28/02/2018

Minha herança no momento da morte


Na verdade, nossa vida deve ser uma constante preparação para a morte; uma meditação constante sobre nossos últimos momentos na Terra; sobre a vaidade do mundo, seus “amores”, atrações, alegrias...”


Padre Juan Manuel Rodríguez de la Rosa
Queridos irmãos, lembro-me das palavras da Beata Isabel da Trindade, uma Carmelita Descalça, que suspirou em seu leito de morte ante ao crucifixo que segurava entre suas mãos: Quanto nós te amamos! Que herança linda e alegre! Esta é a verdadeira herança da alma, uma herança que é passada, presente e futura; na realidade, é uma herança única, porque é um presente eterno. Herança imperfeita na terra, perfeita no céu.
Se quisermos considerar a herança que deixaremos após a nossa morte, não há mais do que uma: minha herança nas virtudes, minha herança virtuosa e sagrada; minha herança cheia do amor de Deus; minha herança de morte para mim mesmo. Herança da rejeição do pecado, do mundo e do diabo. Hereditariedade crucificada com Cristo na “cruz” pessoal de cada um.
Pode haver outra herança no momento da morte? Pobre e infeliz a alma, se em seus últimos momentos apenas pensa em sua herança “terrena”, em suas obras materiais, nas ações que o mundo elogiou e aplaudiu; em seus méritos pessoais, em suas habilidades pessoais, em seu valor pessoal; em seu “trabalho” que ele deixa para os outros. Infeliz a alma que em seus últimos momentos olha para trás, e não para frente, para o futuro iminente em que será julgado por tudo o que fez e parou de fazer no passado. Infeliz se você olhar para trás, não se arrepender de seus pecados, mas se gabar da “herança” que você construiu. Bem-aventurada a alma que no leito de morte olha para trás com uma dor real por não ter cumprido o seu plano divino. Bem-aventurada a alma que, em seus últimos momentos, anseia pelo perdão divino, pelos últimos sacramentos.
Nossa vida será julgada, todos nossos atos serão pesados ​​na balança da justiça divina. A liberdade que recebemos de Deus será colocada à luz da vontade divina em nossas vidas. Devemos responder às nossas decisões e ações tomadas livremente. O tempo da misericórdia dará lugar ao tempo do julgamento. É justo e santo. É o plano de Deus para cada alma. É o amor infinito de Deus que ama justamente, como somente Ele pode fazê-lo, e Ele o faz.
Na verdade, nossa vida deve ser uma constante preparação para a morte; uma meditação constante sobre nossos últimos momentos na Terra; sobre a vaidade do mundo, seus “amores”, atrações, alegrias... Se algo bom e proveitoso pudéssemos fazer pelos outros, é a obra exclusiva de Deus, se fizemos o erro, é culpa nossa. Que glória? Com o que estamos satisfeitos? Em que herança posso pensar que não seja a gratidão para com Deus e contrição por meus pecados?
A cada momento que passa de nossa vida está mais perto desse dia, o último, no qual vamos saber qual será o nosso futuro eterno: a salvação ou a condenação. Com que ingenuidade e descrença tantos vivem suas vidas miseráveis, sem pensar que o último dia chegará! Vemos morrer a nossa volta, e muitos não se afetam, não ligam, não questionam nada, como se eles nunca serão tocados pela morte. Eles vivem como se não tivessem que morrer. Não imaginam, ao menos, que serão julgados por aquele que derramou seu precioso Sangue para a nossa Redenção. A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo não foi em vão, embora, para muitos tenha sido, mas foi um ato de amor infinito de Deus, demonstrando a grande responsabilidade que é a liberdade dada ao homem, a qual terá que responder das ações oriunda dessa liberdade perante o Preciosíssimo Sangue; Foi um ato de Justiça Divina muito sábia, que exige que nossa vida seja confrontada com a vontade de Deus sobre ela.
Olhe para trás, para cada instante da sua vida, tenha medo e tremor, busque o verdadeiro amor de Deus para o tempo que resta e que o futuro seja um tempo de reparação, de purificação, de perfeita contrição pelos esquecimentos de Deus; tenha uma vida crucificada com Jesus Cristo; uma vida virtuosa, santa, com verdadeiro desprezo do pecado e desejo de cumprir perfeitamente a vontade de Deus.
Quão belo e lindo poder dizer no nosso leito de morte:
Jesus, como te amamos!
Ave Maria Puríssima. 
Tradução: Blog Salve Regina!



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