QUANTO MAIS GRAÇAS JESUS NOS CONCEDE, EFICAZMENTE, SOBRENATURALMENTE; MAIS DONS E CAPACIDADES, OBTEMOS, EXTRÌNSECAMENTE, TAMBÉM NA ORDEM NATURAL DA NOSSA INTELIGÊNCIA E VONTADE.
Alberto Carlos Rosa Ferreira das Neves Cabral
«Escutemos o Papa Pio XII, em excertos da encíclica“Summi Pontificatus”, promulgada a 20 de Outubro de 1939:
«Narra o Santo Evangelho, que ao crucificarem Jesus, “OBSCURECEU-SE TODA A TERRA” (Mt 27,45); pavoroso símbolo do que acontece e continua acontecendo, espiritualmente, onde a incredulidade, cega e orgulhosa de si mesma, exclui Cristo da vida moderna, especialmente da vida pública, e abalando a Fé em Cristo, abala também a Fé em Deus. E por conseguinte, os valores morais, pelos quais em outros tempos, se julgavam as acções privadas e públicas, ficaram como que em desuso. A tão louvada laicização da sociedade, que tem feito progressos cada vez mais rápidos, subtraindo o homem, a família e o Estado ao benéfico e regenerador influxo da Ideia de Deus e do ensino da Igreja, fez ressurgir, em regiões onde pelo espaço de tantos séculos brilharam os fulgores da Civilização Cristã, indícios, cada vez mais claros, mais distintos e angustiosos, de um paganismo corrompido e corruptor: “Quando crucificaram Jesus obscureceu-se toda a Terra”.
Muitos talvez, ao se afastarem da Doutrina de Cristo, não tiveram plena consciência de serem enganados pela falsa miragem de frases brilhantes que proclamavam um tal afastamento como sendo um libertar-se da escravidão, a que julgavam antes estar sujeitos; nem previam as amargas consequências da triste permuta entre a Verdade que liberta e o erro que escraviza; nem pensavam que renunciando à infinitamente sábia e paternal Lei de Deus, e à unificadora e nobre Doutrina do Amor de Cristo, se entregavam ao arbítrio de uma pobre e mutável sabedoria humana. Falavam de progresso quando retrocediam; de elevação, quando se degradavam; de ascensão ou amadurecimento, quando caíam na escravidão; não percebiam a vaidade de todo o esforço humano em substituir a Lei de Cristo por alguma outra coisa que a igualasse: “Tornaram-se fátuos nos seus arrazoados” (Rom 1,21).
Enfraquecida a Fé em Deus e em Nosso Senhor Jesus Cristo, ofuscada nos ânimos a Luz dos Princípios Morais, fica a descoberto o único e insubstituível alicerce daquela estabilidade e tranqulidade, daquela ordem externa, e interna, privada e pública, única que pode gerar e salvaguardar a prosperidade dos Estados.»
A particularidade mais grave do ateísmo contemporâneo, ao contrário do ateísmo do século XIX, é já não se possuir consciência do que se perdeu. Os atenienses do tempo de São Paulo, construíram um altar dedicado ao “deus desconhecido”; sinal de que tinham conhecimento de que lhes faltava qualquer coisa de essencial. Hodiernamente, cinquenta anos após o encerramento do miserável latrocínio Vaticano 2; quase naturalmente desaparecidas as gerações mais velhas que ainda podiam manter incandescente a recordação directa da verdadeira Fé Católica – é irremediável o que já se perdeu! Não nos surpreendamos que esta civilização pós-Cristã já, pràticamente, não tenha qualquer noção da magnitude do Património Sobrenatural e cultural extinto.
Os marxistas sempre afirmaram que o ateísmo que almejavam, seria aquele em que nem sequer se negaria a Deus, POIS QUE DELE SE NÃO POSSUIRIA CONCEITO ALGUM! Só se pode negar algo de que se tem conceito; Vasco da Gama não podia sentir a falta de GPS, porque não possuía, em absoluto, o conceito de GPS. Assim, a presente civilização, e a própria seita conciliar, não sentem a ausência de Deus Uno e Trino, porque d’Ele não têm qualquer conceito.
