Seja por sempre e em todas partes conhecido, adorado, bendito, amado, servido e glorificado o diviníssimo Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria.

Nota do blog Salve Regina: “Nós aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade. Pelo contrário, negamo-nos e sempre nos temos negado a seguir a Roma de tendência neomodernista e neoprotestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II, e depois do Concílio em todas as reformas que dele surgiram.” Mons. Marcel Lefebvre

Pax Domini sit semper tecum

Item 4º do Juramento Anti-modernista São PIO X: "Eu sinceramente mantenho que a Doutrina da Fé nos foi trazida desde os Apóstolos pelos Padres ortodoxos com exatamente o mesmo significado e sempre com o mesmo propósito. Assim sendo, eu rejeito inteiramente a falsa representação herética de que os dogmas evoluem e se modificam de um significado para outro diferente do que a Igreja antes manteve. Condeno também todo erro segundo o qual, no lugar do divino Depósito que foi confiado à esposa de Cristo para que ela o guardasse, há apenas uma invenção filosófica ou produto de consciência humana que foi gradualmente desenvolvida pelo esforço humano e continuará a se desenvolver indefinidamente" - JURAMENTO ANTI-MODERNISTA

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Eu conservo a MISSA TRADICIONAL, aquela que foi codificada, não fabricada, por São Pio V no século XVI, conforme um costume multissecular. Eu recuso, portanto, o ORDO MISSAE de Paulo VI”. - Declaração do Pe. Camel.

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Ao negar a celebração da Missa Tradicional ou ao obstruir e a discriminar, comportam-se como um administrador infiel e caprichoso que, contrariamente às instruções do pai da casa - tem a despensa trancada ou como uma madrasta má que dá às crianças uma dose deficiente. É possível que esses clérigos tenham medo do grande poder da verdade que irradia da celebração da Missa Tradicional. Pode comparar-se a Missa Tradicional a um leão: soltem-no e ele defender-se-á sozinho”. - D. Athanasius Schneider

"Os inimigos declarados de Deus e da Igreja devem ser difamados tanto quanto se possa (desde que não se falte à verdade), sendo obra de caridade gritar: Eis o lobo!, quando está entre o rebanho, ou em qualquer lugar onde seja encontrado".- São Francisco de Sales

“E eu lhes digo que o protestantismo não é cristianismo puro, nem cristianismo de espécie alguma; é pseudocristianismo, um cristianismo falso. Nem sequer tem os protestantes direito de se chamarem cristãos”. - Padre Amando Adriano Lochu

"MALDITOS os cristãos que suportam sem indignação que seu adorável SALVADOR seja posto lado a lado com Buda e Maomé em não sei que panteão de falsos deuses". - Padre Emmanuel

“O conteúdo das publicações são de inteira responsabilidade de seus autores indicados nas matérias ou nas citações das referidas fontes de origem, não significando, pelos administradores do blog, a inteira adesão das ideias expressas.”

31/03/2012

EPISTOLA DE SANTO INÁCIO DE ANTÍOQUIA AOS EFÉSIOS


Saudação 
Inácio, também chamado Teóforo, àquela que é bendita em grandeza na plenitude de Deus Pai, predestinada antes dos séculos a existir em todo o tempo, unido para uma glória imperecível e imutável, e eleito na Paixão verdadeiro, pela vontade do Pai e de Jesus Cristo nosso Deus à Igreja digna de bem-aventurança, que vive em Éfeso da Ásia, todos os bens em Jesus Cristo e os cumprimentos numa alegria impoluta.

Amor aos efésios 
 1. ¹Tomei conhecimento em Deus de vosso nome tão apreciado, que granjeastes por uma apresentação correta, baseada na fé e caridade em Jesus Cristo nosso Salvador. Sendo imitadores de Deus, reanimados no sangue de Deus, levastes a termo a obra que vos é congênita. ²Assim ouvindo que eu vinha da Síria, preso pelo Nome e pela esperança que nos são comuns, confiando chegar até Roma para combater as feras, graças à vossa oração, a fim de ter a felicidade de tornar-me discípulo, vós vos apressastes em ver-me. ³Recebi, pois, toda a vossa grande comunidade em nome de Deus na pessoa de Onésimo, dotado de indizível caridade e vosso bispo segundo a carne. Peço-vos que o ameis em Jesus Cristo e que a Ele todos vos assemelheis. Bendito Aquele que vos fez a graça, já que vos mostrastes dignos de possuirdes tal bispo.
2. ¹Quanto a Burrus, meu companheiro de serviço e vosso diácono bendito em todas as coisas segundo o coração de Deus, pediria que continue a meu lado para honra vossa e de vosso bispo. Mas também Crocos, digno de Deus e de vós, a quem acolhi como prova de vosso amor, confortou-me ele de toda a sorte, como também o Pai de Jesus Cristo lhe há de dar conforto junto com Onésimo, Burrus, Euplos e Fronton, pois em suas pessoas vi a todos vós na caridade. ³Gostaria de merecer a graça de alegrar-me convosco em tudo. Bem, por isso é que convém glorificar de toda sorte a Jesus Cristo que vos tem glorificado para que, reunidos em uma só submissão, sujeitos ao bispo e ao presbitério, vos santifiqueis em todas as coisas.

