“A Missa é aquela que o
Padre diz introibo ad altare Dei, não é isso aí que você fez”.
Introibo ad altare Dei
Havia um Padre, ordenado há cerca de 3 meses na Congregação Missionária
dos Xaverianos, que foi designado para trabalhar como missionário na Amazônia
brasileira, onde há tribos que ficam muito tempo sem Missa, às vezes até três
anos sem nem mesmo ver um Padre; só Deus sabe mesmo de quanto em quanto tempo
essas tribos indígenas têm Missa.
Este Padre recém-ordenado foi rezar a Missa Nova em uma tribo no meio da
selva que havia sido evangelizada pelos Missionários Montfortinos franceses, há
muito tempo atrás. Depois que o Padre rezou a Missa Nova dele, todo contente,
um velho Cacique da tribo veio até ele e disse-lhe:
Padre Pinzon e Padre Navas.
– “Não tem mistério nenhum nisso que você acabou de fazer”.
E o Padre disse:
– “Como não tem mistério? Isso aqui é Missa! Como você pode dizer que
não tem mistério?”
– “Isso não é a Missa”, respondeu o Cacique.
– “E qual que é a Missa?”, indagou o Padre.
– “É aquela que o Padre diz: Introibo
ad altare Dei”, falou o Cacique.
Esse Padre nunca tinha ouvido falar
dessa Missa onde se dizia “introibo ad altare Dei”. No entanto,
essa era a Missa da qual esses índios ficaram privados durante tanto tempo e na
qual aquele velho Cacique havia sido acólito e coroinha do missionário, já
falecido, que evangelizou aquela tribo há tantos anos atrás.
O Padre, ao retornar à sua casa, foi falar sobre a Missa com seu
Superior, que lhe disse:
– “Esses índios ignorantes não sabem nada, por que é que você está indo
atrás deles? Eles não conhecem nada”.
Porém, o Padre foi à biblioteca e
encontrou uma foto do seu Superior rezando a Missa de São Pio V, usando uma
casula e na posição versus Deum. Então ele começou a querer saber
sobre isso e acabou entrando numa crise espiritual. Perdeu tudo o que tinha
(carro, celular, rádio, etc.) e ficou 6 meses sem conseguir rezar a Missa Nova,
aliás, nenhuma Missa, porque ele não conhecia mais a Missa.
Padre Pinzon e Padre Navas |
O Padre voltou para sua terra, a Colômbia, onde encontrou o Pe. Rafael
Navas, que naquela época pertencia à FSSPX (Fraternidade Sacerdotal São Pio X),
e foi quem lhe explicou qual era o problema do Concílio Vaticano II e da Missa
Nova. Pe. Navas conseguiu que ele fosse para La Reja, na Argentina, no
seminário São Pio X. Lá, esse Padre ficou 4 ou 5 anos, onde aprendeu a rezar a
Missa de São Pio V. (Atualmente, Pe. Rafael Navas é o superior do IBP do Chile
e de toda a América Latina)
Voltando para a Colômbia, este Padre
não foi aceito por bispo algum e se tornou padre vago. Por causa disso, ele não
tinha onde dormir, nem onde comer, mas ele tinha a Missa do “introibo
ad altare Dei”, e por isso não desanimou. Durante aproximadamente 8 anos
ele ficou nessa situação: morava com pessoas que queriam a Missa Gregoriana,
rezava a Missa na casa delas, suas coisas ficavam guardadas na rodoviária, com
chave alugada, num armário e por muitas vezes ele não tinha o que comer.
Quando o IBP (Instituto Bom Pastor) foi fundado, o Pe. Navas, que já
estava lá incardinado, chamou esse Padre para que ele também se incardinasse no
IBP. Este Padre, convertido pelo índio, é o Pe. José Luiz Pinzón, atual
Superior do IBP em Bogotá, na Colômbia.
Vejam que ele teve a graça da
conversão pelas palavras saídas da boca de um índio que nada sabia sobre
fenomenologia e nem sobre filosofia escolástica para saber a diferença entre
elas. O que é o sensus fidei! Deus dá a graça, mesmo a um índio no
meio da selva. Às vezes, um índio que está no meio da selva consegue entender
melhor um problema do que a gente aqui, na “civilização”. Notem como a
sabedoria de Deus foi proferida pela boca de um índio: “a Missa é aquela que o
Padre diz introibo ad altare Dei, não é isso aí que você fez”.
Como dizia São Pio de
Pietrelcina: “É mais fácil o mundo ficar sem o sol do que ficar sem a
Missa”. O mundo está de pé porque a Missa Gregoriana nunca deixou de ser
rezada. Mesmo quando Paulo VI “proibiu-a”, houve padres idosos, em comunhão com
Roma, para os quais Paulo VI deu a dispensa para rezá-la e, além disso, em
outros locais continuou-se também rezando a Missa Gregoriana, como em Campos e
na FSSPX. Portanto, a Missa de São Gregório Magno nunca foi interrompida, desde
Nosso Senhor até hoje, e assim ela irá até o final dos tempos.
História relatada pelo Subdiácono
Rafael Scolaro, do Instituto Bom Pastor, no dia 21 de Julho de 2010, em
aula/palestra para o Grupo São Pio V de Curitiba.
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