deram testemunhos da divindade do salvador, tal deve ser a
nossa vida: “uma profissão das verdades da fé” (Or.).
Devemos mortificar, em nós mesmos, todas
as paixões desordenadas, receber das mãos de Deus as provas e os infortúnios,
corrigir os defeitos, desprezar o mundo e as suas máximas, cumprir fielmente os
deveres cotidianos, praticar as virtudes cristãs e perdoar àqueles que nos
fazem mal. Destarte, “nossa alma, como o pássaro, livrar-se-á dos laços” da
terra e gozará da liberdade dos filhos de Deus (Of.). Morrendo incessantemente a nós mesmos e aos nossos defeitos,
conseguiremos o Paraíso.
Missal Romano Quotidiano -Latim/Português –
Edições Paulinas 1959
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