“Fizestes-me conhecer,
Senhor, quão grandes honras reservais aos vossos amigos, e a solidez do seu
poder.”
Duplo de II classe – Param. vermelhos
Natural de Betsaida da Galiléia, André era
pescador como seu irmão, Pedro. Foi discípulo do Batista. Quando chegou ao
conhecimento do Messias, conduziu-lhe imediatamente o irmão e ambos a convite
do Mestre, seguiram-no prontamente, abandonando o pai e as redes (Ev.). Assim, foi ele eleito pescador de
homens e príncipe da Igreja (Gr.).
Após a descida do Espírito Santo, dirigiu-se para as terras da Cítia, no Epiro,
e da Trácia, onde anunciou o Evangelho da paz e da cruz (Ep.) e difundiu o bom odor de Cristo (Al.), conseguindo confundir a sabedoria humana (Intr.). Conforme reza a tradição, fui
crucificado em Pátras com a cabeça para baixo.
Em 357 as relíquias do Apóstolo foram
transferidas para Constantinopla. A cabeça encontra-se em Roma, na Basílica de
São Pedro.
A Missa frisa o nexo indissolúvel entre
Pedro e André, ligados pelos vínculos do sangue, da vocação ao apostolado e de
igual martírio.
Seguindo o exemplo de Santo André que foi
apóstolo da cruz, saibamos abraçar e levar com amor e resignação as cruzes da
vida cotidiana. Muitas vezes ouvimos o convite: “Vem após mim!” Acatemos este
apelo, procurando caminhar nas pegadas benditas de Jesus, mediante o
sacrifício, a humildade e o amor.
Missal Romano Quotidiano – Latim/Português –
Edições Paulinas 1959
O Martírio de Santo André
Quando começou o
julgamento, Egeas (governador romano) tinha dito: “Es tu aquele André que
derruba os templos de nossos deuses, e mete tolices na cabeça dos simples, para
que abracem essa religião supersticiosa, contra a qual os imperadores deram
ordens as mais severas?”
André: “Estas ordens foram dadas por imperadores que desconhecem a
verdade; desconhecem a Jesus Cristo, o Filho de Deus, que veio a este mundo
para salvar os homens; são deuses, mas abjetos demônios.”
André: “Ah! Se conhecesses o mistério da Cruz e compreendesses quem é
Ele, que, Criador de todos os homens, por amor de nós tomou livremente a Cruz
sobre si, para nos salvar!”
Egeas: “Livremente não, porque foi processado, preso, condenado e
crucificado.”
André: “Quem como ele, predisse a morte; quem como ele, predisse o modo
por que havia de morrer; quem como ele, depois de morto, ressuscita glorioso do
sepulcro; quem como ele, disse: "Eu tenho o poder de entregar minha vida e
de reavê-la e confirma esta doutrina por fatos inegáveis, morreu porque quis,
morreu livremente e a salvação é um fato que se impõe a crença de todos.”
Egeas: “É um absurdo ser discípulo de um crucificado.”
André: “Se me quiseres ouvir, eu te explicarei este mistério.”
Egeas: “A desconhecem ainda os deuses, que morte na cruz não é mistério
nenhum, antes vergonha e castigo.”
André: “Uma coisa e outra: um castigo porque pela morte de cruz foi
tirada a culpa do pecado; mistério, porque tornou fato a graça substituiu o
castigo e aos fiéis é garantida a vida eterna.”
Egeas: “Com estas fatuidades divertirás a quem quiseres; eu, porem te
digo: Se não abandonares está religião, se não renderes honra aos deuses, eu te
mandarei a flagelação e mesmo a cruz, visto lhe teres tanta veneração.”
André: “O sacrifício que eu dia por dia ofereço, não é incenso, não são
holocaustos de bois e carneiros, mas é o Cordeiro imaculado, oferecido a Deus
vivo e verdadeiro. Os fieis bebem o sangue e comem a carne deste Cordeiro, que
não morre e a todos dá vida.”
Egeas: “Como é possível isso?”
André: “Si quiseres tornar-te meu discípulo, eu lhe explicarei.”
A este convite de graça, Egeas respondeu com ordem de prisão. André foi
encarcerado.
No dia seguinte sendo reiteradas as ameaças de morte e prestar culto aos
Deuses romanos.
André respondeu ao Governador Egeas: “Meu martírio tornar-me-á mais
agradável a Deus; meu sofrimento pouco tempo durará, ao passo que teu tormento
não terá fim”
Relíquia da Cruz de Santo André em visita à Rússia em 2013 |
Pregado na cruz, ficou dois dias nesta posição, edificando a todos os
assistentes com os conselhos e orações. Aparecendo ainda com vida no terceiro
dia, os fiéis quiseram a força liberta-lo do tormento, mas quando puseram mãos à
obra, uma luz intensíssima desceu do céu envolveu o apostolo e depois de meia
hora já tinha entregue a alma a Deus. Egeas sabendo de que o tinham sepultado o
corpo do Apóstolo, enfureceu-se e pediu a exumação do cadáver. Deus porém
castigou-o horrivelmente. Egeas ficou possesso do demônio e morreu em pleno
desespero.
“Salve, santa Cruz, tão amada, tão desejada! Tira-me do meio dos homens,
e entrega-me ao meu Mestre e Senhor, para que eu de ti receba o que por ti me
salvou” (Santo André)
Fonte: Na luz Perpétua, Pe. João Batista Lehmann, 2ª. ed.,
Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1935
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