21/06/2018

Dom Athanasius Schneider e a Missa


A Igreja é humana e no seu nível humano está actualmente a sofrer uma dolorosa paixão, participando na Paixão de Cristo.


Transcrevemos parte de entrevista concedida por Dom Athanasius Schneider, blog Rorate Caeli em 2016, original aqui, entre os temas abordados, a Santa Missa.
A tradução obtemos da página do Facebook Templários de Maria.

D. Athanasius Schneider: As lições mais profundas que aprendi ao celebrar o Rito Tradicional foram estas: Sou apenas um simples instrumento de uma acção sobrenatural muitíssimo sagrada, cujo principal celebrante é Cristo, o Eterno Sumo Sacerdote. Sinto que durante a celebração da Missa perdi de certa forma a minha liberdade individual, uma vez que as palavras e gestos são prescritos até nos mais ínfimos pormenores e não posso descartá-los. Sinto profundamente no meu coração que sou apenas um servo e um ministro, que embora tenha livre arbítrio, com fé e amor, cumpro não a minha vontade, mas a vontade de Outro.

O Rito Tradicional e mais que milenar da Santa Missa, que nem o Concílio de Trento modificou porque o Ordo Missae antes e depois do Concílio eram quase idênticos, proclama e poderosamente evangeliza a Incarnação e a Epifania da indescritível santidade imensa de Deus, que na liturgia como "Deus conosco" e "Emanuel" se torna tão pequeno e perto de nós. O Rito Tradicional da Missa é uma obra de arte e, ao mesmo tempo, uma proclamação do Evangelho, que realiza o trabalho da nossa salvação.

De acordo com a intenção do Papa Bento XVI, e as normas claras da Instrução Universae Ecclesiae, todos os seminaristas Católicos devem saber a forma tradicional da Missa e ser capazes de a celebrar. O mesmo documento diz que esta forma é um tesouro para toda a Igreja - e portanto para todos os fiéis.

O Papa João Paulo II fez um apelo urgente a todos os bispos para acomodar generosamente o desejo dos fiéis em relação à celebração do Rito Tradicional da Missa. Quando os clérigos e bispos põem entraves ou restringem a celebração da Missa Tradicional, não estão a obedecer ao que o Espírito Santo diz à Igreja, e estão a agir de um modo muito anti pastoral. Não se comportam como os detentores do tesouro da liturgia, que não lhes pertence, uma vez que são só os administradores.

Ao negar a celebração da Missa Tradicional ou ao obstruir e a discriminar, comportam-se como um administrador infiel e caprichoso que, contrariamente às instruções do pai da casa - tem a despensa trancada ou como uma madrasta má que dá às crianças uma dose deficiente. É possível que esses clérigos tenham medo do grande poder da verdade que irradia da celebração da Missa Tradicional. Pode comparar-se a Missa Tradicional a um leão: soltem-no e ele defender-se-á sozinho.

Temos de acreditar firmemente: A Igreja não é nossa, nem do Papa. A Igreja é de Cristo e só Ele a detém e lidera infalivelmente mesmo nos períodos mais negros de crise, como de facto está a nossa situação.

É uma mostra do Divino carácter da Igreja. A Igreja é essencialmente um mistério, um mistério sobrenatural, e não podemos aproximarmo-nos dela como fazemos a um partido político ou uma sociedade puramente humana. Ao mesmo tempo, a Igreja é humana e no seu nível humano está actualmente a sofrer uma dolorosa paixão, participando na Paixão de Cristo.

Podemos pensar que a Igreja nos nossos dias está a ser flagelada como foi Nosso Senhor, está a ser despida como foi Nosso Senhor na décima estação da Via Sacra. A Igreja, nossa Mãe, está atada por cordas não só pelos inimigos da Igreja, mas também por alguns dos colaboradores das classes do clero, e até mesmo do alto clero.

Todos os bons filhos da Mãe Igreja, como corajosos soldados, devem tentar soltar esta Mãe - com as armas espirituais de defesa e proclamação da verdade, promovendo a liturgia tradicional, adoração Eucarística, a cruzada do Santo Terço, a batalha contra o pecado na sua vida particular e aspirar à santidade.

Temos de rezar para que o Papa consagre explicitamente a Rússia ao Imaculado Coração de Maria com brevidade, para que então Ela possa vencer, como a Igreja rezou desde a antiguidade: "Alegrai-vos, ó Virgem Maria, porque sozinha derrotastes todas as heresias do mundo inteiro" (Gaude, Maria Virgo, cunctas haereses sola interemisti in universo mundo).

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