26/07/2025

"Não endureçais os vossos corações"

Panorama di Carpegna - Visto em Wikimedia
Autor: 
Toni Pecoraro

Não endureçais os vossos corações, como em Meriba, como no dia de Massa no deserto onde vossos pais me tentaram, me provaram, embora tivessem visto as minhas obras.

"Não endureçais os vossos corações", assim diz no Salmo 94, onde Deus adverte aos israelitas que não O tenteis como seus pais que receberam o Maná e morreram (Jo 6, 49), os punindo no deserto privando de entrarem na terra a eles destinadas após quarenta anos de peregrinação.

A postagem é uma adaptação sobre relatos de acontecimentos em uma vila italiana chamada Carpena, situada na região dos Marches com cerca de 1.700 hab. atualmente, fatos teriam acontecidos nos anos de 1970 iniciados em 1º de novembro, um domingo e seguiram por muito tempo.

Contam que, quando o pároco chegou a sua paróquia para então “presidir” uma Missa em memória de Todos os Santos, pois o rito montiniano já estava em uso, encontrou o altar-mor preparado para a celebração da Missa em rito romano tradicional e até uma mesa que já estava em uso, em frente ao altar, fora tirada do local e jogada ao lado.

O cálice com o seu véu, a patena, o corporal, a pala, a bolsa, o sanguíneo, manustérgio, os paramentos tradicionais do sacerdote, a casula romana, o amito e o manípulo, todos dispostos de forma ordenada, e o missal tradicional estava aberto para iniciar a Santa Missa e as sacras postas sobre o altar.

O pároco, surpreso buscou saber do sacristão e dos franciscanos do convento anexo, que já tinham aderido ao rito motiniano, quem entrou na Igreja e preparado o altar para a Missa no rito Romano, já que no dia anterior fora deixado preparado para a Missa nova. – Ninguém! Responderam.

No dia seguinte, para a Missa dos Fiéis Defuntos, foi a mesma surpresa, paramentos pretos, não roxos como se faz no novo rito, todos preparação como no dia anterior e durante alguns dias os fatos se repetiram e cada vez com um novo cálice.

Em alguns dias o pároco e o sacristão mudavam os paramentos e era celebrado conforme o rito de Paulo VI em outros, devido ao tempo que ás vezes não permitia a troca dos paramentos, celebravam no rito Romano e assim seguia.

Intrigado, o padre depois de investigar, descobriu que todos os objetos usados para preparar o altar, estavam em um velho armário, trancado a tempos e sua chave era desconhecida de onde estava e muitos desconheciam até a existência do móvel.

O caso que já estava preocupante e ficou ainda mais, além do altar preparado para a Missa Tridentina, os sinos começaram a badalar, alertando e atraindo a população.

Na noite de Natal os sinos badalaram novamente bem alto e constante e no dia 31 de dezembro, pela manhã, o padre, o sacristão e alguns monges franciscanos, encontraram no Altar um papel de qualidade alta escrito a mão, com uma grafia primorosa, com o seguinte texto em latim: NOLITE OBDURARE CORDA VESTRA (Não endureçais os vossos corações), frase pertencente ao Salmo 94, recitado nas Matinas: "Hodie si vocem ejus audieritis nolite obdurare corda vestra sicut in inritatione secundum diem temptationis in deserto ubi temptaverunt me patres vestri probaverunt me et viderunt opera mea quadraginta annis offensus fui generationi illi et dixi semper errant corde et isti non cognoverunt vias meas ut iuravi in ira mea si intrabunt in requiem meam". (Não endureçais os vossos corações, como em Meriba, como no dia de Massa no deserto onde vossos pais me tentaram, me provaram, embora tivessem visto as minhas obras. Quarenta anos tive tédio dessa geração, e disse: São um povo de coração desencaminhado, e não conheceram os meus caminhos. Por isso jurei na minha ira: Não entrarão no meu repouso).

O Salmo 94, evocado pelo misterioso e aviso, era demasiadamente conhecido pelos monges, a Igreja ordena aos seus sacerdotes que seja recitado nas Matinas, onde nas últimas estrofes Deus aconselha a obediência, recordando como puniu no deserto os israelitas rebeldes, que por quarenta anos Deus estava como com as entranhas despedaçadas com sentimento de repugnância e de pesar pelo povo e pela ofensa, não entrariam na terra que a eles foram destinadas.

Uma pergunta geral foi feita, por que aconteciam esses fatos? Será por terem interrompido a recitação pública do Rosário ou por terem suprimido a Missa pelos defuntos dizendo que não era necessário rezar pelos mortos e ainda por não tocarem mais os sinos? Por terem aderido ao missal montiniano?

Sem respostas, voltaram a recitação do Rosário e Missas para defuntos, os sinos tocaram novamente em cada festa como também para anunciar a morte de alguém.

Em certo dia o superior geral dos Franciscanos em Roma e o superior providencial, são chamados urgentemente a Carpegna. Na manhã quando o padre chegou à capela, encontrou um papel sobre o Altar com os escritos em latim e a grafia semelhante ao anteriormente encontrado, no papel estava escrito IN DIE JUDICII, "No dia do julgamento", e o cálice manchado de sangue. O fato foi omitido por todos e ninguém foi permitido comentar. A polícia foi chamada para averiguar o caso, não obtendo sucesso bem como os frades, que conduziram sua própria investigação.

Após este fato, um fenômeno acústico, diariamente transmitia o som dos sinos da torre da Igreja São Nicolas do Convento de São Francisco vizinha da capela. Os sinos, sem mãos humanas, produziam o som por si próprios, porém não eram ouvidos próximo da Igreja apenas a quilômetros de distância.

Até aos dias atuais não obtiveram respostas as questões e as badaladas dos sinos ainda podem ser ouvidas a quilômetros de distância de Carpegna.


Fontes:
- Bíblia Sagrada, Livro dos Salmos Volume V, Pe. Antônio Pereira de Figueiredo
- Bíblia Sagrada, traduzida da Vulgata, 13ª Edição Pe. Matos Soares
- Biblia Vulgata, Colunga – Turrado 




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