(Santo Agostinho de Hipona; Tratado sobre o Evangelho de São João
115,2-5 [CCL 36,644-646]).
“Meu reino não é deste mundo”: o Seu reino finca
raízes aqui, mas apenas até o fim do mundo. Com efeito, a ceifa é o fim do
mundo, quando virão os ceifadores, isto é, os anjos, e arrancarão do Seu reino
todos os corruptos e ímpios, o que não seria possível se o Seu reino não
estivesse aqui. E, ainda assim, [o Seu reino] não é daqui, pois encontra-se no
mundo como peregrino. Por isso, diz em seu reino: “Não sois do mundo, pois Eu
vos escolhi retirando-vos do mundo”.
Assim, eram do mundo enquanto não eram do Seu
reino; logo, pertenciam ao príncipe do mundo. Portanto, é do mundo tudo o que
no homem foi criado, sim, pelo Deus verdadeiro, mas que foi gerado da estirpe