29/03/2018

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO E MORTE DO SENHOR


“Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos, porque remistes o mundo por meio de vossa Cruz”

Estação em Santa Cruz de Jerusalém
Duplo de I Classe – param. pretos

A liturgia desta Sexta-feira conserva a simplicidade antiga: profundo caráter de luto e de tristeza, muito bem expresso nos altares completamente desnudos, e nos paramentos pretos, bem como no silêncio dos sinos e do órgão, na melancolia dos ritos e das melodias, e particularmente da ausência do Sacrifício da Missa, substituído pela adoração da Cruz e pela Comunhão.

A Solene Ação Litúrgica deve celebrar-se pelas 15 horas; nunca antes das 12 nem depois das 21. Consta de quatro partes: as Leituras das Profecias e da Paixão, as solenes Orações dos Fiéis, Adoração da Cruz e Comunhão.

Solene Ação Litúrgica Vespertina
O altar esteja completamente desnudado: sem Cruz, nem castiçais, nem toalhas.

Todo o coro deve participar da função.

Use cada clérigo as vestes corais: o Celebrante e o Diácono usam estolas preta, além do amito, alva e cíngulo que também o Subdiácono usa.

Primeira parte: as leituras
As leituras, cantos, orações e cada uma das cerimônias do rito de hoje, antes da solene Adoração da Cruz, representam o verdadeiro tipo das antigas funções litúrgicas, em uso até fins do Século VI. A prostração dos Ministros exprime o luto e a dor da Igreja pela morte de Jesus Cristo. Esta primeira parte da função relembra a Paixão e Morte de Jesus Cristo: a profecia de Oséias (I Leitura) prediz a Morte e Ressureição do Salvador, e Moisés, na II Leitura, descreve a cerimônia do Cordeiro Pascal, figura do sacrifício de Cristo, o “Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo”.

O Evangelho de São João descreve a realização das profecias que anunciavam os sofrimentos e Morte do Cristo.

Segunda parte: as solenes orações dos fiéis
As preces que seguem são uma reminiscência da grande Oração dos Fiéis que se fazia antigamente no Ofertório das Missas, tendo sempre em vista as necessidades do povo Cristão. Ainda hoje, como para relembrar esse antigo costume, é que se diz Oremos, antes da antífona do Ofertório.

Terceira parte: solene adoração da Cruz
Foi em Jerusalém, no Século IV, que teve origem a solene adoração da Cruz na Sexta-feira Santa.

A Cruz foi instrumento escolhido por Nosso Senhor para realizar a obra de nossa redenção. Especialmente neste dia que nos lembra a morte do divino Crucificado, imprimamos em suas chagas sacrossantas o beijo do nosso mais vivo arrependimento, do mais ardente amor, da mais sentida gratidão e do mais firme propósito para uma vida sempre cristã.

Os Impropérios que se cantam durante a adoração da Cruz, são os lamentos e repreensões que o Salvador dirige ao seu povo e a cada um de nós, que ao invés de correspondermos com amor aos seus benefícios, lhos pagamos com a mais profunda ingratidão.

As três prostrações que se fazem em cada etapa do descobrimento da Cruz, são a um tempo lembrança e reparação dos três ultrajes sofridos por Jesus durante a Paixão: a bofetada do soldado na casa de Caifás; a flagelação e coroação de espinhos no pretório de Pilatos, e os escárnios dos inimigos no alto do Calvário.

Quarta parte: a Comunhão
Introduzida neste dia pela nova reforma da Semana Santa, a Comunhão tem por escopo fazer-nos participar, de modo mais perfeito, dos frutos da Redenção. Na verdade, comungando recebemos o mesmo Cristo misticamente imolado no Santo Sacrifício da Missa, que é a renovação do Sacrifício cruento efetivado no alto do Calvário. Na sua tristeza pela morte do Salvador, a Igreja, no dia der hoje, não sacrifica, isto é, não celebra a Santa Missa; distribuí, porém a Comunhão, na qual todos e cada um dos fiéis recebem o Cristo vivo e real, para este a todos e a cada um faça participante de seus méritos infinitos.

“Missal Romano Cotidiano Latim-Português – Edições Paulinas - 1959”

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