Este é o último sinal precursor da segunda vinda de
Cristo; a presença do Anticristo é sempre problemática. De fato, o Anticristo
pretende ser a réplica de Cristo, portanto não será reconhecido como tal, a não
ser por um pequeno número de católicos. Iniciemos nossa marcha, seguindo ao
esquema marcado nos pontos anteriores.
Qual é o teor dos vaticínios a respeito? O denominador
comum é o de atribuir a este personagem um irresistível poder de sedução.
No Discurso escatológico de Jesus – centro de interesse
sobre o qual gira este estudo, segundo manifestei de início – se dão os
seguintes pormenores sobre o tema. «Muitos
virão em meu nome e dirão ‘Eu sou o Cristo’ e enganarão a muitos» (Mt. 24, 4-5; Mc. 13, 3-4; Lc.
21, 8). «Surgirão falsos profetas e apresentarão prodígios e maravilhas, ao
ponto de enganar, se fosse possível, até mesmo aos eleitos. Vede que vos
preveni de tudo» (Mt. 24,23-24; Mc. 13, 21-23). São Paulo o descreve por seus
efeitos perniciosos; será «o homem da iniqüidade e o filho da perdição, que se
opõe e se lança contra tudo o que se disse Deus ou é adorado, até sentar-se no
Templo de Deus» (Cf. II Ts. 2, 4) dotado de grande poder de sedução. Assim se
descreve uma realidade sem nome. O nome aparecerá, bem mais tarde, nas
Epístolas de São João.
O nome já estava cultivado pela Tradição e andava de boca
em boca, quando este Apóstolo faz uso dele em suas cartas. Vejamos os textos. «Filhinhos, esta é a última hora,
como tendes ouvido está para chegar o Anticristo; digo-lhes agora, que muitos
se fizeram Anticristos… De nós saíram, mas não eram dos nossos. Quem é o mentiroso,
senão quem nega que Jesus seja o Cristo? Esse é o Anticristo. Todo o que nega o
Pai e o Filho, esse é o Anticristo» (Ep. I, 2, 18-23).
No c. IV desta mesma Epístola, se refere, como nos
Sinóticos, a falsos profetas: «Caríssimos,
não creiais em qualquer espírito, antes examinai se são de Deus, porque muitos
falsos profetas surgiram no mundo… todo espírito que não confesse a Jesus, esse
não é de Deus, é do Anticristo, de quem ouvistes que está para chegar e agora
encontra-se já no mundo». Insiste
na II Ep. (v. 7): «Agora
surgiram no mundo muitos sedutores, que
não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este é o sedutor e o Anticristo».
O Mesmo S. João descreve, no Apocalipse, uma dupla
espécie de Anticristo, com o nome de primeira e segunda Besta. A caracterização
de cada uma das Bestas se dá no cap.13. A
primeira é a que sai do mar, e que lhe foi outorgado fazer guerra aos santos e
vencê-los. A segunda emerge da terra e tem dois chifres semelhantes aos de um
cordeiro, mas cuja linguagem é a do Dragão. Sua ação consiste em extraviar
os moradores da terra e induzi-los a adoração da primeira Besta. Os autores costumam
aplicar também como vaticínios sobre o Anticristo, o das quatro Bestas de
Daniel (c. 7), e, em sentido figurado, o que diz de Antíoco. A primeira vista,
na leitura dos vaticínios, pode-se deduzir que se trata de vários indivíduos,
simultâneos e sucessivos, assim como de um grupo ou vários grupos, mesclados
nas imagens que se dá das Bestas.
Vejamos as opiniões sobre o tema no decorrer dos séculos.
Sobre o Anticristo, sua personalidade, características e
atividades correram rios de tinta. Foi descrito e pintado com detalhes
pitorescos, aterrorizantes, monstruosos, ridículos. Nunca, nos outros aspectos
escatológicos, encontrei tal grau de fantasia nos intérpretes apegados à
Exegese tradicional.
O Anticristo seria um homem singular e determinado.
Segundo Cornélio A Lapide, Suárez, etc. Será a Abominação da Desolação, por
entronizar-se onde não deve. Nos SS Padre podem-se recolher dados valiosos, que
foram ratificados e aproveitados na Exegese inovadora.
É o caso, por exemplo, de S. Irineu. O P. Orbe oferece
uma boa síntese da idéia do Santo sobre o Anticristo. Vejamos:
O antagonismo perpétuo entre o Diabo e Cristo se fará
particularmente violento e virulento com a aparição do Anticristo, que será um
instrumento de Satanás. Sua arma será a sedução. Será um apóstata que
pretenderá suplantar a Cristo. S. Irineu leva em conta a dupla acepção do
prefixo grego ANTI: a) A
idéia adversativa, «contra»; b) A idéia de suplantador ou vigário, «no lugar
de…».
