Talvez nenhuma derrota tenha sido tão humilhante quanto a do exército de Napoleão Bonaparte na Rússia dos czares. Episódios históricos pouco divulgados são descritos pelo Conde de Ségur, testemunha ocular.
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A Revolução Francesa de 1789 – com seu lema Liberdade, Igualdade, Fraternidade, com seu hino-símbolo Marseillaise, com o rio de sangue que fez correr a fim de obter a demolição da antiga ordem social e política – tinha em vista espalhar para todo o universo o tipo de sociedade igualitária e anticristã que gerou.
Porém, dez anos ainda não haviam transcorrido desde a queda da Bastilha, marco inicial do dilúvio revolucionário que se abateu sobre a França, e já o povo dava mostras inequívocas de estar assustado com tanto sangue e perseguição, cansado de tanta demagogia. Anseios pela volta do Antigo Regime começavam a florescer nas almas, e a possibilidade de um retorno à monarquia dos Bourbons era visto pelas hostes revolucionárias como um temível risco.