Luis Dufaur
No país dos aiatolás e berço da revolução
islâmica xiita há um constante gotejar silencioso de novos cristãos, atraídos
do maometanismo, escreveu o site Actuall.
A mídia iraniana não pode falar disso,
porque as represálias do governo seriam ferozes. O estranho é que a mídia
ocidental não faça sequer menção do fato e passe a imagem de um Islã coeso no
fanatismo, que impera absolutamente em seus feudos mais importantes.
A realidade é que no Irã está havendo uma
autêntica revolução silenciosa: milhares de muçulmanos xiitas estão se
convertendo ao Cristianismo.
A conversão é considerada crime pela lei
religiosa do Islã ou Sharia. Mas os novos cristãos preferem desafiar a censura
social, familiar, a marginalização, e inclusive o assassinato religioso.
O especialista em Cristianismo no mundo
árabe, o libanês Camille Eid, registra um incremento simultâneo das conversões
“na Europa e nos países de maioria muçulmana”.
Numa entrevista para a revista “Tempi”, o
autor do livro Cristãos vindos do Islã garante que os casos conhecidos podem
ser “a ponta do iceberg, posto que em alguns países a renúncia ao Islã está
proibida por lei e não existem registros; mas, apesar de tudo isso, também
nesses países as conversões ao Cristianismo estão aumentando”.
Segundo Eid, o sacerdote francês Pierre
Humblot, expulso recentemente do Irã após 45 anos no país “falou de trezentos
mil iranianos convertidos ao Cristianismo, um fenômeno de massa. Isso é
incrível, porque no país as celebrações na língua local estão proibidas”.
Trezentos mil é todo um recorde no país
que iniciou há quarenta anos a reviravolta fundamentalista radical islâmica.
Camille Eid também cita a filha de Moncef Marzouki,
ex-presidente da Tunísia, autora de uma tese sobre as conversões nesse país
magrebino.
“Isto foi possível também porque antes os
regimes socialistas ou fundamentalistas islâmicos conseguiam frear a difusão da
Boa Nova, impedindo o apostolado e a difusão do Evangelho. Mas hoje em dia com
a Internet é muito mais fácil descobrir o ensinamento do Cristianismo”,
acrescentou.
O fenômeno, que não se pode explicar sem
uma especial assistência do Espírito Santo e de Nossa Senhora, acontece também
no Ocidente. Na diocese de Hamburgo, foram batizados recentemente 196
maometanos.
Algo similar aconteceu em outras cidades alemãs.
Natal no Irã |
A transformação de alma que moveu esses
neocatólicos não pode ser atribuída apenas a fatores terrenos como a guerra na
Síria e no Iraque, ou à qualidade de acolhida material oferecida pelo governo
alemão.
Camille Eid explica que “na Alemanha a
maioria dos conversos é de origem iraniana ou afegã, ou também marroquina”.
Eles provêm de contextos radicalmente
diversos da guerra promovida pelo Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
Os registros da igreja francesa
contabilizam 4.000 adultos batizados por ano, 4% dos quais são ex-islâmicos. Os
dados mais recentes da Áustria mencionam o batismo de quarenta sírios, afegãos
e iranianos.
O especialista libanês recusa as
afirmações de que essas conversões na Europa obedeceriam ao interesse de obter
o asilo político.
Por um lado, não é verdade que os
refugiados recebam mais apoio pelo fato de serem cristãos. O que acontece é bem
o contrário.
Na Europa, os convertidos correm riscos
análogos ou maiores que os convertidos em países maometanos.
Acresce que entre os convertidos franceses
há diversos casos de homens que depois do batismo se tornaram sacerdotes ou
começaram a falar da fé católica aos outros imigrantes, concluiu.
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