Exortação à unidade 
 3. ¹Não vos dou ordens como se fôra alguém. Mesmo que carregue os grilhões pelo Nome, ainda não cheguei à perfeição em Jesus Cristo. Pois agora é que começo a instruir-me e vos falo como a meus condiscípulos. Eu de fato deveria ser ungido por vós com fé, exortações, paciência, grandeza d’alma. ²Mas, desde que a caridade não me permite calar-me sobre vós, tomei a dianteira de exortar-vos a correr de acordo com o pensamento de Deus. Pois Jesus Cristo, nossa vida inseparável, é o pensamento do Pai, como por sua vez os bispos, estabelecidos até os confins da terra, estão no pensamento de Jesus Cristo.
4. ¹Segue daí, que vos convém avançar junto, de acordo com o pensamento do bispo, como, aliás, fazeis. Pois vosso presbitério digno de tão boa reputação, digno que é de Deus, sintoniza com o bispo como cordas com a cítara. Por isso, no acorde de vossos sentimentos e em vossa caridade harmoniosa, Jesus Cristo é que é cantado. ²Mas também, um por um, chegais a formar um coro, para cantardes juntos em harmonia; acertando o tom de Deus na unidade, cantais em uníssono por Jesus ao Pai, a fim deque vos escute e reconheça pelas vossas boas obras, que sois membros de seu Filho. Vale assim a pena viver em unidade intangível, para que a toda hora também participeis de Deus.
5. ¹Pois, se em tão curto lapso de tempo tive tal intimidade com vosso bispo, não em sentido humano, mas espiritual, quanto mais devo felicitar-vos por estardes tão profundamente ligados a ele como a Igreja a Jesus Cristo e como Jesus Cristo ao Pai, para que todas as coisas estejam em sintonia na unidade. ²Não se iluda ninguém. Senão se encontrar no interior do recinto do altar, ver-se-á privado do pão de Deus. Vede, se a oração de um e dois possui tal força, quanto mais então a do bispo e de toda a Igreja! ³Aquele que não vem à reunião comum já se revela como orgulhoso e se julgou a si próprio, pois está escrito: «Deus se opõe aos orgulhosos». Por conseguinte, cuidemo-nos de não nos opormos ao bispo, para estarmos submissos a Deus.
6. ¹E quanto mais alguém percebe que o bispo se cala, mais o respeite. Pois aquele a quem o dono da casa delega para a administração e preciso que o recebamos como receberíamos ao que o enviou. Torna-se, pois, evidente que se deve olhar para o bispo, como para o próprio Senhor. ²De fato, porém, o mesmo Onésimo exalta vossa boa disciplina em Deus, dizendo que viveis todos conforme a verdade e que entre vós não há heresia que chegue a tomar pé. Antes pelo contrário, a ninguém mais prestais ouvido, anão ser a Jesus Cristo, que fala na verdade.

Fugir da heresia 
7. ¹Há os que costumam, por um ardil pernicioso, servir-se por toda parte do Nome, mas praticam coisas indignas de Deus. A estes evitareis como animais selvagens. São realmente cães raivosos, que mordem traiçoeiramente. É preciso precaver-vos de suas mordeduras, difíceis de curar. ²Um é o médico, em carne e espírito, gerado e não gerado, aparecendo na carne como Deus, na morte vida verdadeira, tanto de Maria como de Deus, primeiro capaz de sofrer, depois impassível, Jesus Cristo Senhor Nosso.
8. ¹Que ninguém vos iluda, nem vos deixeis, aliás, iludir, sendo todo inteiros de Deus. Pois, se nenhuma intriga se armou entre vós, que vos possa atormentar, é sinal de que
viveis segundo Deus. Sou vossa vítima e me ofereço em sacrifício por vossa Igreja, efésios, que será celebrada pelos séculos. ²Os carnais não podem praticar obras espirituais, nem os espirituais obras carnais, como nem a fé pratica as obras da infidelidade nem a infidelidade as da fé. Mas também aquilo que praticais, segundo a carne, é espiritual, pois fazeis tudo em Jesus Cristo.
9. ¹Soube de pessoas que por lá passaram, fazendo-se portadoras de más doutrinas: não lhes permitistes espalhá-las entre vós, tapando os ouvidos para não acolher as sementes por eles espalhadas, sabendo que sois pedras do templo do Pai, preparadas para a construção de Deus Pai, alçadas para as alturas pela alavanca de Jesus Cristo, alavanca que é a Cruz, servindo-vos do Espírito Santo como de um cabo. Vossa fé por um lado é o guia, enquanto a caridade se transforma em caminho que leva para cima, até Deus. ²Sois assim todos companheiros de viagem, portadores de Deus, porta dores de um templo, portadores de Cristo, portadores do que é santo, adornados em todos os sentidos com os preceitos de Jesus Cristo. Alegro-me por isso convosco, porque tive a honra de falar-vos através dessa carta e de vos felicitar, porque, segundo a nova vida, nada amais senão somente a Deus.

Dar exemplo de virtudes
10. ¹Mas também pelos demais homens rezai sem cessar. Pois neles existe esperança de conversão, de chegarem a Deus. Permiti-lhes que se instruam junto a vós por vossas obras. ²Diante de suas explosões de cólera, vós sereis mansos; diante de sua presunção, sereis humildes; diante de suas blasfêmias, oferecereis orações, diante dos erros deles, manter-vos-eis firmes na fé, diante de sua selvageria, sereis pacíficos, sem procurar imitá-los. ³Que nos encontrem como irmãos pela bondade. Esforcemo-nos por sermos imitadores do Senhor quem mais do que Ele foi injustiçado? Quem mais despojado? Quem mais desprestigiado? Assim não seja encontrada entre vós planta alguma do diabo, mas que em toda pureza e temperança, permaneçais em Jesus Cristo, corporal e espiritualmente.

Procurar Cristo, fonte de vida e unidade
11. ¹Chegamos aos últimos tempos: resta envergonharmo-nos, temermos a longanimidade de Deus, para que ela não se transforme para nós em condenação. Ou temeremos a ira vindoura, ou amaremos a graça presente. Uma das duas. Só o fato de nos encontrarmos em Cristo Jesus nos garantirá entrada para a vida verdadeira. ²Fora dele, nada tenha valor para vós. É n’Ele que carrego os grilhões, estas pérolas espirituais. Com elas gostaria de ressuscitar, graças à vossa oração, na qual espero ter sempre parte para compartilhar também a herança dos cristãos de Éfeso, que também sempre estiveram unidos aos Apóstolos na força de Jesus Cristo.
12. ¹Sei quem sou e a quem escrevo. Eu, um condenado; vós, os que alcançastes misericórdia. Eu, em perigo; vós, seguros. ²Vós sois o lugar de trânsito dos que são assumidos para Deus, iniciados nos mistérios com Paulo, o santificado, que recebeu testemunho, e mereceu chamar-se bem-aventurado, em cujas pegadas gostaria de encontrar-me na hora de estar com Deus, ele que em todas as cartas de vós se lembra em Cristo Jesus.
13. ¹Cuidai, pois, de reunir-vos com mais freqüência, para dar a Deus ação de graças e louvor. Pois, quando vos reunis com freqüência, abatem-se as forças de Satanás e desfaz-se o malefício, pela vossa união na fé. ²Nada melhor que a paz, que aniquila toda guerra de poderes celestes ou terrestres.

