15/12/2017

A história da Árvore de Natal

“Doravante, nós chamaremos esta árvore de árvore do Menino Jesus”

Luis Dufaur
Árvore de Natal, árvore de Cristo
Depois do Presépio, a Árvore de Natal é o símbolo mais expressivo da época natalina — sobretudo em tempos passados, nos quais o aspecto comercial do Natal não era tão protuberante e agressivo.
O inventor da árvore de Natal foi São Bonifácio, o apóstolo e evangelizador da Alemanha. 
Em 723 São Bonifácio derrubou um enorme carvalho dedicado ao deus Thor, perto da atual cidade de Fritzlar.
Para convencer o povo e os druidas de que não era uma árvore sagrada, ele abateu-a. 
Esse acontecimento é considerado o início formal da cristianização da Alemanha. 
Na queda, o carvalho destruiu tudo o que ali se encontrava, menos um pequeno pinheiro.
Segundo a tradição, São Bonifácio interpretou esse fato como um milagre. Era o período do Advento e, como ele pregava sobre o Natal, declarou: 
“Doravante, nós chamaremos esta árvore de árvore do Menino Jesus”. 
O costume de plantar pequenos pinheiros para celebrar o nascimento de Jesus começou e estendeu- se pela Alemanha. 
E no século XIX, a Árvore de Natal — também conhecida em alguns países europeus como a “Árvore de Cristo” — espalhou-se pelo mundo inteiro como símbolo da alegria própria ao Natal para se festejar o nascimento do Divino Infante.
(Fonte: Guia de Curiosidades Católicas, Evaristo Eduardo de Miranda)
São Bonifácio derruba árvore sagrada pagã.
Emil Doepler (1855 – 1922).
Uma santa truculência atraiu a bênção da árvore de Natal.
A primeira Árvore de Natal surgiu pelas santas machadadas de São Bonifácio
Quando pensamos em um santo, talvez num primeiro momento não consideramos que essa pessoa seja ousada, empunhe um machado, um martelo ou que derrube árvores como os carvalhos. 
Entretanto, existe um santo assim: é São Bonifácio.
Este santo nasceu na Inglaterra por volta do ano 680. 
Ingressou em um monastério beneditino antes de ser enviado pelo Papa para evangelizar os territórios que pertencem a atual a Alemanha. Primeiro foi como um sacerdote e depois como bispo.
Sob a proteção do grande Charles Martel, Bonifácio viajou por toda a Alemanha fortalecendo as regiões que já tinham abraçado o catolicismo e levou a luz de Cristo àqueles que ainda não o conheciam.
A Árvore de Natal: símbolo católico
pelo apostolado de São Bonifácio.
O escritor Henry Van Dyke o descreveu assim, em 1897, em seu livro The First Christmas Tree (A primeira árvore de natal):
Que pessoa tão boa! Que boa pessoa! Era branco e magro, mas reto como uma lança e forte como um cajado de carvalho.
“Seu rosto ainda era jovem; sua pele suave estava bronzeada pelo sol e pelo o vento.
“Seus olhos cinzas, limpos e amáveis, brilhavam como o fogo quando falava das suas aventuras e das más ações dos falsos sacerdotes aos quais enfrentou
”.
Aproximadamente no ano 723, São Bonifácio viajou com um pequeno grupo de pessoas na região da Baixa Saxônia.

“O Carvalho do Trovão”
Ele conhecia uma comunidade de pagãos perto de Geismar que, no meio do inverno, realizavam um sacrifício humano (onde a vítima normalmente era uma criança) a Thor, o deus do trovão, na base de um carvalho o qual consideravam sagrado e que era conhecido como “O Carvalho do Trovão”.
São Bonifácio, acatando o conselho de um bispo, quis destruir o Carvalho do Trovão não somente a fim de salvar a vítima, mas também para mostrar àqueles pagãos que ele não seria derrubado por um raio lançado por Thor.
O Santo e seus companheiros chegaram à aldeia na véspera de Natal, bem a tempo para interromper o sacrifício. 
Com seu báculo de bispo na mão, São Bonifácio se aproximou dos pagãos que estavam reunidos na base do Carvalho do Trovão e lhes disse:
São Bonifácio não foi ecumênico e cortou a árvore do falso deus Thor.

