16/04/2013

Respostas Irrefutáveis às objeções dos protestantes - Pe Júlio Maria de Lombaerde [Capítulos I e II]

Luz nas Trevas - Respostas Irrefutáveis às objeções dos protestantes - Pe Júlio Maria de Lombaerde [Capítulos I e II]

CAPÍTULO I

O QUE É UM PROTESTANTE

A definição não é fácil, porque o protestantismo, pela sua divisão e sua adaptação a todos os erros, é uma heresia que muda de forma e de fundo, conforme a situação e os países onde se implanta.
O sábio Webster define-o, dizendo que um protestante é um cristão que protesta contra as doutrinas e
práticas da Igreja católica. Querendo definir a seita de Lutero, o grande dicionarista não encontrou uma definição doutrinal positiva; caracteriza-a por uma aversão comum.
É que, como salientou o P. Leonel Franca, os descendentes de Lutero não são irmãos, são conjurados. A sua unidade é o acesso da unidade católica, é a unidade católica hostilizada.
A religião verdadeira é necessariamente uma coisa positiva, tendo dogma, moral e culto, determinados e positivos.
É a nota distintiva da Igreja católica o ter os seus dogmas positivos e divinos, o ter o seu culto majestoso e expressivo.
As outras seitas religiosas, embora falsas e de origem humana, possuem entretanto certo número de ensinamentos positivos que constituem um como fundamento dogmático; o protestantismo está  muito abaixo de qualquer outra seita e não possui nada de positivo; é uma negação de tudo o que afirma a Igreja católica.
Quando a Igreja católica diz: sim! o protestantismo diz: não. – quando Ela diz: não, o protestantismo clama: sim; de modo que o protestantismo é a negação da doutrina católica.
O protestante, como bem diz o nome por que é conhecido, é um homem que protesta.
Não se deve mais dizer: é um cristão; porque há protestantes quem nem acreditam no batismo e não são batizados validamente, ficando simplesmente pagãos.
É um homem que protesta contra a Igreja católica, contra o ensino de Jesus Cristo, e, por cúmulo, protestam contra a palavra divina, servindo-se desta mesma palavra.
Não acredita mais em Deus; só acredita na bíblia que ele torce, interpreta, rasga, ou adora, conforme os seus caprichos.
Para ele, a bíblia não é mais um livro divino, cujo conteúdo é a expressão da palavra divina; é um ídolo, que ele consulta como os antigos agoureiros romanos consultavam o voo dos pássaros para conhecer a vontade divina, ou os astrólogos consultavam os astros para conhecerem o destino. O nome mudou; a coisa ficou.
Em vez de consultarem as aves, como os romanos, ou os astros, como os gregos, o protestante consulta a Bíblia, dando ele mesmo, ao texto, o sentido de que precisa e que mais se adapta a seu capricho ou seu interesse.
Todo livro precisa de uma interpretação autêntica, feita por uma autoridade competente senão é uma letra morta, e a letra morta só pode dar a morte, enquanto o espírito da interpretação autêntica dá vida.
É o que clara e energicamente exprime S. Paulo: “A letra mata e o espírito vivifica (2Cor. 3,6). E ainda: Para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra (Rm. 7,9). Os judeus estavam na velhice da letra; Cristo trouxe a novidade de espírito e os protestantes rejeitam este espírito.
Como tal os protestantes não tem dogma, tornando-se destarte em vez de cristãos verdadeiros judeus.
Porque o dogma exige uma verdade contida na sagrada escritura, e declarada autêntica pela autoridade competente.
O protestante tem a bíblia (embora falsificada e truncada), porém não possui nenhuma autoridade superior, idônea para declarar uma palavra ter tal sentido, e exprimir tal verdade.
Não tem moral fixa, estável, porque basta crer e fazer o que quiserem, como diz Lutero, o que exclui toda moral.
Não tem culto público, porque o culto é a expressão da crença e sendo a crença individual, o culto igualmente deve ser individual.
Eis o protestante isolado, separado de tudo, sem dogma, sem moral, sem culto, sem autoridade, sem regra de fé firme. Nada de positivo nele... tudo é negativo: é um protestante: isto é, um revoltoso, um crítico, um censor, um zombeteiro, que procura destruir sem nada edificar... que procura arrancar a fé católica, para substituí-la pela revolta, pela negação, pelo nada.
E como o protestantismo fica em pé? Tem um duplo apoio: a ignorância e a revolta. Nos pastores tem outro apoio: o interesse, a ganância, o lucro.
Cada pastor é um aventureiro, um verdadeiro explorador, que procura viver e enriquecer-se à custa dos ignorantes.
Ele mesmo não acredita naquilo que ensina, porém é um meio lucrativo de cavar a vida, de garantir o futuro e deixar um pecúlio aos filhos.

Os protestantes dividem-se em duas categorias:
1º - Os ignorantes, iludidos e enganados pelos finórios que se intitulam pastores.
2º - Os pastores, enganadores, por interesse, verdadeiros mercenários que enganam para ganhar a vida

Os primeiros são vítimas, dignos de compaixão. Os segundos são uns tratantes sem consciência que, para ganharem a vida, perdem as almas dos incautos.
Dos primeiros, Deus terá talvez misericórdia; para os segundos só pode ter anátemas, como os que dirigiu aos fariseus de seu tempo: Ai de vós, hipócritas, que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito... e depois... o fazeis filho do inferno, duas vezes mais do que vós (Mt. 12,15).