Fé e caridade: critério do verdadeiro discípulo 
14. ¹Nada disso constitui novidade, se mantiverdes de modo perfeito em Jesus Cristo a fé e a caridade, que são o começo da vida e seu fim. Pois o começo é a fé e o fim a caridade. Ambas reunidas são Deus, enquanto que tudo o mais é conseqüência para a perfeição humana. ²Ninguém peca enquanto professa a fé, ninguém odeia enquanto possui a caridade. Conhece-se a árvore pelos seus frutos, assim os que professam ser de Cristo serão reconhecidos pelas obras. Pois nesta hora não é de profissão de fé que se trata, mas de nos mantermos na prática da fé até ao fim.

Não se deixar seduzir pela heresia 
15. ¹É melhor calar-se e ser do que falar e não ser. É maravilhoso ensinar, quando se faz o que se diz. Assim, um é o Mestre «que falou e tudo foi feito», também aquilo que realizou em silêncio é digno do Pai. ²Quem de fato possui a Palavra de Jesus pode até ouvir-lhe o silêncio; para ser perfeito, para agir pelo que fala e ser reconhecido pelo que  cala. ³Nada escapa ao Senhor; antes, o que é segredo para nós está perto d’Ele. Façamos, pois, tudo como se Ele em nós morasse, para sermos seus templos e Ele nosso Deus em nós. E é essa a realidade; e ela se manifestará aos nossos olhos, se o amarmos devidamente.
16. ¹Não vos iludais, meus irmãos, os corruptores da família não herdarão o Reino de Deus. ²Pois, se pereceram os que praticavam tais coisas segundo a carne, quanto mais os que perverterem a fé em Deus, ensinando doutrina má, fé pela qual Jesus Cristo foi crucificado? Um tal, tornando-se impuro, marchará para o fogo inextinguível, como também marchará aquele que o escuta.
17. ¹Por isso, recebeu o Senhor unção sobre a cabeça para exalar em favor da Igreja o perfume da incorrupção. Não vos deixeis ungir pelo mau odor da doutrina do príncipe deste mundo, de forma que vos leve cativos para longe da vida que vos espera. ²Por que não nos tornamos prudentes, aceitando o conhecimento de Deus, isto é, Jesus Cristo? Por que morrermos tolamente, desconhecendo o dom que o Senhor nos enviou de verdade?

O homem novo 
 18. ¹Meu espírito é vítima destinada à Cruz, e esta é escândalo para os incrédulos; para nós, porém, salvação e vida eterna. Onde se encontra o sábio? Onde o pesquisador? Onde a fama dos assim chamados intelectuais? ²Pois nosso Deus, Jesus Cristo, tomou carne no seio de Maria segundo o plano de Deus, sendo de um lado descendente de Davi, provindo por outro do Espírito Santo. Nasceu, foi batizado, para purificar a água pela sua Paixão.
19. ¹Permaneceu oculta ao príncipe deste mundo à virgindade de Maria e seu parto, como igualmente a morte do Senhor: três mistérios de grande alcance que se processaram no silêncio de Deus. ²Como então foram eles manifestados aos séculos? Um astro brilhou no céu, mais que todos os astros, sua luz era inenarrável e sua  novidade suscitou estranheza; todas as demais estrelas por sua vez junto com o sol e alua formaram coro em torno do astro, ele, no entanto, projetava mais luz que todos os demais; produziu-se confusão: donde viria a novidade, tão diversa deles próprios? ³Aconseqüência disso foi que toda a magia se desfez e que desapareceu toda cadeia de maldade; a ignorância se dissipou, o antigo reinado se destruiu, quando Deus apareceu em forma humana, para a novidade da vida eterna; começou a realizar-se o que fora decidido junto a Deus. Desde então tudo se movimentou há um tempo, porque se preparava a destruição da morte.
20. ¹Se Jesus Cristo, pela vossa oração, me tornar digno e se for de Sua vontade, num segundo escrito que desejo compor para vós, hei de esclarecer o que iniciei, a saber, o plano da salvação, em relação ao homem novo, Jesus Cristo, na fé para Ele e no amor para com Ele, em Sua Paixão e Ressurreição. ²Sobretudo se o Senhor me revelar, que todos, em particular e em comum, na graça que procede do Nome, vos reunis na mesma fé e em Jesus Cristo, que descende segundo a carne de Davi, filho do homem e filho de Deus, para obedecermos ao bispo e ao presbitério numa concórdia indivisível, partindo um mesmo pão, que é o remédio da imortalidade, antídoto contra a morte, mas vida em Jesus Cristo para sempre.

Saudações Finais 
21. ¹Sou preço de resgate para vós e para os que enviastes para honra de Deus a Esmirna, donde também vos escrevo, em sinal de gratidão ao Senhor e como prova de amor a Policarpo como a vós. Lembrai-vos de mim, como também Jesus Cristo se lembra de vós. ²Rezai pela Igreja da Síria, donde sou levado preso para Roma. Sendo o último dos fiéis de lá fui julgado digno de servir à honra de Deus. Saudações em Deus Pai e em Jesus Cristo, nossa esperança comum.

29/03/2012

Vídeo com Santa Bernadette Soubirous - Visita Mística ao Seu Corpo Incorrupto ...




"Sou mais feliz com meu crucifixo no leito
 do que uma rainha em seu trono."
(Santa Bernadette)

Quatro razões para se rejeitar o novo Rosário

 Pe. Fabrice Delestre, FSSPX
Xilogravura do século XVI
representando os 15 mistérios
do Rosário
 
1 – O Rosário, tal como ele foi recitado desde a época de São Domingos (entre 1170 e 1221), ou seja, desde oito séculos, deu inumeráveis provas de sua eficácia sobrenatural, tanto no plano individual (é um instrumento poderoso de santificação, graças ao qual o Céu se povoou e se povoará até o fim do mundo de inumeráveis eleitos), como no plano social e político, assegurando a vitória da Cristandade sobre os inimigos da verdadeira Fé (cátaros, muçulmanos e protestantes em particular: toda ahistória da Igreja desde o século XIII testemunha isto). Portanto, já que o Santo Rosário mostrou sua perfeita eficácia durante oito séculos, assegurando a salvação das almas e da Igreja militante, não há nenhuma razão para modificá-lo substancialmente. Além disto, nas últimas aparições de Fátima, reconhecidas pela Igreja, às quais o Papa (João Paulo II, n.d.t.), se refere na sua carta apostólica (Rosarium Virginis Mariae, §7), a Santíssima Virgem pede, em cada uma de suas aparições, a recitação quotidiana do Rosário tal como sempre se praticou.

