Ciência confirma a autenticidade da
Santa Túnica do Redentor da humanidade
A ciência moderna tem comprovado de múltiplos modos a autenticidade do Santo Sudário, o lençol que envolveu o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo morto. Agora, recente obra de cientista francês comprova a veracidade também da túnica usada por nosso Divino Redentor quando carregou a Cruz até o alto do Calvário, como sempre se acreditou.
Luis Dufaur
Quem chega à cidadezinha de Argenteuil – hoje absorvida pela periferia urbana de Paris – não faz idéia do imenso tesouro que sua igreja paroquial encerra. Em relicário dourado, num templo habitualmente deserto, nada mais nada menos que a preciosa Túnica de Nosso Senhor Jesus Cristo!
A mesma que, segundo tradição milenar da Igreja, foi tecida por Nossa Senhora para o Menino Jesus, a piedade popular afirma que foi crescendo com Ele no transcurso dos anos. A mesma que Ele usou na sua Paixão, quando foi entregue pelos fariseus a Pilatos, e que portou até o alto do Calvário, esmagado sob o peso da Cruz. A mesma que os cruéis algozes romanos, vendo que era inconsútil – isto é, formando uma só peça, sem costuras – lançaram à sorte, para não ter que dividi-la entre eles. Assim fizeram, cumprindo o que fora anunciado pelos Profetas.
Na igreja paroquial de Argenteuil, o ambiente é de desolação. Os sacerdotes, há tempos, tornaram-se padres-operários, e não há quem atenda bem o visitante ou peregrino.
Já se foram os tempos – e entretanto os fatos que vamos relatar pressagiam próximo o dia em que eles voltarão – em que as multidões vinham cheias de fé, transidas de amor sobrenatural, venerar a Túnica encharcada do Sangue que o Cordeiro de Deus derramou em abundância para a Redenção da humanidade pecadora.
Voltaram-se contra a preciosa relíquia os protestantes, com ódio furibundo. Tentou destruí-la a sanha ímpia da Revolução Francesa, ébria de impiedade, ceticismo e furor anticristão. Desferiu-lhe um tremendo golpe de desprestígio o mito do progresso que, penetrando na Igreja, favoreceu o naturalismo. E com o advento do “progressismo” dito católico, adverso às devoções tradicionais, a relíquia foi relegada a um olvido ainda maior. Até que, por fim, a tendência de fazer da Religião preponderantemente uma experiência sensível, num ambiente de excitação e festa, pretendeu sepultar para sempre aquele despojo sacratíssimo da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Confirmado pela ciência moderna fato ocorrido há 2000 anos
A Túnica permanecia em Argenteuil lembrando, apesar do esquecimento a que era relegada, a bondade infinita do Redentor, desprezada por séculos de pecado e de Revolução. E, por isso mesmo, era uma increpação muda em relação a tanta recusa e dureza de coração. Ela, apesar de ignorada e menosprezada, incomodava. Aos fautores do caos na Igreja – seja ele subversivo, seja lúdico-festivo – denunciava-lhes o desvario. Às almas fiéis, inspirava profunda compaixão e contrição enternecida. E naqueles que tinham notícia dela – em número aliás maior do que se crê –, a graça alimentava uma esperança.
Para esse abandono tão marcante, contribuía também o fato de que, no passado, haviam desaparecido as provas da autenticidade da relíquia. E sabe-se bem quanto o espírito moderno é ávido de demolir todo objeto religioso que não se cerca de atestados, até de clareza matemática...
Mas eis que, nesta passagem de milênio, lançando mão de equipamentos os mais avançados, a ciência moderna veio rasgar esse cerco de isolamento, afirmando, com base em complicados exames: "Essa é a túnica com que Nosso Senhor Jesus Cristo carregou a Cruz até o alto do Calvário, como sempre se acreditou!"
A tais conclusões conduz, notadamente, o trabalho intitulado "Jesus e a ciência – A verdade sobre as relíquias de Cristo", do engenheiro André Marion, pesquisador do mundialmente reputado Centre National de la Recherche Scientifique – CNRS (Paris). Esse professor é especialista no processamento numérico de imagens, leciona na Universidade de Paris-Orsay e é autor de numerosas publicações científicas e técnicas. Ele já fez descobertas surpreendentes a respeito do Santo Sudário de Turim, com base em métodos ótico-digitais ultra-modernos.
O mencionado livro pode merecer contudo um reparo: o tom asséptico de seu estilo, de praxe, aliás, na literatura científica, mas que numa obra para o grande público pode parecer pouco respeitoso.
Mas vejamos os fatos como ele os descreve.
Um percurso histórico com algo de milagroso
Há poucos e parcos registros do destino da Santa Túnica de Nosso Senhor Jesus Cristo logo após a Crucifixão e nos primeiros séculos.
Sabemos pelo Evangelho que foi tirada a sorte para indicar quem se tornaria detentor da Túnica do Divino Redentor, tendo a relíquia ficado na posse de um dos soldados romanos. Provavelmente ela foi recuperada pelos primeiros cristãos, voltando talvez a Nossa Senhora ou aos Apóstolos. Tudo indica que a veneração da Túnica ficou restrita aos discípulos. Com efeito, após Pentecostes, a Sinagoga desatou impiedosa e exterminadora perseguição aos cristãos. Nossa Senhora foi residir em Éfeso, fora da Terra Santa, com São João Evangelista.