O Anticristo de Luca Signorelli |
Provavelmente, segundo o P. Orbe, esta segunda acepção – ou
seja, a do êmulo de Cristo – foi a originária. S. Irineu emprega os dois
sentidos «per modum unius»,
isto é, abarcando a dupla idéia, «Êmulo-adversário». Dai a atividade equívoca
do Anticristo. Por outro lado, S. Agostinho considerou o Anticristo como um
ente coletivo. A Exegese inovadora soube tirar proveito destas idéias.
Comecemos pelo pioneiro, que se adiantou, em certos
aspectos, em mais de um século e meio, nas afirmações de autores
contemporâneos. Trata-se de Manuel LACUNZA (pseudônimo Ben Ezra) na sua famosa
obra. Lacunza diz que, segundo todos os indícios das Sagradas Escrituras e os
que oferece o tempo, que costuma ser o melhor intérprete das profecias, o
Anticristo será um Corpo moral no qual todos seus membros estarão animados por
uma mesma intenção. «Esse corpo – diz – será o verdadeiro e único Anticristo,
que lutará contra o Corpo Místico de Cristo, que, nesses tempos, se encontrará
sumamente debilitado. Se não terminará por destruí-lo totalmente, será por
falta de tempo, não de empenho» (Mt. 24, 22). Aqui temos uma afirmação taxativa
e exclusiva, contra a tese tradicional que excluía, absolutamente, um
Anticristo coletivo, e considerava, como de fé, a tese de um Anticristo
pessoal; um indivíduo concreto.
EXCURSUS. A respeito da tese tradicional, que
alguns teólogos, como Belarmino e Suárez, propõem como de fé, de que seria um
indivíduo concreto é necessário dizer que o Magistério da Igreja – como se pode
comprovar examinando o índice de matérias da obra «Antologia dos Símbolos,
Definições e Declarações sobre a fé e costumes» que os eruditos conhecem por
Denzinger-Schonmetzer (abreviado como Denz-Sch., ou DS) – jamais se pronunciou
sobre o tema, nem sequer em uma simples Declaração. Deve-se respeitar,
inicialmente, a opinião comum dos teólogos; mas o que não me convence, nem
satisfaz, é a base lingüística, em que se apóiam, tanto os comentaristas
antigos, como os modernos, arraigados, ao pé da letra, na exegese tradicional.
Baseados no uso de São Paulo do artigo, no original grego, que equivale ao
artigo determinado, «O homem do pecado», «O filho da perdição», «O iníquo»…
Consideram algo inquestionável que o artigo determinado refere-se a um
indivíduo concreto; sendo que pode, contudo, designar um coletivo, como, por
exemplo, «O Homem de Neandertal», «O Homem renascentista». Lacunza alega uma
multidão de exemplos da mesma Sagrada Escritura, em que o artigo assim
empregado demonstra coletivos.
Baseiam-se, ainda, numa frase do Evangelho de São João
(5, 43), em que se dá uma versão incorreta: «Eu vim em nome de Meu Pai, e não
me recebestes; porém virá outro em seu próprio nome, a esse o recebereis».
Pois, bem; com o fim de levar a água ao moinho de seu ‘pré-juizo’ «a outro» o
traduzem por «ao outro», para significar inequivocamente ao Anticristo, seu
adversário. Mas, tanto em Latim, como no original grego, o artigo indefinido
empregado não é «alter», nem «heteros», respectivamente, que significa «um»
entre dois; porém «alius» e «allos», que significa um entre vários; ou seja,
simplesmente, outro distinto qualquer. Entretanto, isto não quer dizer – de
minha parte – que se deva negar a opnião de um Anticristo pessoal, muito
concreto; porém, simplesmente, que a base lingüística alegada, carece de
solidez. Sigamos com Lacunza, neste Excursus. Esse Corpo moral começou a
formar-se nos tempos apostólicos, iniciando então sua atividade corrosiva. O
diz claramente São Paulo, em sua II carta aos Tessalonicenses. E S. João falava
já da aparição de uma multidão de Anticristos ou sedutores. Essa multidão de
Anticristos são apenas membros destacados do Anticristo-Corpo social, que, em
sua intenção de anular a Cristo e seu Corpo Místico, a Igreja perdura desde os
tempos apostólicos. Lacunza, baseado na interpretação que faz das duas Bestas,
descritas no cap. 13 do Apocalipse, designa com o nome de primeira Besta o
supracitado Corpo social (Anticristo). Esta
primeira Besta, para levar a cabo seus desígnios, com a maior perfeição
possível, procurou, desde vários séculos, dar lugar, mediante a tática da
infiltração, à formação de um outro Corpo social, dentro da Igreja, incrustado
nela.
Esta é a designada como a segunda Besta.
Os membros desta Besta «serão» – disse –
os Clérigos, em especial, os da hierarquia, em contraposição aos membros da
primeira, que são leigos, ou se há clérigos apostatas, combatem de fora da
Igreja. Esta segunda Besta fará o ofício de Profeta a respeito da Primeira.
Seus membros, para os fiéis, seriam os falsos profetas, dos que se devem
guardar, segundo as advertências do evangelho. Qual será a função desta segunda
Besta, e como a desempenhará? Ouçamos Lacunza.