2 – O Antigo Testamento contêm 150 Salmos, que formam a trama do Ofício Divino ou breviário, ao qual são obrigados à recitação diária todos os padres, em honra da Santíssima Trindade e de Nosso Senhor Jesus Cristo. Este Ofício Divino é concebido de tal forma que, a cada semana, o padre recita ao menos uma vez cada Salmo. O Rosário, com as suas 150 Ave Marias, recitadas em honra de Nossa Senhora, sempre foi considerado, dentro do espírito da Igreja, como algo semelhante ao Ofício Divino; por causa disto, ele foi chamado “o Saltério de Nossa Senhora”, o que tinha a vantagem de sublinhar o lugar especial e único ocupado por Nossa Senhora na devoção da Igreja, e por consequência o culto particular que se deve render à Santíssima Virgem Maria: o culto de hiperdulia.
Mesmo o Papa sublinha esta correspondência entre as 150 Ave Marias do Rosário e os 150 Salmos do Antigo Testamento (Ibid. §19). Porque então acrescentar 5 novos mistérios, fazendo assim o Rosário passar a 200 Ave Marias, o que vem a provocar confusão, e rompe a bela simetria que exprimia tão bem a verdadeira devoção da Igreja em toda a sua riqueza tão perfeitamente ordenada?

3 – Assim também, existe uma eloquente correspondência entre os quinze mistérios do Rosário e os tempos mais importantes do ano litúrgico: - Os cinco mistérios gozosos, quem têm por centro a encarnação e natividade de Nosso Senhor, fazem eco aos tempos litúrgicos do Advento e do Natal.
- Os cinco mistérios dolorosos nos fazem mergulhar no espirito do tempo da Quaresma, que é toda orientada para a paixão de Nosso Senhor e sua morte na Cruz.
- Finalmente, os cinco mistérios gloriosos lembram a nossas almas o tempo Pascal e seu espírito cheio de alegria e de esperança sobrenatural1.
No entanto, enquanto que o ano litúrgico tem por fim “fazer que o cristão
compartilhe, estação por estação e quase dia a dia, os sentimentos de Cristo em seus diferentes mistérios, fazendo assim o homem viver da vida em Deus2, o Rosário considera os principais mistérios da vida de Nosso Senhor de uma outra maneira: “Dando uma atenção bem explícita ao lugar que Nossa Senhora aí ocupa3.” Em consequência, o ano litúrgico e o Santo Rosário, complementares um do outro, têm um lugar bem definido na vida cristâ: (...) A liturgia não suprime o Rosário, que tem um caráter próprio e irredutível4.” Propor cinco novos mistérios, que giram em torno de Nosso Senhor e nos quais Maria está quase ausente5, “ a fim de dar uma consistência claramente mais cristológica ao Rosário6, leva a desnaturar este último porque não respeita a sua especificidade, e isto é muito grave. Existe aí um perigo muito real que pode conduzir a um novo desprezo do Rosário e a novos ataques contra sua utilidade na vida cristâ: se se tira do Rosário seu “caráter próprio e irredutível”, ele se tornará inútil para muitos, pois ele será considerado como uma duplicação da liturgia.

4 – Estes novos mistérios com uma “consistência cristológica” diminuem o caráter mariano do Rosário, obscurecendo com um só golpe o lugar único que ocupa Maria no plano da Redenção: o papel de mediadora universal de todas as graças, em virtude de sua Corredenção ao pé da Cruz. De fato, no texto da carta apostólica do Papa, não encontramos nem uma só vez mencionados os termos de “Maternidade Divina e Virginal”, “Imaculada Conceição”, “Corredenção”, “Mediadora Universal de todas as Graças”, que se referem aos privilégios únicos que recebeu a Santíssima Virgem, dos quais os dois primeiros são dogmas de fé definidos, um deles desde o ano 431 no Concílio de Éfeso, e o outro em 1854 pelo Papa Pio IX. Somente o privilégio da Assunção é mencionado uma só vez, no número 23 da carta apostólica.. Tem-se a clara impressão de que o Papa procura evitar o emprego de termos que desagradem aos protestantes, e que possam criar novos obstáculos ao ecumenismo conciliar, ao mesmo tempo tentando tornar aceitável a esses mesmos protestantes um Rosário revisto e corrigido que permite “aprofundar a implicação antropológica do Rosário, uma implicação mais radical do que parece à primeira vista. Quem quer que se ponha a contemplar Cristo, fazendo memória das etapas de sua vida, não pode deixar de descobrir também nele a verdade sobre o homem. É a grande afirmação do concílio Vaticano II, que frequentemente foi objeto de meu magistério, desde a encíclica Redemptor Hominis: “Na realidade, o mistério do homem só se esclarece verdadeiramente no mistério do Verbo Encarnado” (...). Pode-se assim dizer que cada mistério do Rosário, bem meditado, esclarece o mistério do homem7”. Convenhamos, numa tal perspectiva, não resta muita coisa da devoção mariana tradicional tal como a Igreja sempre compreendeu e encorajou!

