“Cantai jubilosos a Deus, nosso auxílio; louvai ao
Deus de Jacó”
5. PROLONGAMENTO: Tempo depois da Páscoa
Triunfo de Jesus e da humanidade sobre o pecado
O período pascal é o
tempo que vai da Páscoa até Pentecoste. Suas origens antiquíssima remontam aos
primeiros decênios do segundo século. Por ser composto de cinquenta dias, esse
período era, nos primeiros tempos, chamado Quinquagésima, e se considerava uma
festa continua da Páscoa.
Comentário Dogmático
– Jesus Cristo, após a Ressurreição, permaneceu neste mundo quarenta
dias, a fim de demonstrar, nas frequentes aparições, que estava realmente
ressuscitado, e assim confirmar na fé os discípulos e instruí-los mais
profundamente. O Divino Mestre colocou as bases da Igreja e preparou os
discípulos para a vinda do Espírito Santo.
Após os quarenta
dias, subiu ao céu, onde está sentado à direita de Deus Pai. É o mistério da
Ascensão ou Subida de Jesus; é a glorificação definitiva da natureza humana de
Cristo, a qual, por estar unida à natureza divina na única pessoa do Verbo
Eterno, e por se ter sacrificado para a glória do Pai e a redenção do mundo,
acha-se para sempre à direita de Deus Pai, acima de todas as criaturas celestes
e terrestres. Cristo sendo Deus como o Pai, é Senhor de tudo e de todos. A
Ascensão mostra-nos o mesmo Cristo que, também como Homem, recebe no céu a
adoração dos Anjos e Santos, que veem nele as duas naturezas divina e humana
unidas perfeitissimamente na Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.
Ensinamento ascético
– No tempo Pascal podemos sentir a doce presença de Jesus, contemplar sua
humanidade ressuscitada, imitar seus exemplos e reconhece-los como nosso Deus,
Senhor e Redentor.
O verdadeiro escopo
do Tempo Pascal resume-se nesta recomendação de São Paulo: “Se ressuscitastes
com Cristo, procurai as coisas do alto... aspirai às coisas do céu e não da
terra” (Col. 3, 1-2).
Devemos destruir em
nós as raízes dois sete vícios capitais, as infidelidades às boas inspirações,
os afetos terrenos e sensíveis, as intenções e anseios mundanos. Devemos
tornar-nos castos, sóbrios, caridosos, humildes, mansos, fervorosos e
generosos.
Caráter litúrgico
– Expressão característica desse Tempo, o Aleluia repete-se com
mais frequência nas partes corais da Missa, nas antífonas, versículos e
responsórios.
Nesse Tempo os
Apóstolos e Mártires, pela semelhança com Jesus no sacrifício cruento da
própria vida, tem Ofício e Missa especiais.
Na aspersão antes da
Missa solene, ao invés da antífona Aspérges, canta-se o Vida
aquam, que alude ao Batismo.
Domingo “in Albis” –
Oitava da Páscoa
Duplo de I classe-
Param. Brancos
Estação de São Pancrácio
Este dia não faz
parte da festa da Páscoa (Or.), mas desde o Século VIII é considerado
como oitava da Páscoa.
A basílica de São
Pancrácio foi construída sobre as catacumbas de Otavilla, onde foi sepultado o
mártir. A escolha da estação pode-se explicar de três maneiras: a) São
Pancrácio era jovem de seus catorze anos e a ele podia-se aplicar (como aos
neófitos) a doutrina da infância espiritual (Intr., Ep.); b) o Mártir
era considerado pelos romanos como testemunha dos juramentos pronunciados sobre
seu tumulo; mas, como as obrigações mais sagradas são as assumidas no Santo
Batismo, era, portanto, natural conduzir os néo-batizados, para reafirmar seus
deveres para com Deus, à basílica de São Pancrácio; c) o primeiro aniversário
de Batismo dos neófitos adultos, em Roma, era festejado com particular
solenidade na segunda-feira depois do Domingo in Albis, chamada Pascha
annotinum. Caindo em desuso a celebração por falta de neófitos (Séc.
VII-IX), julgou-se oportuno supri-la com a estação na igreja de São Pancrácio.
Os cristãos são como
meninos necessitados do leite espiritual da fé (Intr.) que se funda
sobre Deus uno e trino (Ep.) e tem como dogma fundamental a Ressurreição
de Jesus Cristo, confirmada pelas aparições aos Apóstolos e às piedosas
mulheres no dia de Páscoa (Al., Of.) e pela constatação de São Tomé, o
qual, oito dias depois, teve a dita de tocar as feridas do Mestre (Ev., Com,).
A fé é provada pelas boas obras. Demos testemunho dela com uma vida cristã e
fervorosa.
“Missal Romano Cotidiano Latim-Português – Edições
Paulinas - 1959”
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