«A máxima responsabilidade do extravio dos fiéis – da
Apostasia geral e da extrema corrupção moral – corresponde a segunda Besta».
«Não faltarão alguns bons pastores… Nem se pode crer menos na bondade do Sumo
Pastor. Mas, as mãos, como nos tempos de Elias, frustrarão seu labor».
Para Lacunza, a chave da sedução está nestas palavras do
Apocalipse aplicadas à segunda Besta: «e tinha dois chifres semelhantes aos de
um cordeiro, mas falava como o Dragão»(13,11).
Comentário de Lacunza. «Os dois chifres denotam a força
da potestade espiritual; uma potência mansa e pacífica que tem o amor e a
confiança dos povos; e, por isso mesmo, é infinitamente mais poderosa (que a
primeira Besta). O povo fiel, pelo mesmo motivo que terá como inacreditável
tanta iniqüidade em pessoas tão sagradas, terá por bem a iniqüidade.
Não espantaria tanto ao Corpo místico de Cristo a morte,
os tormentos (como aconteceu em todas as perseguições violentas) quanto o mau
exemplo, a persuasão, a mentira, as insinuações; e tudo com ar de piedade e
máscara de religião; tudo confirmado com falsos milagres, que os fiéis em geral
não são capazes de distinguir dos verdadeiros». Termina dizendo que para
primeira Besta – único e verdadeiro Anticristo – faltava uma peça importante,
essencial, para a consecução de seus objetivos. A teoria anticrística de
Lacunza, apesar da feroz oposição dos primeiros anos imediatos à publicação de
sua obra, devido a sua inclusão no índice, foi ganhando terreno em autores
posteriores, ao contrastá-la com os acontecimentos que estamos vivendo.
Benjamin Martín disse, em 1967, que o Anticristo idéia
(ou coletivo) ia tomando corpo naqueles dias. O Cardeal Billot, ao comentar a
descrição que S. Paulo fez do «homem do pecado» do «filho da perdição», disse:
«Este Anticristo representa, por assim dizê-lo, o fruto maduro e a
personificação da Apostasia». O sintetiza em uma idéia abstrata.
Mons. Fulton J. Sheen |
Em 1947, Mons. Fulton J. Sheen deu um ciclo de
conferências, em uma das quais tratou do tema do Anticristo. Na revista alemã Einsicht (XVII Jahr. (3) 1987) se publicou um resumo da mesma, sobre
o título «Die Zeit des
Antichrist» (O tempo do
Anticristo). Observando e analisando a realidade (de então) chega-se a
conclusão de que havia chegado o último capítulo da História. «O conflito do
futuro – disse – se concentrará entre o Absoluto do homem que se faz deus e
entre o Absoluto Deus-homem; entre os irmãos em Cristo e os camaradas no
Anticristo». Expõe, em seguida, sua idéia do Anticristo. «O Anticristo
não será conhecido em quanto tal; (contra a afirmação de Martínez Sacristán de
que «seria conhecidíssimo»); pois, do contrário, não teria seguidores». Critica
as descrições grotescas, ridículas, que se fizeram dele ao longo dos séculos.
«Deve-se descrevê-lo, ao contrário, como um anjo e como guia deste mundo, cuja
mensagem consiste em dizer-nos que não existe nenhum outro mundo além deste.
Foi-nos dito que inclusive enganaria aos eleitos; ora, com a imagem que nos é
dada grotesca, seguramente, não poderia enganar aos eleitos. Apresentar-se-á,
porém, como um grande amigo dos homens. Falará de paz, bem-estar e de
abundância. Mas não como meios para ir a Deus, mas como um fim em si. Será
tolerante indiferente quanto ao justo e ao injusto, a verdade e o erro. Apelará
para a religião para destruí-la. Falará de Cristo e dirá que foi o maior dos
homens que já existiu… Terá todos os sinais e marcas da Igreja, mas privados de
seu conteúdo divino e salvífico». O abade Georges de Nantes, em uma de suas Lettres á mes Amis, (141,
1963) trata do Mistério da Igreja e do Anticristo. Pergunta se será uma pessoa
ou teoria? A resposta é: 1) Pode ser um homem (determinado) de Satanás. 2) Mas
será, necessariamente, um movimento de massas e uma ideologia de um poder
singular, político e espiritual. 3) Apresentar-se-á como uma Réplica de Cristo
e sua doutrina como um Cristianismo renovado, posto em dias, melhorado;
modelado, porém, sobre o autêntico, até o ponto de que os mesmos eleitos se
contagiariam se Deus não os preservasse. Falará da Queda-Redenção-Restauração.
Mas aplicará essa trilogia a horizontes temporais. Surgirá uma Mística e uma
Teologia poética (da Libertação). Tornar-se-á uma réplica exata, mas carnal, da
Doutrina católica. Seu Paraíso é terrestre. G. Nantes afirmou que uma mutação
prodigiosa da Fé estava já praticamente feita. Constata que se amotinam os
falsos Messias e falsos profetas; e, além disso, «Teólogos e Moralistas estarão
prontos para justificar tudo». A crua realidade dos fatos se impõe e vai dando
razão a tese de Lacunza.