Aqui está o Carvalho do Trovão e aqui a cruz de Cristo que romperá o martelo do Thor, o deus falso”.
O verdugo levantou um martelo para matar o pequeno menino que tinha sido entregue para o sacrifício. 
Mas, São Bonifácio estendeu seu báculo para impedir o golpe e milagrosamente quebrou o grande martelo de pedra e salvou a vida deste menino.
Escutai filhos do bosque!
Logo, São Bonifácio disse ao povo: 
Após derrubar a árvore da superstição, São Bonifácio prega
a verdadeira árvore da vida: Nosso Senhor Jesus Cristo.
Escutai filhos do bosque! O sangue não fluirá esta noite, a não ser que piedade se derrame do peito de uma mãe. Porque esta é a noite em que nasceu Cristo, o Filho do Altíssimo, o Salvador da humanidade.
“Ele é mais justo que Baldur, maior que Odim, o Sábio, mais gentil do que Freya, o Bom. Desde sua vinda, o sacrifício terminou. A escuridão, Thor, a quem chamaram em vão, é a morte.
“No profundo das sombras de Niffelheim ele se perdeu para sempre. Desta forma, a partir de agora vocês começarão a viver.
“Esta árvore sangrenta nunca mais escurecerá sua terra. Em nome de Deus, vou destruí-la
”.
Então, São Bonifácio pegou um machado que estava perto dele e, quando o brandiu poderosamente ao carvalho, uma grande rajada de vento atingiu o bosque e derrubou a árvore, inclusive as suas raízes. 
A árvore caiu no chão, quebrou-se em quatro pedaços.
Depois deste acontecimento, o Santo construiu uma capela com a madeira do carvalho.
O “Apóstolo da Alemanha” continuou pregando ao povo alemão que estava assombrado e não podia acreditar que o assassino do Carvalho de Thor não tivesse sido ferido por seu deus. 
São Bonifácio olhou mais à frente onde jazia o carvalho e assinalou um pequeno pinheiro e disse:
Relíquia de São Bonifácio venerada na catedral
de Fulda, Alemanha.
Esta pequena árvore, este pequeno filho do bosque, será sua árvore santa esta noite.
“Esta é a madeira da paz…
“É o sinal de uma vida sem fim, porque suas folhas são sempre verdes. Olhem como as pontas estão dirigidas para o céu.
“Terá que chamá-lo a árvore do Menino Jesus; reúnam-se em torno dela, não no bosque selvagem, mas em seus lares; ali haverá refúgio e não haverá ações sangrentas, mas presentes amorosos e gestos de bondade
”.
Desta forma, os alemães começaram uma nova tradição, a qual foi estendida até os nossos dias.
Ao trazer um pinheiro a seus lares, decorando-o com velas e ornamentos e ao celebrar o nascimento do Salvador, o Apóstolo da Alemanha e seu rebanho nos mostraram o que hoje conhecemos como a árvore de Natal.
Árvore de Natal: uma tradição requintada por Santos e reis católicos
O costume de ornar um pinheiro nas festas de Natal data dos tempos do Papa São Gregório Magno (540-604), que impulsionou a cristianização das tribos germânicas no início da época medieval.

