Por Padre Jaime Tovar Patrón
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1ª RECORDAÇÃO CONSTANTE DO SACERDOTE
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Certamente que, uma vez recebida a ordem sacerdotal, não se esquece
facilmente. Porém um lembrete nunca faz mal: algo visível, um símbolo
constante, um despertador sem ruído, um sinal ou bandeira. O que vai à paisana
é um entre muitos, o que vai de batina, não. É um sacerdote e ele é o primeiro
persuadido. Não pode permanecer neutro, o traje o denuncia. Ou se faz um mártir
ou um traidor, se chega a tal ocasião. O que não pode é ficar no anonimato,
como um qualquer. E logo quando tanto se fala de compromisso! Não há
compromisso quando exteriormente nada diz do que se é. Quando se despreza o
uniforme, se despreza a categoria ou classe que este representa.
2ª PRESENÇA DO SOBRENATURAL NO MUNDO
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Não resta dúvida de que os símbolos nos rodeiam por todas as partes:
sinais, bandeiras, insígnias, uniformes… Um dos que mais influencia é o
uniforme. Um policial, um guardião, é necessário que atue, detenha, dê multas,
etc. Sua simples presença influi nos demais: conforta, dá segurança, irrita ou
deixa nervoso, segundo sejam as intenções e conduta dos cidadãos. Uma batina
sempre suscita algo nos que nos rodeiam. Desperta o sentido do sobrenatural.
Não faz falta pregar, nem sequer abrir os lábios. Ao que está de bem com Deus
dá ânimo, ao que tem a consciência pesada avisa, ao que vive longe de Deus
produz arrependimento. As relações da alma com Deus não são exclusivas do
templo. Muita, muitíssima gente não pisa na Igreja. Para estas pessoas, que
melhor maneira de lhes levar a mensagem de Cristo do que deixar-lhes ver um
sacerdote consagrado vestindo sua batina? Os fiéis tem lamentado a
dessacralização e seus devastadores efeitos. Os modernistas clamam contra o
suposto triunfalismo, tiram os hábitos, rechaçam a coroa pontifícia, as
tradições de sempre e depois se queixam de seminários vazios; de falta de vocações.
Apagam o fogo e se queixam de frio. Não há dúvidas: o “desbatinamento” ou
“desembatinação” leva à dessacralização.
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3ª É DE GRANDE UTILIDADE PARA OS FIÉIS
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O sacerdote o é não só quando está no templo administrando os
sacramentos, mas nas vinte e quatro horas do dia. O sacerdócio não é uma
profissão, com um horário marcado; é uma vida, uma entrega total e sem reservas
a Deus. O povo de Deus tem direito a que o auxilie o sacerdote. Isto se
facilita se podem reconhecer o sacerdote entre as demais pessoas, se este leva
um sinal externo. Aquele que deseja trabalhar como sacerdote de Cristo deve
poder ser identificado como tal para o benefício dos fiéis e melhor desempenho
de sua missão.
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4ª SERVE PARA PRESERVAR DE MUITOS PERIGOS
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A quantas coisas se atreveriam os clérigos e religiosos se não fosse
pelo hábito! Esta advertência, que era somente teórica quando a escrevia o
exemplar religioso Pe. Eduardo F. Regatillo, S.I., é hoje uma terrível
realidade. Primeiro, foram coisas de pouca monta: entrar em bares, lugares de
recreio, diversão, conviver com os seculares, porém pouco a pouco se tem ido
cada vez a mais. Os modernistas querem nos fazer crer que a batina é um
obstáculo para que a mensagem de Cristo entre no mundo. Porém, suprimindo-a,
desapareceram as credenciais e a mesma mensagem. De tal modo, que já muitos
pensam que o primeiro que se deve salvar é o mesmo sacerdote que se despojou da
batina supostamente para salvar os outros. Deve-se reconhecer que a batina fortalece
a vocação e diminui as ocasiões de pecar para aquele que a veste e para os que
o rodeiam. Dos milhares que abandonaram o sacerdócio depois do Concílio
Vaticano II, praticamente nenhum abandonou a batina no dia anterior ao de ir
embora: tinham-no feito muito antes.
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5ª AJUDA DESINTERESSADA AOS DEMAIS
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O povo cristão vê no sacerdote o homem de Deus, que não busca seu bem
particular se não o de seus paroquianos. O povo escancara as portas do coração
para escutar o padre que é o mesmo para o pobre e para o poderoso. As portas
das repartições, dos departamentos, dos escritórios, por mais altas que sejam,
se abrem diante das batinas e dos hábitos religiosos. Quem nega a uma monja o
pão que pede para seus pobres ou idosos? Tudo isto está tradicionalmente ligado
a alguns hábitos. Este prestígio da batina se tem acumulado à base de tempo, de
sacrifícios, de abnegação. E agora, se desprendem dela como se se tratasse de
um estorvo?
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6ª IMPÕE A MODERAÇÃO NO VESTIR
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A Igreja preservou sempre seus sacerdotes do vício de aparentar mais do
que se é e da ostentação dando-lhes um hábito singelo em que não cabem os
luxos. A batina é de uma peça (desde o pescoço até os pés), de uma cor (preta)
e de uma forma (saco). Os arminhos e ornamentos ricos se deixam para o templo,
pois essas distinções não adornam a pessoa se não o ministro de Deus para que
dê realce às cerimônias sagradas da Igreja. Porém, vestindo-se à paisana, a
vaidade persegue o sacerdote como a qualquer mortal: as marcas, qualidades do
pano, dos tecidos, cores, etc. Já não está todo coberto e justificado pelo
humilde hábito religioso. Ao se colocar no nível do mundo, este o sacudirá, à
mercê de seus gostos e caprichos. Haverá de ir com a moda e sua voz já não se
deixará ouvir como a do que clamava no deserto coberto pela veste do profeta
vestido com pêlos de camelo.
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7ª EXEMPLO DE OBEDIÊNCIA AO ESPÍRITO E
LEGISLAÇÃO DA IGREJA
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Como alguém que tem parte no Santo Sacerdócio de Cristo, o sacerdote
deve ser exemplo da humildade, da obediência e da abnegação do Salvador. A
batina o ajuda a praticar a pobreza, a humildade no vestiário, a obediência à
disciplina da Igreja e o desprezo das coisas do mundo. Vestindo a batina,
dificilmente se esquecerá o sacerdote de seu importante papel e sua missão
sagrada ou confundirá seu traje e sua vida com a do mundo.
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O autor: Padre Jaime Tovar Patrón, coronel capelão, ocupou importantes
responsabilidades no Vicariato Castrense. Oriundo de Extremadura, Espanha, foi
grande orador sacro. Autor do livro Los curas de la Cruzada, autêntica
enciclopédia dos heróicos sacerdote que desenvolveram seu trabalho pastoral
entre os combatentes da gloriosa Cruzada de 1936. É, ademais, uma história do
sacerdócio castrense. Faleceu em janeiro de 2004.
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