Mas a existência de Deus não pode ser provada pela razão natural, de modo infalìvel?
Sem dúvida que sim; mas SÒMENTE ALMAS MORALMENTE MUITO BEM DISPOSTAS ESTÃO PARA TAL HABILITADAS, VISTO TAL PROVA, EMBORA SEJA RACIONAL, NÃO DEPENDER SÒMENTE, E DE FORMA DIRECTA, IMEDIATA E INTRÍNSECA DA INTELIGÊNCIA NATURAL, MAS SIM, E MUITO EM ESPECIAL, DA BOA VONTADE; É “CUM VOLUNTATE E EX RATIONE”.
Neste quadro conceptual, uma civilização, ou a seita conciliar, pode obstinar-se de tal forma no mal, QUE NEM SAIBA QUE IGNORA. Filosòficamente, até para ignorar é necessário saber, porque ignorar é ter consciência de uma matéria privada da sua respectiva forma; e tal acontece porque captamos em primeiro lugar aquilo que é, e só por indução fundada na analogia do ser, nos interrogamos sobre tudo aquilo que pode, ou não, ser. Consequentemente, quanto mais sabemos, mais ignoramos, porque mais território intelectual abarcamos como virgem de conhecimento. Ora a situação ontognoseológica e teológica da Humanidade no tempo de São Paulo encontrava-se totalmente receptiva para o advento do Redentor; e os recursos religiosos, morais e sociais do Género Humano, apesar do grave ónus da falta original, apresentavam-se ainda copiosos. Mas actualmente, a cegueira religiosa e moral do Género humano É TOTALMENTE VOLUNTÁRIA E CEM POR CENTO IMPUTÁVEL, VISTO HAVER REJEITADO O PRÓPRIO REDENTOR, E ATÉ ACRESCENTADO,SOLENEMENTE, PELA BOCA DOS PAPAS DO DIABO E DA SEITA ANTI-CRISTO, NÃO TER NECESSIDADE DE REDENÇÃO, NEM DE SACRIFÍCIO. E assim foram exauridos todos os recursos Sobrenaturais, espirituais e sociais do Género Humano.
Todavia, sòmente a Santa Madre Igreja, só ela, pode facultar, Sobrenaturalmente, sentido, congruência e estabilidade, ao caos desta civilização pós-Cristã. Efectivamente, durante os grandes sofrimentos por que passou a humanidade na primeira metade do século XX, existia ainda, SOCIAL E INSTITUCIONALMENTE, Graças a Deus, um Lume de Verdade e Santidade junto do qual as almas justas, e até por vezes as injustas, mas respeitadoras, podiam haurir doce refrigério, bem como nutrir-se Sobrenaturalmente com o Santo Sacrifício da Missa, os santos Sacramentos, e com o Pão da sã Doutrina. AGORA NÃO!
Porque, não duvidemos, mesmo que a curto ou médio prazo, nas nossas catacumbas, se venha a eleger (e estou certo de que assim será) um verdadeiro Papa, mesmo assim, a actual civilização continuará pós -Cristã, visto que o Papa, SÊ-LO-Á DE UMA IGREJA DE CATACUMBAS; pois que a Pessoa Moral de Direito Divino, em si mesma indefectível e intangível, nunca mais recuperará, social e quantitativamente, a pretérita magnitude.
Quando o Imperador Constantino promulgou, em 313, o Édicto de Milão, instituiu um sistema de paridade de cultos, o qual, embora colocando um fim à época das catacumbas, não outorgava qualquer precedência à Sacrossanta Religião Católica. Em 380, o Imperador Teodósio, promulgando o Édicto de Tessalónica, consagrou a Religião Católica como a Religião oficial do Império. Nesta perspectiva, antes do Édicto de Milão, não podia existir civilização Cristã; pois que a Fé Católica não podia expressar-se, legal, social e culturalmente, remetida como estava a permanente ilegalidade. O facto das actuais catacumbas serem incruentas, não obsta a que os verdadeiros católicos se vejam, frequentemente, discriminados negativamente, e até perseguidos no plano social e cultural; e sobretudo, HAJA SOCIALMENTE LUGAR, NESTA CIVILIZAÇÃO, E NA SEITA ANTI-CRISTO, PARA TUDO, TUDO, MENOS PARA A VERDADE E O BEM. Em certo sentido é esta poderosíssima acepção negativa que define e consubstancia a actual civilização, a sua seita anti-Cristo, e os papas da morte de Deus que a servem.
