20/03/2018

PESSOA HUMANA OU VACA?


Quer dizer, a mulher pode ter chifres, andar de quatro pés, tatuar uma série de malhas pelo corpo, que, apesar do esforço, continuaria sendo mulher, e não vaca”.

Prof.: Ednaldo Maximiano*     
Certa vez conheci uma mulher que afirmava categoricamente: “quero ser vaca”. Fiquei espantado. O espanto levou-me a questionar: quem é a pessoa humana? Na verdade aquela mulher até que se parecia com a fêmea do touro, no entanto, uma coisa é certa, aparência não é tudo. Aliás, é quase nada. Neste caso, o que realmente importa? Sem dúvida o que está por baixo das aparências. Aquilo que os antigos gregos chamavam de substância. O que é permanente, o que existe por si e em si, e ainda mais, não precisa de nenhum outro sujeito para se unir.
Devo chamar a atenção para outro aspecto muito interessante: a essência. É justamente ela que constitui e especifica um ser dentro de uma espécie ou gênero e o que faz distingui-los dos seres das demais espécies ou gêneros. A essência determina que o ser seja o que é e distinto dos outros seres das outras espécies. Isto é, a mulher é mulher e não vaca. O homem é homem e não um cervídeo.
Não obstante, o que aparece não é a substância e nem a essência. O aparente é sempre o acidente. Ele existe, mas poderia não existir. Ainda assim, a substância continuaria a mesma. O acidente é simplesmente um modo ou qualidade de uma substância. Quer dizer, a mulher pode ter chifres, andar de quatro pés, tatuar uma série de malhas pelo corpo, que, apesar do esforço, continuaria sendo mulher, e não vaca.       
Neste ponto nevrálgico reside uma confusão terrível. O que é substancial? O que é essencial? O que é acidental? As respostas acertadas para estas questões podem evitar erros abomináveis. Exemplos existem aos milhões: que diferença substancial há entre uma pessoa de oitenta anos e uma que ainda não nasceu? Não há diferença substancial, nem essencial. Existe uma diferença acidental, o tempo. Portanto, se chamamos a pessoa humana de feto ou embrião não interessa, ela continua sendo pessoa e nós, assassinos quando optamos indiscriminadamente pelo aborto.
Tem alguma coisa errada com o mundo. Confundimos tudo - é melhor deixar bem claro - misturamos tudo desordenadamente. Não se sabe mais quem é a pessoa humana e não há, evidentemente, um reconhecimento de sua dignidade. Imagine uma pessoa sem se reconhecer e sem dignidade. É melhor ser vaca.
* Professor de filosofia, pós-graduado e docente em centros universitários

Um comentário:

  1. Duns Escoto, Guilherme de Ockham, Kant, Hegel e demais correligionários...finalizando na Escola de Frankfurt. Por enquanto, são os vencedores.

    "e prostraram-se diante do Dragão, porque dera seu prestígio à Fera, e prostraram-se igualmente diante da Fera, dizendo: Quem é semelhante à Fera e quem poderá lutar com ela? 5.Foi-lhe dada a faculdade de proferir arrogâncias e blasfêmias, e foi-lhe dado o poder de agir por quarenta e dois meses. 6.Abriu, pois, a boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar o seu nome, o seu tabernáculo e os habitantes do céu. 7.Foi-lhe dado, também, fazer guerra aos santos e vencê-los. Recebeu autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação, 8.e hão de adorá-la todos os habitantes da terra, cujos nomes não estão escritos desde a origem do mundo no livro da vida do Cordeiro imolado. 9.Quem tiver ouvidos, ouça!"

    Viva Cristo Rei e Salve Maria!

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