O ódio persecutório dos judeus de então – que entrou num recesso após a destruição de Jerusalém – logo cedeu lugar às perseguições romanas iniciadas por Nero no ano 64. Até que, em 312, o Imperador Constantino aboliu o culto pagão e passou a favorecer o cristianismo.
Em 326, Santa Helena – mãe do próprio Constantino – viajou à Ásia Menor e à Terra Santa e trouxe as relíquias da Paixão, que foram expostas à veneração pública. Assim a Santa Cruz, a Coroa de Espinhos, os pregos da Paixão, a Túnica de Nosso Senhor, o Véu da Verônica e outras relíquias de incomensurável valor foram sendo levadas a Constantinopla, nova capital do Império Romano.
No início do século IX, Irene, Imperatriz do Oriente, ofereceu a Santa Túnica de Nosso Senhor como presente ao Imperador Carlos Magno, que acabara de ser sagrado Imperador do Ocidente pelo Papa São Leão III. Carlos Magno, por sua vez, confiou a custódia da relíquia à Abadia de Nossa Senhora da Humildade, localizada em Argenteuil, 30 quilômetros ao norte de Paris. Esse mosteiro estava reservado para as grandes damas da corte que se afastavam do mundo. A Abadessa Théodrade era uma das filhas do grande Carlos, e célebre por sua beleza e pelo zelo em implantar a regra de São Bento nos mosteiros do Império carolíngio.
Encontro providencial após desaparecimento
Porém, mais um espectro ameaçador ergueu-se contra a Túnica embebida no Sangue redentor. Os vikings, ferozes guerreiros pagãos da Escandinávia, assolavam nos séculos IX e X as costas da França e entravam pelos rios massacrando as populações, destruindo as cidades e pilhando os templos. Paris foi atacada seis vezes, sendo que, em 845, por cerca de 120 navios vikings. O perigo era iminente. A Abadessa Théodrade e as religiosas tiveram que abandonar o mosteiro.
Surgiu então o dilema: o que fazer da divina Túnica? Era arriscado às religiosas transportarem-na, pois poderiam ser surpreendidas na estrada. Solução encontrada: guardá-la num cofre, junto com os certificados de autenticidade da relíquia. O cofre, por sua vez, foi murado no interior da igreja, numa altura que não chamaria a atenção dos bárbaros.
Os anos transcorreram. A princesa imperial que se tornara abadessa e as demais religiosas faleceram no exílio. E levaram consigo o segredo...
No século XII, quando o Abade Suger, de Saint Denis, restaurou o antigo Mosteiro de Argenteuil, pairava um mistério sobre o local. Sabia-se que a Túnica estava lá. Mas... em que lugar?
O Abade ordenou que se efetuassem restaurações. Assim, em 1156 – em virtude de uma visão, segundo uns; devido a providencial acaso, segundo outros – os pedreiros descobriram que uma parte da parede da igreja abacial era oca. Vasculhando-a, encontraram um cofre dentro do qual estava a Santa Túnica, com os certificados de autenticidade.
Ao tomar conhecimento do fato, um frêmito de fé e devoção perpassou toda a França. No mesmo ano, os Arcebispos de Sens e Rouen, os Bispos de Paris, Chartres, Orléans, Troyes, Auxerre, Châlons, Évreux, Meaux e Senlis procederam ao reconhecimento da relíquia e dos documentos anexos, e lavraram famoso atestado conhecido como Charte de 1156. E, numa cerimônia memorável, apresentaram a Túnica para veneração de uma multidão de fiéis, entre os quais figurava o Rei Luís VII (pp. 146-147).
Sucederam-se então séculos em que gerações de nobres, burgueses e plebeus peregrinavam em grandíssimo número, recebendo graças extraordinárias e sendo favorecidos por milagres, que indiretamente confirmavam a autenticidade de relíquia tão venerável.
O Divino Redentor, quando subia ao Gólgota, deve ter considerado aquelas multidões medievais penetradas de compaixão, ternura e até de nobre indignação, reparando os horrendos ultrajes dos verdugos e as injúrias requintadas dos fariseus. Comove pensar que Ele então deve ter rezado especialmente por aquele mundo de pecadores necessitados, mas arrependidos e transidos de gratidão.
Relíquia escapa à destruição por parte dos protestantes
No fim da Idade Média, uma perseguição indizivelmente mais encarniçada desatou-se contra a Túnica de Argenteuil: a Revolução protestante. Em 1544 as guerras de Religião atingiram o clímax, e o rei Francisco I mandou fortificar Argenteuil. Mas não foi suficiente. Em 1567 os protestantes invadiram a cidade, incendiaram a igreja e enforcaram o pároco. Mas foi como se a Santa Túnica tivesse desaparecido de entre os muros do santuário. Os huguenotes nem sequer a viram e nada puderam fazer contra ela. Depois do massacre "ela reapareceu intacta, tão misteriosamente como tinha sumido" (p. 170).
Reis e rainhas continuaram a peregrinar a Argenteuil com freqüência. Os milagres multiplicavam-se, os Papas cobriam a santa relíquia com inúmeros privilégios, os nobres enriqueciam o santuário e os historiadores elaboravam seus primeiros estudos. A contemplação das dores inenarráveis da Paixão comunicava novas forças aos católicos em luta contra os protestantes, os quais, por sua parte, preferiam a luxúria e a revolta pregada por Lutero e sequazes.
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