Tal acontece, precisamente, porque apenas a forma Sobrenatural da Verdade e do Bem pode ordenar, rectificar, e salvar, AQUILO QUE PREMEDITADA E PROPOSITADAMENTE SE QUER CORROMPIDO E DEPRAVADO.
O Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo expende e promulga, Eternamente: O lume salvífico da Luz contra a treva da egolatria acéfala; o esforço nobilitante, e sempre por Deus Nosso Senhor auxiliado, de permanente rectificação de pensamentos, palavras e obras; a Glória extrínseca de Deus e a Salvação das almas como único objectivo primário da nossa vida sobre a Terra. Sendo o Caminho, a Verdade e a Vida, Nosso Senhor só pode constituir, com a Mediação de Sua Santíssima Mãe, o Soberano absoluto das nossas vidas, das famílias, das instituições, dos Estados, bem como de toda a sociedsde Internacional. QUANTO MAIS GRAÇAS JESUS NOS CONCEDE, EFICAZMENTE, SOBRENATURALMENTE; MAIS DONS E CAPACIDADES, OBTEMOS, EXTRÌNSECAMENTE, TAMBÉM NA ORDEM NATURAL DA NOSSA INTELIGÊNCIA E VONTADE.
QUANTO MAIS AS SOCIEDADES SE IMPREGNAREM SOBRENATURALMENTE DAS RIQUEZAS INFINITAS DE NOSSO SENHOR, MAIS ESSAS MESMAS SOCIEDADES AUFERIRÃO, EXTRÌNSECAMENTE, DE BENS NATURAIS.
QUANTO MAIS AS ALMAS, AS FAMÍLIAS, AS INSTITUIÇÕES, E OS ESTADOS, APRECIAREM O TESOURO INESTIMÁVEL DOS BENS ETERNOS, MAIS UTILIZARÃO OS BENS NATURAIS COM RAZOABILIDADE E MODERAÇÃO, COMO MEIOS OU FINS SECUNDÁRIOS.
Porque o segredo de uma vida profundamente católica, consiste, exactamente, em abandonar tudo, para ganhar tudo. Recusemos todo e qualquer apego desordenado às criaturas, integrando-as na perfeição Infinita da Lei Eterna.
Mas recusemos também aqueles falsos espirituais que nos convidam a desprezar incondicionalmente as criaturas; pois tal demonstra acentuada falta de virtude e profissão de dualismo, próprio dos principiantes QUE DESPREZAM A CRIATURA, PORQUE SÃO COMPLETAMENTE INCAPAZES DE A HIERARQUIZAR, SOBRENATURALMENTE, NA LEI ETERNA.
O verdadeiro integrismo deve, antes de tudo, assimilar a essência última da Fé Católica, como Princípio orientador, sem desvios, nem à esquerda, nem a uma pseudo-direita, aparentemente rigorista, puritana, mas que na realidade é fautora e sustentáculo das maiores depravações. Só uma profissão absolutamente recta da Fé Católica nos pode conduzir à restauração da linhagem dos Papas.
Que o Santo Natal nos faculte, acima de tudo, a inocência, pois que esta constitui, imarcescìvelmente, O OPOSTO À CULPA DO MUNDO, não a culpa original, que é universal, mas a culpa actual, contemporânea; consequência directa de séculos de afastamento da Ordem Sobrenatural, motivada pelo naturalismo humnista, pelo protestantismo, pelo liberalismo, e pelos socialismos de todas as espécies. E que a santa inocência Sobrenatural, nos purifique na contemplação da Sagrada Família, Sol de inefável Virtude, que ilustra a contemplação de toda uma Eternidade.
LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
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