O Padre Castellani, também em 1963, o descrevia com estas
palavras: «O Anticristo
se parecerá com Cristo. Portanto, aparecerá como ‘bom’, não nefasto ou
criminoso, segundo as descrições antigas, que o compararam a Nero. Não seria
seguido, se fosse uma monstruosidade acumuladora das degenerações. Não há, na
Escritura, menção de outro delito que o da blasfêmia(falará a linguagem do
Dragão) e o sacrilégio
máximo (A Abominação da
Desolação).
Roncalli o papa bom, homenageado pelos maçons. |
Reduzirá a Igreja a sua extrema tribulação… fomentará uma falsa
Igreja… Abolirá
completamente a Santa Missa e o culto público».
W. J. Strojie. Com este autor, chegamos ao ponto
culminante do multissecular processo exegético do tema que nos ocupa. Este
senhor (R.I.P.) católico secular norte-americano, que residia em Lebanon
(Oregon), à luz do terremoto do Vaticano II e a crise eclesial, sem precedentes,
que deixou como seqüela, começou a escrever e a distribuir entre amigos e
conhecidos cartas (Letters),
com certa freqüência, fazendo reflexões e tirando suas próprias conclusões
sobre estes temas… a mais relacionada ao tema que estamos tratando, escrita em
1976, foi publicada em alemão, na revista Einsicht VII (2) Jul. 1978:, sob o seguinte
título: «Falsacher Papst und
Antichrist», isto é, «Falso Papa e Anticristo». O autor, sem o menor
alarde bibliográfico, se vale do raciocínio, baseado nos textos bíblicos,
ajudado por uma excelente formação doutrinal católica. Ele foi, talvez, o
primeiro a pegar o touro pelos chifres, chegando a algumas conclusões que
teriam escandalizado até mesmo ao Padre Lacunza, dado que expressamente as
exclui de sua teoria. Após várias considerações de mais de uma página e meia
passamos a dar-nos conta das suas conclusões, convergentes todas em assinalar a MONTINI como o autêntico Anticristo pessoal.
Os Anticristos e o Anticristo. «Demonstrei – disse – que não só vivemos uma
vacância da Santa Sé (isto já estava demonstrado vários anos antes –
acrescento), mas também nos encontramos na presença de uma ação muito ativa e
corruptora no trono de Pedro. Trata-se de uma presença inimiga de Cristo, que
não é outra que a do Anticristo».
Cita os textos de São João, em suas epístolas, em que
fala de muitos Anticristos… «Previu um tempo em que a oposição a Cristo
alcançaria sua Perfeição
na Imperfeição e,
certamente, concentrada em um único homem». São Paulo fala dele como O Homem do
pecado, e o Filho da perdição, que surgiria de entre nós no tempo final. O
Homem do pecado.
Após uma breve enumeração dos maiores e mais horríveis
crimes cometidos na história da humanidade, pergunta se é possível que um homem
só possa superar aos pecados dos maiores criminosos do passado. Sua resposta é
afirmativa, e raciocina. «O homem do pecado, só pode merecer essa denominação a
título de seu ofício singular, que lhe permite a possibilidade de consumar o
maior mal espiritual possível. A ordem espiritual é muito mais excelente que a
carnal; por isso, os pecados contra o Espírito Santo são muito mais graves que
os que se cometem contra o corpo, contra o Direito natural ou contra a ordem
temporal».
Segundo a doutrina católica, a ruína de uma só alma é
mais significativa que a destruição do universo. «Não pode, portanto, tratar-se
simplesmente, de um homem extraordinariamente malvado… Esta pessoa deve ser única
quanto ao ofício espiritual que desempenha». «A Desolação na Cidade santa. Quem
pode, portanto, em seu mais estrito sentido teológico, exercer o ofício de um
Anticristo? Só pode tratar-se de alguém que se oponha eficazmente aos seus
predecessores Vigários de Cristo… assim como ao verdadeiro culto de Deus, pela
supressão do Sacrifício perpétuo. Com outras palavras, só pode se tratar de
alguém que possa, juridicamente, fazer oposição a Cristo, Cabeça invisível da
Igreja; de alguém que, em virtude de seu ofício usurpado, seja o único apto
para levar a cabo a Desolação na Cidade Santa». O sentido espiritual da
Escritura. Quem poderia – pergunta-se –, como pessoa particular, instalar-se na
Cidade santa e mudar todas as leis, como se fosse Deus? Deixemos de lado a
letra que mata. Muitos eruditos e um número maior de idiotas tentaram
identificar ao Anticristo com algum político, perseguidor ou notário tirano.
São João o identifica com a cifra 666, símbolo da Perfeição na imperfeição.
Conhecido é que, na Bíblia, o número 7 significa a perfeição, assim como o 6 a
imperfeição… A expressão Perfeição na Imperfeição é precisa e significa o
conjunto de todas as condições, que se devem cumprir, para que esse número
encontre seu cumprimento. E não se pode esquecer que seu significado é
inequívoco, com o fim de que em toda época pudesse ser entendido.