CAPÍTULO II

POR QUE OS PROTESTANTES PROTESTAM

Por que eles protestam? Porque é da essência mesma da seita. No dia em que os protestantes deixarem de protestar, deixarão de ser protestantes, como o bêbado, deixando de beber, deixa de ser bêbado, como o brigador, ao deixar as rixas, deixa de ser brigador, ou como o ladrão, deixando de tirar o alheio, deixa de ser ladrão.
Protestar é a própria essência do protestantismo; nisto está a sua razão de ser.
No dia em que os protestantes deixassem de se reformar, de protestar, diz Sabatier, professor na faculdade protestante de Paris, no dia em que reconhecessem a autoridade exterior, como regra e prova de fé, nesse dia deixariam de ser protestantes, nesse momento se suicidariam.
É por isso que hoje se hoje, nos círculos adiantados da seita, que os protestantes que ainda estão com Lutero, não o compreendem.
Lutero conquistou-lhes o direito de protestar. Seus verdadeiros discípulos, os herdeiros genuínos do espírito de tal pai, serão os que usarem de igual direito para protestar contra ele, como eles protestam contra Roma. Os que vivem depois reivindicarão, com igual energia, a prerrogativa de protestar contra a geração presente. É assim e só assim que se pode conservar o protestantismo: protestando e protestando sempre.
O célebre Maistre tem uma frase profunda neste mesmo sentido: “O protestantismo, diz, ele, conserva apenas o mesmo nome, mudando continuamente sua fé, porque seu nome sendo meramente negativo e exprimindo apenas a renúncia ao catolicismo, menos ele acredita, mais ele protesta, e melhor protestante ele é”. (Do Papa, I. IV, cc 5)
Para compreender o protestantismo é preciso ter diante dos olhos este princípio básico: que a sua essência é a negação, é o protesto, é a revolta contra Roma.
Divide-se o protestantismo em centenas, devia-se dizer milhares de seitas, em desacordo entre elas, combatendo-se mutuamente... nenhum ponto doutrinal lhes é comum, o único laço que os liga todos é o ódio à Igreja católica, e o protesto contra tudo o que esta Igreja ensina, de modo que toda a religião protestante consiste em fazer objeções contra a Igreja católica... Objeções!...  sempre e só objeções, sem quererem escutar a resposta.
Um bispo protestante – pois, para melhor macaquear a Igreja verdadeira, certas seitas ainda têm bispos – o bispo de S. David definiu a sua religião: a abjuração do papismo.
Eis o que é um protestante, e eis a razão por que ele protesta. É a sua essência, a sua razão de ser... Protesta... deve protestar..., e no dia em que não protestar mais deixa de ser protestante para ser de novo católico.
Para dar a este protesto uma capa ou aparência de razão, o protestante vem com a bíblia, que o condena a cada passo, porém, ele não quer ver a condenação, quer protestar, e ei-lo a formular as objeções mais absurdas e mais extravagantes.
Pouco importa que a própria bíblia refute as suas objeções; ele não quer ver, e não vê, pela razão muito simples que não há pior cego que aquele que não quer ver.
Não protesta nem contra o espiritismo, nem contra o budismo, nem contra o positivismo, nem contra o bolchevismo... não; só protesta contra a Igreja católica, porque só ela possui a verdade, e esta verdade é o alvo do seu protesto e a mira das suas objeções.
Protestam pois contra a Igreja, contra a autoridade da Igreja, contra os seus dogmas, contra os sacramentos, contra o culto, contra tudo o que forma a doutrina básica da Igreja verdadeira.
A Igreja católica é a única baseada sobre São Pedro e seus sucessores. – Guerra pois ao papa e toda a autoridade!
A Igreja possui dogmas revelados, que formam a base do seu ensino. Guerra pois a estes dogmas!
A Igreja possui uma moral pura, santa, um sacerdócio virgem. Guerra pois ao celibato e tudo o que é puro!
A Igreja possui um culto majestoso, atraente, manifestação da sua fé e de seu amor. Guerra pois ao culto da Igreja!
A igreja honra de um culto de super veneração a imaculada Mãe de Deus, e de um culto de veneração aos Santos. Guerra pois a Cristo, guerra à Virgem santa, guerra aos santos!
O protestantismo não possui santo nenhum!... a Igreja católica os conta por milhares... Então grita-se: “São ídolos... adoram as imagens... são idólatras!...”
Pobres protestantes. Os ídolos são eles, estes ídolos dos quais o profeta dizia: Têm olhos e não enxergam, têm ouvidos e não ouvem; têm língua e não falam (Ez. 12,2).
Eis por que o protestante protesta e contra quê ele protesta. É um ignorante pelo orgulho; é um revoltoso impelido pelo fanatismo, é um ateu envolvido na capa de uma bíblia... conservando só a capa, sendo ele mesmo o texto da bíblia, isso é, sua própria vontade, pela livre interpretação.
Oh! Eu sei, o povo ignorante em sua simplicidade nem pensa nisso; ele se deixa seduzir pelos mercenários gananciosos, pelos tais pastores, que vivem à custa da sua simplicidade. Os culpados são estes vendidos que, para ganharem dinheiro, vendem e perdem as almas dos outros, depois de terem vendido a própria alma.

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