1 - O pe. Pius Parch, na introdução de seu livro O Guia do Ano Litúrgico, faz esta bela comparação: “A viagem através do ano eclesiástico assemellha-se a uma excursão nas montanhas. Devemos escalar duas montanhas: a primeira é a do Natal. E depois a montanha principal da Páscoa. Nos dois casos, existem: - Uma subida: é o tempo da preparação; O Advento, preparação para o Natal; a Quaresma, preparação para a Páscoa.
- Um caminho nas alturas, de uma cume a outro: do Natal até a Epifania; da Páscoa até Pentecostes.
- E uma descida na planície: os domingos depois da Epifania; os domingos depois de Pentecostes.
Pode-se constatar que onze dos quinze mistérios tradicionais do Rosário nos permitem subir ouestacionar sobre as alturas das quais nos fala o pe. Pius Parch, enquanto que os novos mistérios luminosos não se encontram, afora o quinto, nos tempos litúrgicos nos quais culmina o ano eclesiático, e não retomam um tempo litúrgico preciso, destruindo assim a correspondência entre o Rosário e o ano litúrgico.
2 - Citação de D. Festugière, tirada de seu livro La Liturgie Catholique.
3 - Citações tiradas do artigo do pe. Calmel OP intitulado : « Dignité du Rosaire », publicado no nº 62 da revista Itinéraires, abril 1962, pág.142.
4 - Pe. Calmel, ibid.
5 - Nossa Senhora está totalmente ausente de quatro dos cinco mistérios luminosos, e mesmo que ela esteja presente às bodas de Caná, nós não somos convidados explicitamente a contemplar o papel que ela exerce neste episódio, mas tão somente Jesus Cristo na sua auto-revelação. O Papa aliás viu bem esta dificuldade e tentou responder à objeção no fim do número 21 da carta apostólica, explicando que se “nos mistérios [luminosos], com exceção de Caná, Maria só está presente em segundo plano, (...) a função que ela exerce em Caná acompanha, de uma certa maneira, todo o percurso de Cristo”. Mas toda esta explicação é pouco convincente! Alguns poderiam objetar que Maria não está ao lado de seu Filho nos três primeiros mistérios dolorosos. A este respeito, convêm compreender que na mediação do conjunto dos mistérios dolorosos, nós somos convidados a contemplar a Virgem das dores, Corredentora do gênerohumano ao pé da cruz; esta Corredenção de Nossa Senhora tinha sido profetizada pelo velho Simeão no episódio da apresentação do Menino Jesus no templo (quarto mistério gozoso), quando ele diz a Maria “e a vós, uma espada transpassará a vossa alma, e assim serão revelados os pensamentos ocultos no coração de um grande número” (Lc. 2, 35). Assim a continuidade entre os mistérios gozosos e os mistérios dolorosos é bem destacada, e esta continuidade se encontra rompida se se intercala os mistérios luminosos, já que Maria, por uma disposição da providência divina, é quase ausente da vida pública de Nosso Senhor, a fim de bem significar que sua missão não era a mesma que a dos apóstolos. O Pe. Calmel, concluíndo seu artigo “Dignidade do Rosário”, já citado, assinala muito bem a importância capital da corredenção de Maria na meditação dos mistérios dolorosos: “O Rosário é uma oração de compaixão porque ele se dirige à Virgem Dolorosa que sofreu infinitamente ao pé da Cruz pela redenção da humanidade.”
6 - Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae § 19 7 - Rosarium Virginis Mariae §24. A citação do Concílio Vaticano II é extraída da constituição pastoral sobre a Igreja no Mundo Moderno Gaudium et Spes, nº 22.

EXTRAÍDO DO SITE: "FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO" - 

27/03/2012

CREDO DE SANTO ATANÁSIO


1. Quem quiser salvar-se deve antes de tudo professar a fé católica.
2. Porque aquele que não a professar, integral e inviolavelmente, perecerá sem dúvida por toda a eternidade.
3. A fé católica consiste em adorar um só Deus em três Pessoas, e três Pessoas em um só Deus.
4. Sem confundir as Pessoas nem separar a substância.
5. Porque uma só é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo.
6. Mas uma só é a divindade do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna a majestade.
7. Tal qual é o Pai, tal é o Filho, tal é o Espírito Santo.
8. O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado.
9. O Pai é imenso, o Filho é imenso, o Espírito Santo é imenso.
10. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.
11. E contudo não são três eternos, mas um só eterno.
12. Assim como não são três incriados, nem três imensos, mas um só incriado e um só imenso.
13. Da mesma maneira, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente.
14. E contudo não são três onipotentes, mas um só onipotente.
15. Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus.
16. E contudo não são três deuses, mas um só Deus.
17. Do mesmo modo, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor.
18. E contudo não são três senhores, mas um só Senhor.
19. Porque, assim como a verdade cristã nos manda confessar que cada uma das Pessoas é Deus e Senhor, do mesmo modo a religião católica nos proíbe dizer que são três deuses ou senhores.
20. O Pai não foi feito, nem gerado, nem criado por ninguém.
21. O Filho procede do Pai; não foi feito nem criado, mas gerado.
22. O Espírito Santo não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procede do Pai e do Filho.
23. Não há, pois, senão um só Pai, e não três Pais; um só Filho, e não três Filhos; um só Espírito Santo, e não três Espíritos Santos.
24. E nesta Trindade não há nem mais antigo nem menos antigo, nem maior nem menor, mas as três Pessoas são co-eternas e iguais entre si.
25. De sorte que, como se disse acima, em tudo se deve adorar a unidade na Trindade, e a Trindade na unidade.
26. Quem, pois, quiser salvar-se deve pensar assim a respeito da Trindade.
27. Mas, para alcançar a salvação, é necessário ainda crer firmemente na Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo.
28. A pureza da nossa fé consiste, pois, em crer ainda e confessar que Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem.
29. É Deus, gerado na substância do Pai desde toda a eternidade; é homem porque nasceu, no tempo, da substância da sua Mãe.
30. Deus perfeito e homem perfeito, com alma racional e carne humana.
31. Igual ao Pai segundo a divindade; menor que o Pai segundo a humanidade.
32. E, embora seja Deus e homem, contudo não são dois, mas um só Cristo.
33. É um não porque a divindade se tenha convertido em humanidade, mas porque Deus assumiu a humanidade.
34. Um, finalmente, não por confusão de substâncias, mas pela unidade da Pessoa.
35. Porque, assim como a alma racional e o corpo formam um só homem, assim também a divindade e a humanidade formam um só Cristo.
36. Ele sofreu a morte por nossa salvação, desceu aos infernos e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos.
37. Subiu aos Céus e está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
38. E, quando vier, todos os homens ressuscitarão com os seus corpos, para prestar conta dos seus atos.
39. E os que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna, e os maus para o fogo eterno.
40. Esta é a fé católica, e quem não a professar fiel e firmemente não se poderá salvar.

