“Se caio a cada
instante, na fé confiante farei com que Ele me levante” (Santa Elizabete da
Trindade)
Por Rodrigo
Nascimento
Para aqueles que lutam arduamente
para se manterem longe do pecado, cada situação de queda traz à tona a
impotência e frustração. É um misto de falta de esperança em nós mesmos e
questionamento acerca da ação de Deus.
No que diz respeito a nós, nos
enganamos em achar que, com nossas próprias forças, temos capacidade de
permanecer puros. E a frustração está precisamente em nos depararmos com nossa
limitação. A respeito de Deus, passamos a questionar se Ele, de fato, está
realmente intervindo, com Sua graça, para que não mais pequemos ou se está nos
deixando à nossa própria sorte.
Esses dois aspectos têm sua fonte na
soberba, enraizada em nós como consequência do pecado original. No nosso
íntimo, travamos uma batalha entre sermos totalmente dependentes de Deus e
bastarmos a nós mesmos. Esse é o ponto central de nossa conversão,
principalmente a nós, homens, que tendemos à independência e à
autossuficiência.
Todavia, há situações que se nos
apresentam que tiram completamente o controle das nossas mãos e nos violentam
profundamente, colocando em xeque a nossa percepção de si e de nossa capacidade
de intervir e solucionar.
São grandes batalhas. Podem se
apresentar como pecados com os quais lutamos ao longo de anos — e frequentemente
caímos, apesar do esforço —; enfermidades que implodem o frágil edifício da
nossa inconsciência de que somos transitórios; situações adversas que nos
“tiram o chão”. Nesses casos, porque Deus permite que isso ocorra?
"E tudo o que Ele quer, por
muito mau que nos pareça, é, em verdade, muito bom” (São Thomas More).
Justamente, temos de contemplar as
batalhas como providência de Deus para a nossa conversão e salvação.
Os metais preciosos são forjados no
fogo, a altas temperaturas, e são completamente desfigurados e, depois,
inseridos num molde e reconstruídos para uma finalidade específica. Esse calor
intenso, não altera somente a forma, mas, sobretudo, as propriedades do metal,
aumentando sua rigidez e durabilidade.
Tais batalhas podem, na graça, se
tornar essa grande forja em que almas santas são remodeladas com uma única
finalidade: romper-se em caridade ardente e completa, fundindo-se, para todo o
sempre, com Deus. Isso desde que tenhamos nosso coração ancorado no céu; a
pátria celeste deve ser sempre o horizonte.
Os tempos de luta permitem que nossa
alma se fortaleça, aumentando a nossa esperança em Deus e descobrindo a nossa
limitação. O esforço para ser melhor, tendo-se reconhecido os limites humanos
e, por outro lado, abandonando-se à graça, é a grande fornalha que forma os
guerreiros mais nobres, almas santas e virtuosas.
Todos os atletas se impõem a si
muitas privações; e o fazem para alcançar uma coroa corruptível. Nós o fazemos
por uma coroa incorruptível. Assim, eu corro, mas não sem rumo certo. Dou
golpes, mas não no ar. Ao contrário, castigo o meu corpo e o mantenho em
servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de eu ter pregado aos
outros” (I Cor 9,25-27).
A vida de oração é a porta de entrada
através da qual nosso esforço encontra a graça. É um antídoto para a soberba e
um alento para as quedas. É a arma essencial nessa batalha que perdura ao longo
da vida. Batalha esta que nós, homens, devemos assumir com urgência.
Peçamos a Nosso Senhor Jesus Cristo a
virilidade necessária.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Antes de postar seu comentário sobre a postagem, leia: Todo comentário é moderado e deverá ter o nome do comentador. Comentário que não tenha a identificação do autor (anônimo), ou sua origem via link e ainda que não tenha o nome do emitente no corpo do texto, bem como qualquer tipo de identificação, poderá ser publicado se julgar pertinente o assunto. Como também poderá não ser publicado, mesmo com as identificações acima tratadas, caso o assunto for julga impertinente ou irrelevante ao assunto. Todo e qualquer comentário só será publicado se não ferir nenhuma das diretrizes do blog, o qual reserva o direito de publicar ou não qualquer comentário, bem como de excluí-los futuramente. Comentários ofensivos contra a Santa Madre Igreja não serão aceitos. Comentários de hereges, de pessoas que se dizem ateus, infiéis, de comunistas só serão aceitos se estiverem buscando a conversão e a fuga do erro. De indivíduos que defendem doutrinas contra a Verdade revelada, contra a moral católica, de apoio a grupos ou ideias que contrários aos ensinamentos da Igreja, ao catecismo do Concílio de Trento, ferem, denigrem, agridem, cometem sacrilégios a Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo, a Mãe de Deus, seus Anjos, Santos, ao Papa, ao clero, as instituições católicas, a Tradição da Igreja, também não serão aceitos. Apoio a indivíduos contrários a tudo isso, incluindo ao clero modernista, só será publicado se tiver uma coerência e não for qualificado como ofensivo, propagador do modernismo, do sedevacantismo, do protestantismo, das ideologias socialistas, comunistas e modernistas, da maçonaria e do maçonismo, bem como qualquer outro tópico julgado impróprio, inoportuno, imoral, etc. Alguns comentários podem ser respondidos via e-mail, postagem de resposta no blog, resposta do próprio comentário ou simplesmente não respondido. Reservo o direito de publicar, não publicar e excluir os comentários que julgar pertinente. Para mensagens particulares, dúvidas, sugestões, inclusive de publicações, elogios e reclamações, pode ser usado o quadro CONTATO no corpo superior do blog versão web. Obrigado! Adm do blog.