30/11/2017

30 de novembro - Santo André, Apóstolo

“Fizestes-me conhecer, Senhor, quão grandes honras reservais aos vossos amigos, e a solidez do seu poder.”

Duplo de II classe – Param. vermelhos
Natural de Betsaida da Galiléia, André era pescador como seu irmão, Pedro. Foi discípulo do Batista. Quando chegou ao conhecimento do Messias, conduziu-lhe imediatamente o irmão e ambos a convite do Mestre, seguiram-no prontamente, abandonando o pai e as redes (Ev.). Assim, foi ele eleito pescador de homens e príncipe da Igreja (Gr.). Após a descida do Espírito Santo, dirigiu-se para as terras da Cítia, no Epiro, e da Trácia, onde anunciou o Evangelho da paz e da cruz (Ep.) e difundiu o bom odor de Cristo (Al.), conseguindo confundir a sabedoria humana (Intr.). Conforme reza a tradição, fui crucificado em Pátras com a cabeça para baixo.
Em 357 as relíquias do Apóstolo foram transferidas para Constantinopla. A cabeça encontra-se em Roma, na Basílica de São Pedro.
A Missa frisa o nexo indissolúvel entre Pedro e André, ligados pelos vínculos do sangue, da vocação ao apostolado e de igual martírio.
Seguindo o exemplo de Santo André que foi apóstolo da cruz, saibamos abraçar e levar com amor e resignação as cruzes da vida cotidiana. Muitas vezes ouvimos o convite: “Vem após mim!” Acatemos este apelo, procurando caminhar nas pegadas benditas de Jesus, mediante o sacrifício, a humildade e o amor.

Missal Romano Quotidiano – Latim/Português – Edições Paulinas 1959


O Martírio de Santo André
Pe. João Batista Lehmann
Crucificação de Santo André - Mattia Preti 1650-51

Quando começou o julgamento, Egeas (governador romano) tinha dito: “Es tu aquele André que derruba os templos de nossos deuses, e mete tolices na cabeça dos simples, para que abracem essa religião supersticiosa, contra a qual os imperadores deram ordens as mais severas?”
André: “Estas ordens foram dadas por imperadores que desconhecem a verdade; desconhecem a Jesus Cristo, o Filho de Deus, que veio a este mundo para salvar os homens; são deuses, mas abjetos demônios.”
Egeas: “Os judeus crucificaram Jesus Cristo justamente por causa desta doutrina.”
André: “Ah! Se conhecesses o mistério da Cruz e compreendesses quem é Ele, que, Criador de todos os homens, por amor de nós tomou livremente a Cruz sobre si, para nos salvar!”
Egeas: “Livremente não, porque foi processado, preso, condenado e crucificado.”
André: “Quem como ele, predisse a morte; quem como ele, predisse o modo por que havia de morrer; quem como ele, depois de morto, ressuscita glorioso do sepulcro; quem como ele, disse: "Eu tenho o poder de entregar minha vida e de reavê-la e confirma esta doutrina por fatos inegáveis, morreu porque quis, morreu livremente e a salvação é um fato que se impõe a crença de todos.”
Egeas: “É um absurdo ser discípulo de um crucificado.”
André: “Se me quiseres ouvir, eu te explicarei este mistério.”
Egeas: “A desconhecem ainda os deuses, que morte na cruz não é mistério nenhum, antes vergonha e castigo.”
André: “Uma coisa e outra: um castigo porque pela morte de cruz foi tirada a culpa do pecado; mistério, porque tornou fato a graça substituiu o castigo e aos fiéis é garantida a vida eterna.”
Egeas: “Com estas fatuidades divertirás a quem quiseres; eu, porem te digo: Se não abandonares está religião, se não renderes honra aos deuses, eu te mandarei a flagelação e mesmo a cruz, visto lhe teres tanta veneração.”
André: “O sacrifício que eu dia por dia ofereço, não é incenso, não são holocaustos de bois e carneiros, mas é o Cordeiro imaculado, oferecido a Deus vivo e verdadeiro. Os fieis bebem o sangue e comem a carne deste Cordeiro, que não morre e a todos dá vida.
Egeas: “Como é possível isso?”
André: “Si quiseres tornar-te meu discípulo, eu lhe explicarei.”
A este convite de graça, Egeas respondeu com ordem de prisão. André foi encarcerado.
No dia seguinte sendo reiteradas as ameaças de morte e prestar culto aos Deuses romanos.
André respondeu ao Governador Egeas: “Meu martírio tornar-me-á mais agradável a Deus; meu sofrimento pouco tempo durará, ao passo que teu tormento não terá fim”
Relíquia da Cruz de Santo André em visita à Rússia em 2013
Pregado na cruz, ficou dois dias nesta posição, edificando a todos os assistentes com os conselhos e orações. Aparecendo ainda com vida no terceiro dia, os fiéis quiseram a força liberta-lo do tormento, mas quando puseram mãos à obra, uma luz intensíssima desceu do céu envolveu o apostolo e depois de meia hora já tinha entregue a alma a Deus. Egeas sabendo de que o tinham sepultado o corpo do Apóstolo, enfureceu-se e pediu a exumação do cadáver. Deus porém castigou-o horrivelmente. Egeas ficou possesso do demônio e morreu em pleno desespero.
“Salve, santa Cruz, tão amada, tão desejada! Tira-me do meio dos homens, e entrega-me ao meu Mestre e Senhor, para que eu de ti receba o que por ti me salvou” (Santo André)

Fonte: Na luz Perpétua, Pe. João Batista Lehmann, 2ª.  ed., Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1935

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