A descrição ou identificação simbólica do Anticristo deve
ser precisa e exata; pois são numerosos os homens profundamente perversos que
no transcurso da história, foram reputados falsamente como Anticristos, por não
ter em conta a univocidade do simbolismo dessa cifra. A máxima iniqüidade ou
maldade. A Perfeição na Imperfeição, que S. João profetizou, se realiza em um
único homem… E isto deve entender-se no sentido de que a máxima iniqüidade se
encontrará em um só homem, o que só é possível se ele estiver situado na mais
alta esfera. Para conseguir tal perfeição e infectar a todo o mundo é
necessário um homem que esteja investido com a mais alta dignidade de um ofício
espiritual. Em seguida, lança a seguinte pergunta: Poderia alguém imaginar um
homem investido de um cargo, que pudesse causar uma ruína espiritual e moral
maior que um Papa? Ou de outro modo: Poderiam as forças e potências unidas do
mundo causar um desastre espiritual tal, como o que hoje vivemos… produzido por
um só homem, detentor do Poder espiritual supremo?
Duplicidade, mentira, armas de Satanás. A maldade
perfeita devia progredir e se expandir com o engano, e não com a violência, que
é o meio comum para executar a maldade na esfera mundana. As Lojas de nossos
antigos inimigos se propuseram ao objetivo de corromper a massa dos católicos e
invalidar toda a resistência. «Dai-me
simplesmente o mindinho papal –
conforme a Instrução da Alta Venda – e
nós teremos em nossas mãos toda a Cristandade».
A mais alta traição. É outra condição a mais, para que se
cumpra a Perfeição na Imperfeição, privativa do Anticristo. Esta iniqüidade
consiste na negação plena e oficial de Cristo, por parte de um homem, que foi
eleito como Vigário seu na terra. É o mais perfeito ato de perversidade de que
é capaz um homem. A Negação de Cristo por parte de outro homem qualquer, não
pode alcançar essa categoria de perfeição na maldade. Essa traição só pode ser
cometida por alguém que tenha sido eleito, justamente, como Vigário de Cristo,
mas que se revolte contra Ele com insolência satânica, atuando como Vigário do
Dragão. Jamais, nenhum Papa, no transcurso da história, cometeu este supremo
grau de traição. Jamais se deu algo que seja comparável com a revolução
completa e total realizada por MONTINI. Os inimigos externos seculares da
Igreja, jamais puderam conseguir o que em tão pouco tempo realizou Montini. Os
anti-papas, que houve na Igreja, jamais ousaram tocar a Fé, nem a Disciplina.
Não há dúvida de que a profecia de S. João se realizou na
pessoa de João B. Montini. O autor faz referência a um livro de recente
publicação sob este título: Como
se pode conhecer O Anticristo?
Nesse livro, se afirma que todo luzeiro pode e deve
reconhecê-lo por seus dois pequenos chifres e seus olhos cômicos. Strojie
critica como ridículas essas concepções, próprias da exegese tradicional,
baseadas em uma interpretação literal dos textos bíblicos, meros símbolos de
uma realidade futura.
Critica o afã insensato em exibir sinais e prodígios para
aceitar uma realidade que se impõe por si mesma, como exigiram de Jesus os
escribas e fariseus: «Mestre,
queremos ver um sinal vosso»(Mt. 12, 38). Para convencer-se da realidade
da presença do antagonista de Cristo, põe como exemplo o que chama de
impressionante analogia. Refere-se à embaixada de João Batista, narrada por S.
Mateus (11, 1-6) e S. Lucas (7, 18-23). João enviou a dois de seus discípulos
para perguntarem a Jesus: «És
tu o que há de vir ou devemos esperar outro?» Resposta de Jesus: «Ide e anunciai as coisas que
ouvistes e vistes». (Leia-se esta passagem até o fim). Strojie lança a
mesma pergunta, dirigida a Montini: «És tu o que há de vir ou devemos esperar
outro?» Montini teria dado a seguinte resposta, totalmente verídica: «Olhai
como os bispos pregam nas sinagogas e os Pastores nas igrejas católicas; os
conventos tornam-se vazios; quase todos os bispos e sacerdotes aceitaram meu
Novo Ordo Missae; as escolas católicas fecham-se e o erro doutrinal domina,
naquelas escolas que ainda não foram fechadas… Eu me humilhei diante da
Assembléia da ONU; eu alienei a abominável Tiara, assim como o anel, símbolos
da Autoridade papal; eu proclamei o culto do homem, e o que é mais importante,
prega-se aos pequeninos um evangelho adulterado. Ide e dizei-o aos que vos
enviaram a mim». Resposta do autor a pergunta: Devemos esperar outro? NÃO!
Não pretende que se dê crédito as suas palavras, porém
que se dê atenção ao que nos disse Cristo:«O que não está comigo, está
contra mim». Isto é, se está «contra Cristo», é Anticristo.