26/03/2012

Saudação de São João Eudes aos Corações de Jesus e de Maria!


Salve, Coração santíssimo,
Coração manso,
Coração humilde,
Salve, Coração puro,
Coração entregue
Coração sábio
Salve, Coração paciente,
Coração obediente
Coração vigilante ;
Salve, Coração fiel,
Coração feliz,
Coração misericordioso ;
Salve, Coração muito amoroso de Jesus e de Maria.
Nós te adoramos,
Nós te louvamos,
Nós te glorificamos,
Nós te damos graças,
Nós te amamos
de todo o nosso coração,
de toda a nossa alma,
com todas as nossas forças ;
Nós te oferecemos o nosso coração,
Nós o entregamos,
Nós o consagramos,
Nós o sacrificamos.
Aceita-o e possui-o totalmente ;
Purifica-o,
Ilumina-o,
Santifica-o,
Para que nele vivas e reines,
agora, sempre
e por toda a eternidade.
Amem !

Oração do Angelus


- Angelus Domini nuntiavit Mariae.
- Et concepit de Spiritu Sancto.
- Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum; benedicta tu in mulieribus, et benedictus fructus ventris tui, Iesus.
Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc et in hora mortis nostrae.
Amen.

- Ecce ancilla Domini.
- Fiat mihi secundum verbum tuum.
- Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum; benedicta tu in mulieribus, et benedictus fructus ventris tui, Iesus.
Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc et in hora mortis nostrae.
Amen.

- Et verbum caro factum est.
- Et habitavit in nobis.
- Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum; benedicta tu in mulieribus, et benedictus fructus ventris tui, Iesus.
Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc et in hora mortis nostrae.
Amen. 

23/03/2012

A morte da liturgia.


Por Padre John Zuhlsdor

No Missale Romanum de 1962, na forma extraordinária do Rito Romano, este é o primeiro Domingo da Paixão. No Novus Ordo também chamamos o Domingo de Ramos de “Domingo da Paixão”. Hoje é o início do “Tempo da Paixão”. É conhecido como o Domingo Iudica, da primeira palavra do Intróito da Missa, do Salmo 42 (41).

Perdemos coisas durante a Quaresma. Estamos sendo podados através da liturgia. A Santa Igreja experimenta morte litúrgica antes da festa da Ressurreição. O Aleluia cessa na Septuagésima. Música e flores são abandonadas na Quarta-Feira de Cinzas. Hoje, estátuas e imagens são envolvidas com um véu roxo. Por isso é que hoje é às vezes chamado Domingo Repus, de repositus analogus to absconditus ou “escondido”, porque esse é o dia em que cruzes e outras imagens nas igrejas são cobertas. O Ordo universal da Igreja publicado pela Santa Sé tem uma indicação de que as imagens podem ser cobertas a partir deste domingo, o 5º da Quaresma. Tradicionalmente as cruzes podem estar cobertas até o fim da celebração da Paixão do Senhor na Sexta-Feira Santa e as imagens, tais como estátuas, podem continuar cobertas até o início da Vigília Pascal. Em minha paróquia natal de Santa Inês em St. Paul, Minnesota, a grande estátua da Pietá está apropriadamente descoberta durante a função litúrgica da Sexta-Feira Santa.

Também, como parte da poda, a partir de hoje no rito antigo da Missa, o salmo “Iudica nas preces ao pé do altar e o “Glória ao Pai” no fim de certas orações não foi mais recitado.

A poda se faz mais profunda conforme avançamos pelo Tríduo. Depois da Missa da Quinta-Feira Santa o Santíssimo é removido do altar principal, que fica nu (a toalha é removida) e sinos são substituídos por matracas de madeira. Na Sexta-Feira Santa não há sequer Missa. No início da Vigília somos privados até de luz! É como se a Igreja mesma estivesse completamente morta com o Senhor em sua tumba. Essa morte litúrgica da Igreja revela como Cristo se esvaziou completamente de Sua glória para nos salvar de nossos pecados e nos ensinar quem somos.

Na vigília da Páscoa, a Igreja então ressurge gloriosa para a vida. Nos tempos antigos, a vigília era celebrada tarde da noite. Na escuridão, uma simples centelha era espalhada pelas chamas. As chamas espalhavam-se por toda a Igreja.

Se pudermos nos conectar de coração e mente com a liturgia da Igreja, na qual esses sagrados mistérios são reapresentados, por nossa receptividade ativa nos tornaremos participantes nos mistérios salvíficos da vida, morte e ressurreição de Cristo. Para iniciar essa receptividade devemos ser membros batizados da Igreja e estar em estado de graça.

TEXTO EXTRAÍDO E ADAPTADO DO: "A morte da liturgia, ou: por que cobrimos as imagens no fim da Quaresma?" Publicada por Maite Tosta no site: SALVEM A LITURGIA - http://www.salvemaliturgia.com/



22/03/2012

1ª vez na Missa Tridentina? - Dicas para quem assiste pela primeira vez a uma Missa Tridentina




Salve Maria!

Se você ainda não assistiu a uma Missa Tridentina (também conhecida como “Missa de Sempre” ou ainda “Missa Antiga”), quatro aspectos lhe chamarão a atenção visual e a auditiva:

visual: o sacerdote voltado para o Altar e o Crucifixo atrás do Altar.
auditiva: o silêncio e o uso do latim ao longo da celebração.

O Sacerdote voltado para o Altar: O padre está voltado para o Tabernáculo e para o Altar, uma vez que ele oferece o Santo Sacrifício da Missa. Alguns podem, a princípio, pensar que o padre dá as costas às pessoas. O que acontece, porém, é que o padre e os fieis estão voltados para o Altar ou versus Deum – para DEUS - e juntos oferecem suas orações durante a Missa. O Sacerdote vai a frente, conduzindo e liderando os fieis, em uma bela peregrinação até DEUS.

O Crucifixo: O Crucifixo fica atrás do Altar, lembrando-nos que aquele sacrifício da Cruz e o sacrifício da Missa são o mesmo sacrifício.

