JOÃO XXII
BISPO
SERVO DOS SERVOS DE
DEUS
A opinião a qual
assevera que Cristo e Seus discípulos não tinham nada, e, devido a isto, sobre
aquilo que tinham, não possuíam nenhum direito, é errônea e herética. Esta
[opinião] extravagante é realmente pertinente, e tem profundas implicações que
foram obtidas, particularmente, das fontes da sagrada escritura. Se alguém
cuidadosamente examinar tal [opinião] extravagante e a que se segue, diria, em
minha opinião, que foi atribuída esta adequada designação [herética].
I. Já que, entre
não poucos homens eruditos, acontece com freqüência que há dúvida se a
afirmação, persistente, de que Nosso Redentor e Senhor Jesus Cristo e Seus
Apóstolos não tinham nada individualmente, nem em comum, é para ser censurada
como herética e divergente; e sendo que coisas opostas são opinadas quanto a
isso; Nós, desejando pôr um fim a este debate, depois de ter acatado o conselho
de nossos irmãos [os cardeais], declaramos, por este perpétuo édito, que uma
persistente asserção desse tipo, quando a sagrada escritura afirma, em várias
partes, que eles [Jesus Cristo e Seus Apóstolos] não tinham poucas coisas,
contradizendo expressamente tal idéia, e quando se supõe abertamente que a
mesma sagrada escritura (através da qual os artigos da fé ortodoxa estão
certamente provados quanto a tais coisas) contem o fermento da falsidade, e,
conseqüentemente, o quanto se refere a isto, esvazia toda a fé nela, e torna a
Fé Católica duvidosa e incerta, tirando esta demonstração[1], é,
respectivamente, para [esta idéia] ser censurada errônea e herética.
II. Novamente, de
forma persistente, a afirmar a precedente [matéria], que o direito do uso
destas coisas não teria pertencido de nenhuma forma ao Nosso Redentor [e] Seus
Apóstolos, ao que a sagrada escritura atesta que eles possuíam; ou que eles não
teriam o direito de vender ou desfazer-se delas, ou, por conta deles, [o
direito] de adquiri-las, coisas as quais a sagrada escritura atesta que faziam,
ou supõe, expressamente, que eles poderiam ter atuado desta forma. Já que, uma
asserção como esta, evidentemente forçaria que os seus usos e suas condutas, a
respeito de tais coisas não eram justos, e tendo em vista que isto se refere ao
uso, condutas ou ações do Nosso Redentor, o Filho de Deus, é ruim e detestável
opinar. Nós, pois, declaramos, depois de ter acatado o conselho de nossos
irmãos [os cardeais], que esta persistente asserção seja merecidamente
censurada como contrária à sagrada escritura, inimiga da Doutrina Católica, e
herética.
Certamente,
portanto, a nenhum homem é permitido infringir esta página de nossas
declarações, ou, por precipitada ousadia, se opor a isto. Se alguém, no
entanto, o fizer, saiba que incorre na ira de Deus Onipotente e dos Seus
Apóstolos Pedro e Paulo.
Dado em Avignon,
dois dias antes dos Idos de novembro, no VII [VIII] ano do Nosso Pontificado, Ano
do Nosso Senhor de 1323.
JOÃO PP. XXII
Papa João XXII - "Bula Quum Inter
Nonnullos"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=documentos&subsecao=decretos&artigo=quum_inter_nonnulus&lang=bra
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