No Vaticano, o Sr. Montini depõe a tiara papal, símbolo do poder divino concedido por Deus ao membro da Igreja ocupante da Sede de São Pedro. |
«Montini se lançou contra Cristo no Trono de Pedro: É o
Anticristo, em sentido pleno, por antonomásia». O Sr. Strojie
refere-se a João XXIII. «Alguém poderia argumentar – diz – que também João
XXIII tem sua parte de culpa na destruição da Igreja, por conseguinte, também
foi Anticristo» O autor não chega a tanto. Desculpa-lhe, porém, não totalmente.
Para o autor, Roncalli pode ser classificado como o Profeta de Montini, seu
precursor, como foi João Batista de Cristo. Roncalli favoreceu a revolução com
o anúncio do Aggiornamento.
Roncalli condenou, ao iniciar o Vaticano II, aos «Profetas de calamidades»,
que, desde longo tempo atrás, alertaram. Roncalli prometeu uma renovação
esplêndida, um rejuvenescimento da Igreja. Resultado. Foi um Falso profeta.
Nosso Senhor mandou que nos guardássemos dos falsos profetas…
Estendi-me na exposição da teoria do Sr. Strojie, em
primeiro lugar, por oferecer uma informação nova e, portanto, surpreendente e
impactante, sobre o tema da exegese anticrística, como foi, em seu tempo, a
teoria do P. Lacunza, que, certamente, não só não chegou a cogitar o ponto de
vista de Strojie, como, segundo dissemos, o descartou explicitamente. Em
segundo lugar, para fazer com que o leitor veja que reflito, o mais fielmente
possível, seu pensamento, oferecendo literalmente os textos do autor. Devo acrescentar
que o Sr. Strojie, em sua carta num. 79 (Março de 1985) «The Operation of
Error», amplia a Wojtyla o título de Anticristo.
New York. "É um encontro de
irmãos" foi o que ele disse a eles.
Em Março de 84, Wojtyla recebe representantes da Loja B'nai B'rith de New York. "É um encontro de irmãos" foi o que ele disse a eles. |
Isto não tem nada de estranho, nem implica a menor
contradição; já que o Anticristo pessoal, dada a condição da natureza humana, é
mortal, caduco; não como o Anticristo, Corpo social, cuja sobrevivência,
baseada na identidade de um propósito muito concreto, é indefinida. Como Corpo
social atuava já segundo se repetiu – desde os tempos apostólicos e segue
atuando, sem a menor dúvida, já que a segunda Besta – o elemento hierárquico –
está a serviço da primeira Besta ou Corpo social, como se afirma taxativamente
o Apocalipse (13). Estou totalmente convencido de que 99% do Catolicismo
nominal, ao que chegue esta informação, exclamará: Este Senhor é um blasfemo!
E, no entanto, se deve exclamar como Galileu: «Eppur
si muove!». Autores
posteriores a Strojie – talvez, sem ter conhecimento da opinião deste – se
manifestam nesse sentido e, inclusive, o ampliam. O Sr. Joseph… (R.I.P), Yukio
Nemoto, japonês, católico também secular, não tem nenhum escrúpulo em dizer
abertamente: «The Popes since
John XXIII.. are Antichrist – The Beast…». (Os Papas a partir de João XXIII são o
Anticristo – A besta).
Wolfdieter Gróssler deu uma conferência, cujo conteúdo
foi publicado pela revista Einsicht,
sob o título «Der Antichrist
und die Amtskirchem» (O
Anticristo e os Cargos eclesiásticos). Trata do tema na mesma direção que
Strojie e Yukio Nemoto. Faz queixa do modo perturbador do emprego múltiplo, freqüentemente
contraditório, do termo Anticristo. Concentra-se na segunda acepção do prefixo
“Anti” (já observado em S. Irineu), como «em lugar de», ou idéia de
substituição; neste caso concreto, seria Tenente de Cristo. A primeira acepção
(a idéia de «adversário») convém a primeira Besta; entretanto, a segunda
acepção designa ao clero (a segunda Besta). Simbolicamente a designa também
como A Prostituta, que, com suas mentiras e sedução, criou os pressupostos para
facilitar o trabalho da primeira Besta e sua vitória quase total. A segunda
Besta, pois, trabalha na esfera religiosa. Apresenta-se sob o disfarce daquele
que é o Chefe da Cristandade ao que, justamente, obedecem com mais prontidão os
fiéis. O Papa (deve-se acrescentar o «suposto»), com a ajuda do clero – alto e
baixo – coopera muito eficazmente com a transformação da Igreja; porém, passo a
passo, de modo imperceptível. Aos fiéis vão lavando o cérebro, por meio da
propaganda hábil de um pensamento progressista. «Com todas estas medidas –
disse textualmente – deve-se conseguir que a união com Cristo, de maneira
gradual e paulatina, se passe ao Falso Cristo».
