“Rei dos reis e coroa de
todos os Santos”
Duplo de I classe –
Param. brancos
No século XVII
surgiram na Europa os erros do liberalismo e do laicismo que, negando a Deus e
à Igreja a supremacia sobre a sociedade civil, proclamaram a independência
absoluta entre os Estados, e a Igreja, e organizaram a vida social e
individual, como se Deus não existisse. Mais tarde veio ajuntar-se-lhes a
estatolatria¹, que reivindica ao Estado os direitos divinos, dando origem aos
frutos amargos do orgulho e do egoísmo, à luta entre os indivíduos, ao ódio de
classes e às rivalidades entre as nações, com a “desagregação das famílias” (Or.),
as discórdias civis e as guerras fratricidas. Pio XI, para remediar estes
males, instituiu a festa de Jesus Cristo Rei, fixada para o Domingo que precede
a solenidade de todos os Santos, como coroamento dos mistérios da vida de
Cristo e como confirmação do título: “Rei dos reis e coroa de todos os
Santos”.
Jesus Cristo,
oferecendo-se como vítima imaculada sobre o altar da Cruz, remiu o homem e
submeteu todas as criaturas ao seu suavíssimo império (Or., Ep., Gr., Of., Secr.,
Pref.), que durará por toda eternidade (Al., Com.,). Portanto,
somente Ele é “digno de receber o poder, a dignidade, a sabedoria, a
fortaleza e a honra” (Int.).
Quando recebemos “o
alimento da imortalidade”, Jesus estabelece em nossa alma seu trono soberano
de benções e de paz (Com.) e quer que nós, julgando-nos “felizes de
militar sob o estandarte da Cruz” (Pós-Com.), o reconheçamos
como único Rei da mente, do coração e da vontade, submetendo-nos e
consagrando-nos totalmente a Ele (Or.), vivendo na unidade e na paz (Secr.) e
modelando o nosso espírito segundo a verdadeira regra da vida cristã (caridade,
humildade, sacrifício).
Renovemos hoje o
ato de reparação e de propiciação pelos pecados dos homens e de consagração do
gênero humano ao Sagrado Coração de Jesus, prescrito por Pio XI.
Missal
Romano Cotidiano – Latim/Português - Edições Paulinas - 1959
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Ato de consagração a Jesus Cristo Rei
Ó dulcíssimo Jesus,
Redentor do gênero humano, lançai sobre nós, humildemente prostrados na Vossa
presença, o Vosso olhar. Nós somos e queremos ser Vossos. E a fim de podermos
viver mais intimamente unidos a Vós, cada um de nós se consagra,
espontaneamente, neste dia, ao Vosso Sacratíssimo Coração.
Muitos há que nunca
Vos conheceram; muitos, desprezando Vossos mandamentos, Vos renegaram.
Benigníssimo Jesus, tende piedade de uns e de outros e trazei-os todos ao Vosso
Sagrado Coração.
Senhor, sede Rei
não somente dos fiéis que nunca de Vós se afastaram, mas também dos filhos
pródigos que Vos abandonaram; fazei que estes retornem quanto antes à casa
paterna, para não perecerem de miséria e de fome.
Sede Rei dos que
vivem iludidos no erro ou separados de Vós pela discórdia; trazei-os ao porto
da verdade e à unidade da fé, a fim de que em breve haja um só rebanho e um só Pastor.
Senhor, conservai
incólume a Vossa Igreja e dai-lhe uma liberdade segura e sem peias; concedei
ordem e paz a todos os povos; fazei que de um pólo a outro do mundo ressoe uma
só voz: louvado seja o Coração divino que nos trouxe a salvação, honra e glória
a Ele por todos os séculos. Amém.
(Concede-se
indulgência parcial ao fiel cristão que reze piedosamente este ato de
consagração do gênero humano a Jesus Cristo Rei. A indulgência será plenária se
este ato for rezado publicamente na solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei
– PENITENCIARIA APOSTÓLICA, Manual de Indulgências.)
“Viva
Cristo Rei, Viva Nossa Senhora de Guadalupe!”
_________
¹ Estatolatria,
consequência do milenarismo das seitas protestantes estadunidenses. Decorrente
da noção de que não há livre-arbítrio e o estado age no lugar de Deus. Culto ao Estado como autoridade absoluta e
ilimitada com poder e capacidade de resolver todos as dificuldades sociais e
econômicas.
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