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Santo Tomás de Aquino esmaga os heréticos, Benozzo Gozzoli |
O santo faleceu a 7 de março 1274 no convento cisterciense de Fossanova, Itália, onde parou para se recuperar de um acidente sofrido durante viagem para o Concílio de Lyon.
No livro intitulado “S. Tommaso d’Aquino”, lemos os seguintes dados relativos aos últimos momentos do Doutor Angélico.
“Devido à fraqueza que o dominava, não podia mais acompanhar a comunidade nos ofícios religiosos na capela. Pediu ardentemente para receber o Viático e a comunhão”.
“O Santo Viático foi-lhe ministrado solenemente a 4 ou 5 de março. O próprio abade levou a comunhão ao quarto do enfermo. Ao redor, estavam, de joelhos, os religiosos do mosteiro e um bom número de frades menores (franciscanos), os quais, na maioria, pertenciam ao séqüito do bispo Francisco de Terrafina, também presente nessa circunstância. E, finalmente, muitos frades pregadores (dominicanos), que, à notícia da doença do mestre Tomás, acorreram dos conventos vizinhos de Agnani e Gaeta.
“Reunindo todas as forças, Frei Tomás, levantou-se do leito e, prostrado por terra, ficou longo tempo na adoração de Nosso Senhor. Derramando muitas lágrimas, pronunciou belas palavras, entre as quais a sua profissão de fé, aquelas célebres expressões atestadas por Bartolomeu de Capua, pelos monges de Fossanova, registradas na Bula de Canonização: ‘Recebo a Vós, preço da redenção de minha alma, por cujo amor vigiei, estudei e trabalhei. Desse Santíssimo Corpo de Jesus Cristo e dos outros sacramentos muito ensinei e escrevi, na fé em Jesus Cristo e na Santa Igreja Romana, a cujo juízo tudo ofereço e submeto’”.
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Abadia de Fossanova |
O quadro é belíssimo!
Primeiro, porque é a agonia de Santo Tomás de Aquino.
A agonia de um homem é, talvez, a parte mais bela de sua vida. E quando o homem tem uma vida bela, a agonia é uma espécie de depuração.
Todas as escórias, todas as coisas erradas, todas as coisas secundárias, ficam para trás. E é apenas a linha geral, o que há de belo, de nobre que aflora.
Na agonia, tem-se a impressão que a pessoa está nos falando de além dos espaços da morte e que tudo quanto foi transitório, efêmero, vulgar, começa a ser visto como escrito no Livro da Vida.
E então se começa a compreender qual é o valor que acaba tendo – para a eternidade – tudo quanto aquela alma produziu de direito e de bom.
Santo Tomás de Aquino morreu num convento de contemplativos puros, de cistercienses. Morre cercado por uma coroa de frades de várias ordens religiosas: cistercienses; naturalmente os dominicanos, seus irmãos de hábito; franciscanos em quantidade, que estavam ali constituindo o séqüito de um bispo franciscano também hospedado no convento e que foram assistir o sacramento concedido a Santo Tomás de Aquino.
Este, ao receber a Comunhão de joelhos, com uma unção extraordinária, dá de si mesmo esse testemunho maravilhoso. Ao morrer, elogia sua própria obra, como que tomando uma despedida de Nosso Senhor na terra, com a esperança e a certeza de O ver no Céu. Então se pôs de joelhos e disse essas palavras:
“Recebo-Vos, ó preço da redenção de minha alma…”
Nosso Senhor Jesus Cristo é o preço da redenção da alma dele. Ele ia receber a Sagrada Eucaristia que é Nosso Senhor Jesus Cristo.
E agora vem o elogio que ele faz aos seus estudos:
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Cela transformada em capela onde morreu Santo Tomás |
“…para o qual eu estudei, vigiei e trabalhei.”
A vida dele não foi senão estudo, vigília e trabalho. E tudo foi em louvor de Nosso Senhor.
“Desse Santíssimo Corpo de Jesus Cristo e dos outros sacramentos, muito ensinei e escrevi, na fé de Jesus Cristo e da Santa Igreja Católica…”
É uma beleza como, depois de falar de Nosso Senhor Jesus Cristo, ele fala na Igreja Católica, compreendendo bem a união mística de Nosso Senhor Jesus Cristo com a Igreja, que é uma união indissolúvel.
O “Doutor Comum”, que foi o maior dos Doutores de todos os tempos, igual ao qual provavelmente não haverá outro até o fim do mundo, ele termina com um ato de fé e de humildade. Diz:
“…a Santa Igreja Católica, à qual tudo ofereço e a cujo juízo tudo submeto.”
Feito esse ato de humildade à Santa Igreja, a vida de Santo Tomás de Aquino estava encerrada. É uma verdadeira maravilha!
O Martirológio afirma dele que foi ilustríssimo pela nobreza da família, santidade de vida e ciência teológica. Por seu gênio e por sua pureza é chamado o “Doutor Angélico”. É também Patrono das escolas católicas.
(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, 6 de julho de 1966. Excertos sem revisão do autor)
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