«Assim, justamente, aqueles que põem especial empenho em
ser fieis a Igreja serão levados, sem perceber, por sua obediência e fidelidade
incondicional, aos pastores da Igreja do Anticristo. Essa firmíssima
fidelidade, sobretudo ao (suposto) Supremo Pastor, se deduz do grau de
irreflexão com que foram recebidas as mudanças do Vaticano II. Deste modo, o
Anticristo – a segunda Besta –quase (sublinho)
consumou seu triunfo entre a Hierarquia». Deve-se dizer que outros autores,
tanto anteriores, como posteriores a Gróssler, suprimem o quase e dão como
inteiramente consumado o triunfo da Besta.
Joseph B. D. SARACENO, outro católico, leigo,
norte-americano residente em Los Angeles, que, já faz algum tempo, vem
escrevendo sobre temas escatológicos. Em uma série de breves escritos, ou
melhor, brevíssimos, trata o tema anticrístico. Na Bibliografia se recolhes
dois desses escritos. Este autor breve e conciso em seus argumentos, baseado na
Sagrada Escritura e na crua realidade, conclui, com toda firmeza que os Papas,
a partir do desaparecimento de Pio XII, são o Anticristo, em seu sentido mais
estrito.
Romano CHAMASTLOJ. Com este autor finalizarei a exposição
da tese inovadora – já empírica – pois é suficiente para nosso propósito e,
além do mais, creio que os raciocínios que se exponham, no mesmo sentido, não
serão senão variações sobre o mesmo tema.
Os pontos essenciais estão traçados, por estes autores
apresentados, posteriores a Strojie. CHAMASTLOJ (um pseudônimo) é mexicano,
clérigo. É o que mais trabalhos – e são os mais extensos – escreveu sobre a
tese encarada a partir de Lacunza. São, porém, trabalhos inéditos que leva,
como pode, às mãos de católicos de diversos países. Vou me deter um pouco mais
neste intérprete, com o fim de destacar alguns detalhes peculiares. Chamastloj,
considerando a situação atual, conclui que estamos imersos no pleno reinado do
Anticristo.
Rejeita, completamente, a interpretação literal dos três
anos e meio deste reinado. A observação empírica rejeita essa interpretação
literal. Insiste muito no fato de que será desconhecido em quanto tal. Apesar
de que as Sagradas Escrituras oferecem muitos dados inconfundíveis poucos
poderão identificar, por suas aparências de santidade (II Cr. 11, 13-15). Por
outro lado, «como reconhecê-lo, depois de campanhas para mitificá-lo, fazendo-o
aparecer como um monstro disforme dede seu nascimento?» Pelo contrário, será
louvado por seu grande humanismo, por sua defesa da vida, convivência pacífica,
etc. Não dirá descaradamente que é Deus; mas o fará usurpando sua potestade…
consolidará a heresia total… Suprimirá a Missa. Não poderia aparecer existindo
a verdadeira Missa, nem muito menos reinar. A luta contra ele por parte de
poucos que o reconheçam e o odeiem de morte, será humanamente um fracasso; já
que ele estará investido da máxima dignidade, detendo todo o poder e com sua
aparência de santidade fará infrutuosos os esforços desse «resto fiel».
Supostas aparições marianas contribuirão para a habitual
rejeição de toda tentativa de oposição. Os mesmos que desconheceram a Cristo,
salvo o pequeno resto fiel.
Epílogo
Propus-me a demonstrar, neste trabalho, a proximidade da
segunda vinda de Cristo, por ser já uma realidade o cumprimento da grande
maioria dos sinais previstos para denotá-la. Creio, sinceramente, ter
conseguido prová-lo, mediante os argumentos comumente admitidos pelo método
científico; isto é, em uma autoridade reconhecida como tal – neste caso, a
Bíblia, de autoridade indiscutível para os cristãos, de acordo com o sentido
harmônico de intérpretes de reconhecida solvência – assim como na realidade
incontrovertível de uns fatos em íntima conexão uns com os outros. Na exegese
tradicional foi dada rédea solta à fantasia – anti-científica por natureza – e
concluía-se, às vezes, em uma proximidade enganosa, por basear-se em dados
insuficientes e isolados, sem levar em conta a conexão entre os fatos-sinais.
Aqui, os acontecimentos previsto apresentam-se com toda a certeza de sua
realidade e em íntima conexão, segundo o exigem sua própria natureza e os
mesmos vaticínios. De fato, uma vez terminada a tarefa da evangelização de
todas as nações – prevista como o primeiro dos sinais e desencadeante de todos
os demais. A Apostasia – fenômeno constante e paralelo às conversões – chega a
consumar-se, de maneira irreversível, até constituir, com a máxima corrupção
moral, uma inundação que, com sua força assoladora, de per si, é poderosa para
arrastar a todos os católicos, se a graça de Deus não se reservasse um número
determinado de fiéis. Por sua vez, a apostasia consumada das nações indica que
seu tempo se cumpriu; com ele, segundo os vaticínios, soou a hora do regresso
de Israel a Terra Prometida, para formar uma unidade política, que abrange
todas as tribos desta etnia; unidade que esteve ausente por mais de 27 séculos.
