“Nós vos adoramos, ó
Cristo, e vos bendizemos, porque remistes o mundo por meio de vossa Cruz”
Estação em Santa Cruz de Jerusalém
Duplo de I Classe – param. pretos
A liturgia desta Sexta-feira conserva a
simplicidade antiga: profundo caráter de luto e de tristeza, muito bem expresso
nos altares completamente desnudos, e nos paramentos pretos, bem como no
silêncio dos sinos e do órgão, na melancolia dos ritos e das melodias, e
particularmente da ausência do Sacrifício da Missa, substituído pela adoração
da Cruz e pela Comunhão.
A Solene Ação Litúrgica deve celebrar-se pelas 15 horas; nunca antes das 12 nem depois das 21. Consta de quatro partes: as Leituras das Profecias e da Paixão, as solenes Orações dos Fiéis, Adoração da Cruz e Comunhão.
A Solene Ação Litúrgica deve celebrar-se pelas 15 horas; nunca antes das 12 nem depois das 21. Consta de quatro partes: as Leituras das Profecias e da Paixão, as solenes Orações dos Fiéis, Adoração da Cruz e Comunhão.
Solene Ação Litúrgica Vespertina
O altar esteja completamente desnudado: sem Cruz, nem castiçais, nem
toalhas.
Todo o coro deve participar da função.
Use cada clérigo as vestes corais: o Celebrante e o Diácono usam estolas
preta, além do amito, alva e cíngulo que também o Subdiácono usa.
Primeira parte: as leituras
As leituras, cantos, orações e cada uma
das cerimônias do rito de hoje, antes da solene Adoração da Cruz, representam o
verdadeiro tipo das antigas funções litúrgicas, em uso até fins do Século VI. A
prostração dos Ministros exprime o luto e a dor da Igreja pela morte de Jesus
Cristo. Esta primeira parte da função relembra a Paixão e Morte de Jesus
Cristo: a profecia de Oséias (I Leitura)
prediz a Morte e Ressureição do Salvador, e Moisés, na II Leitura, descreve a cerimônia do Cordeiro Pascal, figura do sacrifício
de Cristo, o “Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo”.
O Evangelho de São João descreve a
realização das profecias que anunciavam os sofrimentos e Morte do Cristo.
Segunda parte: as solenes orações dos fiéis
As preces que seguem são uma
reminiscência da grande Oração dos Fiéis
que se fazia antigamente no Ofertório das Missas, tendo sempre em vista as
necessidades do povo Cristão. Ainda hoje, como para relembrar esse antigo costume,
é que se diz Oremos, antes da
antífona do Ofertório.
Terceira parte: solene adoração da Cruz
Foi em Jerusalém, no Século IV, que
teve origem a solene adoração da Cruz na Sexta-feira Santa.
A Cruz foi instrumento escolhido por
Nosso Senhor para realizar a obra de nossa redenção. Especialmente neste dia
que nos lembra a morte do divino Crucificado, imprimamos em suas chagas sacrossantas
o beijo do nosso mais vivo arrependimento, do mais ardente amor, da mais
sentida gratidão e do mais firme propósito para uma vida sempre cristã.
Os Impropérios
que se cantam durante a adoração da Cruz, são os lamentos e repreensões que o
Salvador dirige ao seu povo e a cada um de nós, que ao invés de correspondermos
com amor aos seus benefícios, lhos pagamos com a mais profunda ingratidão.
As três prostrações que se fazem em
cada etapa do descobrimento da Cruz, são a um tempo lembrança e reparação dos
três ultrajes sofridos por Jesus durante a Paixão: a bofetada do soldado na
casa de Caifás; a flagelação e coroação de espinhos no pretório de Pilatos, e
os escárnios dos inimigos no alto do Calvário.
Quarta parte: a Comunhão
Introduzida neste dia pela nova reforma
da Semana Santa, a Comunhão tem por escopo fazer-nos participar, de modo mais
perfeito, dos frutos da Redenção. Na verdade, comungando recebemos o mesmo Cristo
misticamente imolado no Santo Sacrifício da Missa, que é a renovação do
Sacrifício cruento efetivado no alto do Calvário. Na sua tristeza pela morte do
Salvador, a Igreja, no dia der hoje, não sacrifica, isto é, não celebra a Santa
Missa; distribuí, porém a Comunhão, na qual todos e cada um dos fiéis recebem o
Cristo vivo e real, para este a todos e a cada um faça participante de seus
méritos infinitos.
“Missal
Romano Cotidiano Latim-Português – Edições Paulinas - 1959”
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