O Silêncio: As pessoas entram na Igreja em silêncio, para mostrar reverência pelo Santíssimo Sacramento no Tabernáculo e para se prepararem, sempre em silêncio, para a Missa. Também há períodos de silêncio durante o Canôn da Missa, enquanto o sacerdote está rezando silenciosamente no Altar. O silêncio deve ser guardado também depois da Missa, ao sair da igreja. 

A Língua Latina: Com exceção do sermão, o padre reza toda a Missa em latim, a língua oficial da Igreja Católica Apostólica Romana. O Ordinário da Missa (ou Missal Romano Quotidiano) contém as orações fixas da Missa. Na mesma página, você encontrará as orações em latim (a direita) e em português (a esquerda), isso lhe ajudará a acompanhar a Missa. Além disso, ao final, encontram-se alguns cantos que poderão ser entoados na Missa. A Epístola e o Evangelho mudam de dia para dia, conforme o calendário litúrgico da Igreja e nos auxiliam no culto a DEUS. Com o tempo, você aprenderá a manejar o Missal, que é dispensável, se preferir acompanhar a Missa em silêncio ou rezando o terço.

* O site Missa Gregoriana, importante fonte de informações sobre a Missa Tridentina, disponibiliza uma pequena explicação sobre a pronúncia dos fonemas em latim, bem como o áudio do Canôn da Missa, tanto a parte que cabe ao Sacerdote, como as respostas dos fiéis, para treinar ouvido e pronúncia. Você verá o quão suave é o latim litúrgico, que imprime uma dignidade adicional à Santa Missa. Há fieis que se acostumam logo de cara, outros levam mais tempo, mas o nosso Português tem a vantagem de ser próximo ao latim, e, com o tempo, acompanhar a Missa passa a ser fácil. 

Acompanhando a Missa
Como mencionado acima, há aquelas leituras e orações que mudam de acordo com o calendário litúrgico e nos auxiliam no culto a Deus. Entretanto, na obra de São Leonardo de Porto Maurício, que escreveu um breve tratado sobre as Excelências da Missa, podemos encontrar inspiração para adotar com fervor um método de assistir à Santa Missa Gregoriana. Também é disponibilizado um escrito de Santo Afonso Maria de Ligório intitulado A Grandeza do Santo Sacrifício da Missa.

O que eu devo fazer?

De pé, sentado ou ajoelhoado?

Se você está indeciso ou não sabe quando ficar de pé, sentar-se ou ajoelhar, e se o Missal não traz as marcações, simplesmente siga aqueles à sua volta.

As Respostas:

Na Missa Tridentina, os coroinhas respondem para o Sacerdote. A forma mais importante de participação dos fiéis é a participação interior, por meio da qual prestamos atenção à Missa e elevamos nossos corações e mentes em oração silenciosa. Contudo, se você desejar se unir àquelas respostas e está familiarizado com a pronúncia das respostas em latim, você poderá fazê-lo onde está indicado no Missal, pelo símbolo: R.

A Santa Comunhão
Na Missa Tridentina, se recebe a comunhão de joelhos, na mesa de comunhão. Quem não puder ajoelhar-se, pode obviamente receber a comunhão de pé. A nossa Capela tem, mas se a igreja não tiver a mesa de comunhão, via de regra se usa o degrau do altar. Observe onde os fiéis se ajoelham para comungar e faça o mesmo.
Recebe-se a Hóstia sobre a língua (na boca), não nas mãos. Além disso, não se responde “Amém” para o padre; ele o fará por você enquanto você recebe a Santa Comunhão.
A Igreja Católica Apostólica Romana permite receber a Comunhão ao Católico que estiver em estado de graça, guardar o jejum eucarístico e saber Quem vai receber. Está em estado de graça aquele católico que se confessou validamente de todos os pecados mortais ao padre antes da Missa. 

Em que consiste o jejum eucarístico?
O jejum eucarístico é o fato de se comungar sem nenhum alimento comum no estômago, em honra à Santíssima Eucaristia.
O espírito do jejum eucarístico é de receber a Santa Comunhão como primeiro alimento do dia. Quando o Papa Pio XII modificou a disciplina do jejum eucarístico, devido à guerra, salientou que todos os que podiam deviam praticar esse jejum, chamado natural: só tomar alimento depois da comunhão. Quem assiste à Santa Missa cedo pode, muitas vezes, praticar esse jejum.
Apesar da lei eclesiástica em vigor determinar apenas uma hora antes da comunhão para o jejum eucarístico, todos os padres sérios pedem a seus fiéis que se esforcem para deixar três horas, visto que uma hora não chega a ser nem mesmo um sacrifício.
Caso as crianças ou pessoas debilitadas precisarem tomar algo antes da comunhão, com menos de três horas, procurem, ao menos, tomar apenas líquido, um copo de leite, por exemplo. 
É sempre bom lembrar que a água pura não quebra o jejum. 
Porém, tendo se alimentado com menos de uma hora antes da hora da comunhão, não se deve, de modo algum, se aproximar do Altar.

Que pecado comete quem comunga em pecado mortal?
Quem comunga em pecado mortal comete um grave pecado chamado sacrilégio.

O que deve fazer quem deseja comungar e encontra-se em pecado mortal?
Quem deseja comungar e encontra-se em pecado mortal não pode receber a Comunhão sem recorrer antes ao sacramento da Penitência, pois para comungar não basta o ato de contrição.
É importante lembrar que a parte principal da Missa é o Sacrifício incruento de Nosso Senhor sobre o Altar. Na impossibilidade de se confessar para comungar, o fiel pode fazer o que se chama de comunhão espiritual.
Santo Afonso Maria de Ligório apresenta-nos uma oração belíssima que nos ajuda a entender como é essa comunhão espiritual:
“Creio ó meu Jesus, que estais presente no Santíssimo Sacramento. Amo-vos sobre todas as coisas e desejo-vos possuir em minha alma. Mas como agora não posso receber-vos sacramentalmente, vinde espiritualmente ao meu coração. E, como se já vos tivesse recebido, uno-me inteiramente a vós, não consintais que de vós me aparte”.

