"Tudo o que nos fizeste, Senhor, tudo o fizeste com justiça, porque nós pecamos contra vós e desobedecemos aos vossos preceitos"
Duplo – Param. verdes
O ano litúrgico, imagem da vida humana, caminha para o fim.
Oportuna, pois, é a exortação de São Paulo: “Aproveitai o tempo” com boas
obras, porque” são chegados os dias maus” (Ep.),
em que o mal é tido como bem, o erro como verdade, o vício como virtude. O mundo, as nações, as famílias e os indivíduos
são atormentados por discórdias, sofrimentos, aperturas de vida. O Senhor, é
verdade, castigou-nos “porque pecamos e não seguimos os seus mandamentos”, mas “sua
misericórdia é muito grande” (Intr.).
A exemplo do oficial de Cafarnaum que se converteu com toda a sua família (Ev.), voltemos ao Médico divino que nos
há de curar das culpas (Or.) por meio
da Confissão. Destarte, incluídos de novo entre os membros vivos da Igreja, proponhamos
“servir ao Senhor com ânimo tranquilo” (Or)
e “com uma vida sem mancha” (Intr.).
Mantenhamos fixos os olhares do céu (Of.)
e aproximemo-nos da Santa Comunhão (Com.)
que é remédio e antídoto contra o pecado (Secr.)
e fortaleza para a observância dos mandamentos de Deus (Pós-com.).
Festa do Santíssimo Rosário de Nossa Senhora
A festa tem por fim agradecer a Maria os grandes favores
concedidos à Igreja em diversas necessidades públicas, e honrar os principais
mistérios da nossa Redenção (Or., Secr.,
Pós-com.).
São Pio V, em razão da vitória alcançada pelos cristãos
sobre os Turcos (7 de outubro de 1571), ordenou a comemoração da festa de Nossa
Senhora das Vitórias. Este foi o prelúdio da “festa do Rosário”, estabelecida
por Gregório XIII em 1573 para as igrejas “que tivessem uma capela ou um altar
do Rosário” e estendida a toda Igreja por Clemente XI, após a vitória obtida
por Carlos VI na Panônia, contra o exército turco (5 de agosto de 1716). Leão
XIII, o Papa do Rosário, deu à festa grande solenidade e enriqueceu-a com o ofício
e Missa próprios (1888).
O Rosário, em sua forma atual, remonta ao Século XII, e
deve-se à Ordem Dominicana a sua propagação. É chamado “Saltério de Maria” ou
dos fiéis, porque compõe de cento e cinquenta Ave-Marias, o número dos Salmos
recitados pelos Sacerdotes no ofício divino. O Rosário compõe-se de quinze
mistérios – o primeiro dos quais é narrado no Evangelho de hoje – os quais
recordam os fatos principais da vida de Jesus e de Maria. Dividem-se em três
classes: gozosos, dolorosos e gloriosos, segundo se referem à vida escondida,
dolorosa ou gloriosa do Salvador e de Nossa Senhora. O Rosário reúne a oração
mental (meditação dos mistérios) vocal (recitação de um Pai Nosso e dez Ave
Marias em cada mistério).
Neste dia dedicado à Rainha do céu (Al.), à Virgem concebida desde toda eternidade na mente de Deus (Lição, Gr.), exultemos com toda a Igreja
(Intr.) e coloquemos em sua cabeça
uma tríplice coroa de rosas (Of., Com.),
recitando devotamente o Rosário. É a oração inculcada mais vezes e com mais
insistência pela própria Virgem, à qual é particularmente agradável. A Igreja
também, em razão de sua eficácia e de sua fácil recitação, recomenda a reza
cotidiana do Rosário, feita possivelmente por toda a família reunida.
No mesmo dia comemora-se São
Marcos, Papa e Confessor. Sucedeu a São Silvestre e governou a Igreja por
oito meses durante o reinado de Constantino. Entregou-se com grande zelo à
organização da Igreja e morreu em 336.
Missal Romano Quotidiano – Latim/Português –
Edições Paulinas 1959
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