A Apostasia, iniciada, completada e liderada pelo clero traz consigo, como não
poderia ser diferente, a supressão do Santo Sacrifício da Missa e a Abominação
desoladora. Agora; como a Apostasia, a extrema corrupção moral, a supressão do
Santo Sacrifício e a Abominação desoladora seriam obra do Anticristo, portanto,
deduz-se a presença e manifestação plena de tal sujeito… Dos fatos vaticinados
cumpridos, há os de evidência imediata contundente e absoluta, como são o
regresso de Israel para constituir-se como Estado, e a degradação galopante do
Meio Ambiente. Este último sinal é um fenômeno concomitante, exigido como
castigo pela máxima iniqüidade; mas, é um castigo, que poderíamos chamar
medicinal, cuja finalidade é provocar o arrependimento e a emenda que, porém,
segundo as profecias, não se darão. A humanidade continuará obstinada. Podem-se
considerar como de evidência imediata para os católicos o fenômeno da Apostasia
generalizada, a extrema corrupção moral e a Abominação desoladora.
Porém, não é evidente, nem mesmo para os fiéis, por
tratar-se de uma realidade espiritual, sobrenatural, a Supressão do Santo
Sacrifício da Missa. Este deve ser deduzido após sérios estudos. Entretanto, o
fato material da supressão, abolição, ou melhor, com um termo
canônico-jurídico, «ab-rogação», é um fato evidente.
Sobre o Anticristo, deve-se dizer que se trata de um
termo polissêmico, cujos sentidos devem ser levados em consideração, pois é
necessário que cada significado se realize. Em seu sentido fundamental, inclui
a idéia de «adversário». No entanto, essa idéia de inimizade mortal pode-se
sobreviver tanto em uma coletividade como em um indivíduo. É um coletivo, enquanto
se infira de vários textos sagrados e o confirme a exegese moderna. Este corpo
começou sua ação corrosiva nos tempos apostólicos (II Ts. 2, 7; e Jo I, 1,1,18
e 26; e 4, 1-3). Com o tempo chegaria a ocasião de sua plena manifestação (Ts.
I e 6 e 8). Uma pessoa física, como é evidente, não pode durar séculos. Por
outro lado, S. João, no Apocalipse, simboliza esse Corpo social em uma Besta.
De onde deduziu Lacunza que se tratava unicamente de um Corpo social, ou seja,
de um coletivo, por não ser aplicável – segundo ele – a descrição que se faz de
uma pessoa física. Entretanto, não se deve descartar o Anticristo indivíduo. O
Evangelho fala de Falsos Cristos e falsos profetas, assim como São João, em
suas cartas. O que designaria aos membros proeminentes desse Corpo social da
primeira Besta.
Mas a primeira Besta, segundo foi dito,
teve necessidade de outro instrumento, ainda mais eficaz, para consumar
perfeitamente seu propósito; assim toma lugar a formação da segunda Besta, esta
é outro Corpo social subordinado, o Clero católico, ou melhor, o suposto Clero
católico, insuperável para exercer a sedução.
A tática da infiltração foi praticada pela primeira
Besta, já desde os princípios; mas, não a aperfeiçoou até o primeiro terço do
Século XIX.
Na Instrução da Alta Venda, aconselha-se a iniciar a
infiltração pelo baixo Clero e continuar até o cume.
Nubius escreve, em 1824: «Devemos chegar ao
triunfo da idéia da revolução por meio de um Papa… Para quebrar a rocha de
Pedro… com um Papa assim, (revolucionário infiltrado) teríamos o mindinho do
sucessor de Pedro engajado no complot; e este mindinho valeria mais para nossa
causa que todos os Urbanos e Bernardos da Cristandade)».
Estes foram os planos; tornados reais. Diante da
atividade corrosiva de Montini, deve-se perguntar, «mutatis mutandi», o que
alguns espertos perguntaram sobre Cristo: «O Messias (neste caso o Anticristo),
quando vier fará mais prodígios que este faz?» – impossível! – Montini chegou
ao grau supremo da iniqüidade, à «Perfeição na Imperfeição». Logo é o
Anticristo pessoal, por antonomásia, assim como seu predecessor Roncalli e seu
sucessor Wojtyla. Assim foram todas as acepções do «Anticristo». É um coletivo e também um
indivíduo, que para seduzir melhor, encarna em si o duplo significado
do prefixo «Anti», como suposto Vigário de Cristo e supremo traidor. Cumpre,
ainda, o plural de que falava S. João; mas como disse Lacunza, não alcançará
perfeitamente seu objetivo, não por falta de empenho, mas de tempo.
Conclusão. Os sinais indicadores da proximidade da volta
de Cristo estão quase todos cumpridos. Outros sinais, por exemplo, a vinda e
pregação dos dois testemunhos – a Tradição os identifica com Elias e Enoc –
indica sua eminência; e quanto às terríveis comoções cósmicas (cf. Lc. 21,
23-26) serão incoativas, a ante-sala do Juízo. Diante da evidência das provas é
patente que a vinda de Cristo está próxima… que não «passará esta geração, sem
que isto aconteça».
Tomás Tello Corraliza
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