Vestimenta
É solicitado a todos – homens e mulheres – que venham à Missa vestidos como requer a modéstia católica, uma vez que:

Estamos na presença do Santíssimo Sacramento; e
As nossas roupas não devem causar distração àqueles que estão em nossa volta.

Homens e mulheres estão convidados a se apresentarem com roupas que demonstrem respeito e veneração pela a dignidade do Mistério que se celebra – o Sacrifício Incruento de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre o Altar - e a terem um comportamento nobre e respeitoso. Dispensam-se, assim, toda conversa, toda bermuda, todo short, todo decote, mangas cavadas, todas as roupas transparentes, justas e acima dos joelhos e o uso de celulares. As mulheres usem vestido/saia. 
Ninguém que não esteja adequadamente trajado pode, a princípio, ser expulso de uma igreja. A caridade manda acolher a todos. Contudo, espera-se que as pessoas tenham o bom senso de entender o por que de usar de modéstia e decoro dentro de uma igreja e evitem chamar a atenção para si. A pessoa que mais importa na Missa é Nosso Senhor. A Ele devem ser dirigidos todos os olhares.

Abro um parêntese para falar um pouco sobre os trajes:
Para os homens, o bom gosto e a modéstia, juntos, indicam que devem escolher cores sóbrias em suas vestimentas e evitar o estilo esportivo, que não é adequado nem mesmo em ocasiões festivas. O estilo esportivo é para praticar ou assistir a esportes. O ideal seria o traje passeio completo, tendo em vista que uma Missa pode ser comparada, em termos de vestimenta, a um evento social de importância relevante. Mas, dentro das possibilidades de cada um, pode-se optar (até por ser mais adequado a nosso clima campograndense) pelo chamado traje passeio ou tenue de ville (traje esporte fino é uma denominação que não existe): 
Mais caprichado que o traje esporte, mas não tão sofisticado quanto o passeio completo ou social, mesmo durante o dia não dispensa o blazer, com ou sem gravata. Se for de terno (mais aconselhável) pode utilizar cores mais claras. À noite o terno é escuro. As camisas podem ter botão no colarinho e os sapatos podem ser de amarrar. Pode usar um modelo menos clássico e evite sapatos com brilho (como os envernizados). Modelos com pesponto ou bico quadrado são uma opção moderna para fugir do estilo clássico, sem perder a elegância. Com roupas claras prefira os tons de marrom que combinam melhor, sem risco de comprometer o seu visual (Maximu's Rigor).
Para as mulheres, infelizmente, o mesmo site não serve, porque a "moda" alterou o significado dos termos "passeio" ("tenue de ville") e "passeio completo" para as senhoras e senhoritas, levando-as a vestir trajes imodestos e de gosto duvidoso. Contudo, mesmo ao usar saias e vestidos, as mulheres devem usar de bom senso, para não acabar atraindo a atenção sobre si pelo mau gosto. Escrúpulo não é virtude. Deselegância não é virtude. Para ser modesta, uma mulher/moça não deve necessariamente deixar de ser atraente e se vestir como uma hippie, por exemplo, com saias longas demais, que acabam se sujando, ao serem arrastadas pelo chão. A se levar ao pé da letra a "moda antiga", o certo seria que as mulheres se vestissem, hoje, como se vestia Nossa Santíssima Mãe, mas o bom senso nos diz que isso não se deve fazer. Assim, evitem usar roupas de 1920, porque não há virtude nenhuma em chamar a atenção dessa forma. Basicamente, a modéstia pede roupas que fujam da "última moda",que cubram a pele e não exponham partes do corpo da mulher que, durante a Missa, possam atrair a atenção dos homens e o olhar (de inveja ou deploração) das outras mulheres. Li em algum lugar que o véu traz certa invisibilidade à mulher, porque somente Nosso Senhor deve atrair as atenções de todos na Missa. Modéstia no vestir deve traduzir essa invisibilidade.
Passeio ou tenue de ville feminino: Vestidos (saias) em tecidos leves, tailleur. Sapatos de salto médio ou alto. Jóias ou bijuterias discretas que combinem com a roupa. Maquiagem discreta para o dia e um pouco mais intensa para noite. Tecidos: linho, seda, crepe, viscose, musseline, organza, javanesa, etc. Para o dia, é mais clássico e discreto; para noite, é mais requintado. 
Passeio completo feminino: Os modelos dos vestidos e das saias são mais sofisticados, aceitam um pouco de brilho (a noite), os tecidos, embora não mudem muito na textura (linho, seda, crepe, viscose, musseline, organza, microfibra, etc.), ganham em sofisticação e cores. Sapatos podem ser de salto médio ou alto (sem exageros). Bijuterias ou joia mais incrementadas. Joias, bijuterias e maquiagem acompanham o estilo do traje escolhido, sendo mais discreto de dia e mais elaborado à noite. Aqui, pode-se usar luvas curtas ou três quartos e chapéus: de abas largas para ambientes abertos e de abas curtas para lugares fechados.

* Sobre o uso da calça pelas mulheres, falaremos em um post a parte. De qualquer maneira, não se comunga de calça e sem véu.

VÉU:
As mulheres devem usar o véu na igreja. Isso é determinação de São Paulo Apóstolo, na Sagrada Escritura. Assim, as mulheres são encorajadas a usarem um lenço longo ou uma echarpe, na impossibilidade de se conseguir um véu. Ao fazerem isso, estarão expressando sua humildade e pureza diante de DEUS. 
Não há uma regra sobre a cor, mas costuma-se usar branco para as moças e preto para as senhoras casadas e viúvas. Os véus coloridos não são proibidos, mas se deve usar de bom senso e evitar cores berrantes, que chamem a atenção e distraiam os fieis durante a Missa.  

* Algumas Capelas emprestam véus para a Missa àquelas senhoras/senhoritas que ainda não têm um véu. 

Após a Missa
Você pode querer permanecer um pouco mais depois de Missa, para a ação de graças ou simplesmente para fazer companhia ao Santíssimo.
Aqueles que desejarem conversar são encorajados a fazê-lo do lado de fora da igreja, em voz baixa, em respeito ao Santíssimo.

EXTRAÍDO DO SITE: A HORA DE MARIA - http://www.ahorademaria.com - COM ADAPTAÇÕES