Estas tribos tinham o costume esdrúxulo de adorarem árvores e lhes oferecerem sacrifícios.
Os missionários e monges aproveitaram então a forma triangular do pinheiro para explicar aos bárbaros o mistério da Santíssima Trindade.
Mas as coisas não eram fáceis.
A primeira árvore de Natal remonta ao longínquo ano 615. São Columbano, monge irlandês fora à França para abrir mosteiros.
Mas a indiferença dos habitantes era tal que ele estava quase desanimando.
Numa noite de Natal, teve ele a ideia de cortar um pinheiro, única árvore verde nessa época do ano e iluminá-lo com tochas.
Todo mundo ficou intrigado.
A aldeia correu em peso a ver a maravilha.
Então o santo monge pregou o nascimento do Menino Jesus!
Mas são muitas as cidades que disputam a autoria da encantadora árvore.
Segundo muitos, ela nasceu na Alsácia. Lá, na cidade amuralhada de Sélestat, o imperador Carlos Magno passou a Santa Noite do ano 775.
Teria sido ele o inspirador da primeira árvore de Natal.
Posteriormente, os habitantes da cidade deram forma definitiva à arvore natalina católica.
Porém, o documento mais antigo que há em Sélestat é de 1521.
A cidade de Riga, na Letônia, diz ter sido a primeira em expor uma árvore de Natal no ano do Senhor de 1510.
É certo que no século XVI a árvore de Natal era montada no coro das igrejas da Alsácia representando a árvore do Paraíso.
Ela era ornamentada com maçãs para lembrar o fruto da tentação dos primeiros pais.
Mas tinha também representações de hóstias figurando os frutos da Redenção.
Elas também contavam com anjos, estrelas de papel e muitas outras decorações.
Escolhendo a árvore do Paraíso como símbolo das festividades do Natal, a Igreja Católica estabeleceu uma ponte entre o pecado de Adão e Eva numa extremidade, e a vinda de Jesus, o novo Adão que veio regenerar a humanidade nascendo do seio virginal da nova Eva, Nossa Senhora, na outra.
É fato assente que o costume generalizou-se na França quando a princesa Hélène de Mecklembourg o trouxe a Paris em 1837, após seu casamento com o duque d’Orléans.
Em 1841, o príncipe consorte Alberto, esposo da rainha Vitória da Inglaterra, ergueu uma árvore de Natal no castelo de Windsor.
A partir da corte inglesa, então a mais influente da terra, o católico costume propagou-se para todo o povo inglês, e de ali para o mundo inteiro.
O Pinheiro natalino, tradição católica medieval
No Natal, 88% dos alemães enfeitam suas casas com um pinheirinho.
Eles empregam mais de 1,5 bilhão de reais em mais de 28 milhões de árvores tiradas de 38 mil hectares plantados para este fim — informou a Deutsche Welle.
Muitas famílias derrubam a própria árvore. A variedade preferida é abeto do Cáucaso.
A tradição de enfeitar árvores no Natal provém da Idade Média.
A cidadezinha alsaciana de Sélestat é uma das que reivindicam a paternidade da tradição.
Segundo a tradição local, numa noite de Natal, o imperador Carlos Magno pernoitou na localidade e mandou ornar uma árvore para comemorar o nascimento do Menino-Deus.
A partir de então, Sélestat instala solenemente uma árvore natalina na sua igreja principal.
A origem das maravilhosas bolas de Natal

Aproxima-se o Natal e os olhares de voltam para as bolas natalinas sem que muitos saibam sua maravilhosa origem. 
Nos primeiros séculos da árvore de Natal, colocavam-se frutas sobre tudo maçãs vermelhas e bem brilhantes que as crianças comiam na festa de Reis. 
Porém em 1847, Hans Greiner, um mestre vidreiro de Lauscha, cidade alemã da Turíngia, quis agradar seus filhos e imitou com vidro as frutas e nozes que pendiam da árvore natalina. 
Em 1858, uma grande seca deixou sem maçãs e frutas a região de Vosges e Mosela na França. 
Foi então um artesão vidreiro de Meisenthal que fabricou suas maravilhosas bolas. Cfr.: Wikipedia.
As bolas natalinas de vidro alemãs e francesas começaram a conquistar as preferências. 
Mas quando a rainha Victoria da Inglaterra manifestou seu entusiasmo pela árvore de Natal cheia de adornos cristalinos todo o mundo quis ter algo semelhante. 
Os EUA consumiam fabulosas quantidades das bolas de Lauscha e novos fabricantes e novos materiais apareceram.
Após a II Guerra Mundial, o socialismo soviético, espécie de demônio da feiura anticristã estatizou as fábricas de Lauscha que acabaram fechando. 
Com a queda do comunismo, reviveram as antigas tradições e a produção retomou na cidade. 
No mundo todo em cada Natal produz-se mais de 100 milhões dessas bolas filhas do sorriso indizível da Civilização Cristã.

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