São diversas as invocações de Nossa Senhora como padroeira deste ou daquele país de nosso continente; algumas são mais conhecidas, outras menos, mas todas tornaram-se populares em suas respectivas nações
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Nossa Senhora de Coromoto |
Além de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira das Américas, os vários países do continente americano têm uma invocação da Virgem Santíssima como padroeira específica.
Ao contrário do que comumente se pensa, a maioria das padroeiras de países das três Américas não são imagens que representem uma aparição da Mãe de Deus. Três países de nosso continente, contudo, possuem tal privilégio: México, Venezuela e Equador.
No primeiro deles, Nossa Senhora apareceu em Guadalupe e deixou sua imagem gravada nos trajes de um índio, hoje o Bem-aventurado Diego. Esta relíquia encontra-se na catedral da Cidade do México, um dos maiores centros de peregrinações do mundo.
Na Venezuela, Nossa Senhora de Coromoto deixou na mão do índio Coromoto uma pequena pedra com sua imagem gravada. Esta relíquia encontra-se na igreja construída no local da aparição.
No Equador, Nossa Senhora de Quinche apareceu a vários índios, os quais ficaram muito surpresos ao reconhecer a Bela Dama que tinham visto numa imagem que lhes fora oferecida pelos espanhóis.
Curiosamente, nos três casos os videntes são índios. São três magníficas histórias, mas elas constituem exceções no continente.
Outro grupo excecional de padroeiras são as que poderíamos qualificar como devoções gerais da Igreja, mas que, por diversas razões históricas, se estabeleceram mais em determinados países. Assim, por exemplo, no Chile a Padroeira é Nossa Senhora do Carmo; nos Estados Unidos é a Imaculada Conceição; na Guiana e Suriname, Nossa Senhora de Fátima; no Haiti, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro; em Porto Rico, Nossa Senhora da Divina Providência; em Trinidad Tobago, a Divina Pastora; e no Peru, Nossa Senhora das Mercês.
São oito países que adotaram como suas padroeiras tais invocações de Nossa Senhora, que também existem em muitas outras partes. Serão por isso menos privilegiados? Claro que não. Não há nada de estranho no fato de a Providência Divina ter um plano especial de graças para determinada população, e deseje que esta receba tais graças mediante uma particular devoção a algum mistério, episódio ou virtude da vida da Santíssima Virgem.
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Nossa Senhora de Quinche
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Regra curiosa que se observa
Mas ao estudar a história das padroeiras das Américas, não deixa de chamar a atenção uma espécie de regra: a maioria delas (15 em 26) são imagens locais, através das quais se operam milagres em abundância. Não são as únicas, pois nesses mesmos países, em geral há outras imagens milagrosas. Mas as imagens que se tornam padroeiras destacam-se das demais, de forma a atrair uma devoção não só local, mas em todo o país. E é digno de nota que, neste grupo de nações, muitas das imagens apareceram de forma totalmente incomum, ao que devem, em boa parte, seu renome.
O que entendemos por forma incomum? Tomemos, por exemplo, o caso do Brasil: Nossa Senhora Aparecida. Não se pode dizer que seja um fato comum alguns pescadores apanharem em sua rede o corpo de uma imagem; e, ao lançarem a rede uma segunda vez, pegarem a cabeça da imagem. Caso análogo se deu com a imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba. Não constituía fato habitual, numa América despovoada do século XVI, encontrar-se uma imagem da Mãe de Deus boiando no mar.
Podemos ainda recordar a história da Padroeira de Honduras, Nossa Senhora de Suyapa. Em finais do século XVIII, nesse país da América Central, o jovem Alejandro Colindres estava em companhia de um menino de oito anos, chamado Jorge Martinez.
Eles tinham trabalhado no campo, na colheita de milho, e voltavam para sua casa na localidade denominada Suyapa. Percebendo que não chegariam a tempo, decidiram dormir no meio do caminho, na quebrada de Piliguin. Quando se deitaram, Alejandro sentiu um objeto incomodando seu corpo. No escuro, voltou-se e o pegou. Pensando tratar-se de uma pedra, jogou-o para longe e voltou a deitar-se, mas sentiu aquele mesmo incômodo no mesmo local.
Tendo julgado esquisito o fato, guardou consigo o objeto. Pela manhã, descobriu que era uma pequena imagem de Nossa Senhora, talhada em madeira, de apenas seis centímetros e meio de altura. Tal imagem é a atual Padroeira de Honduras. Não se pode dizer que seja forma usual de se encontrar uma padroeira!
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Nossa Senhora de Guadalupe
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Qual a razão desta regra?
Uma pergunta se impõe naturalmente: qual o motivo para se encontrar, de forma tão inusitada, tantas padroeiras?
A resposta pode parecer difícil, pois custa ao homem aceitar aquilo que não vê, aquilo que ele não pode entender cientificamente, mas que conhece pela fé.
Após o pecado original, o homem ficou inseguro a respeito de muitas de suas convicções. Nossos próprios erros constituem provas de nossa fraqueza. Será então que, em matéria tão importante como a Religião, estamos com a verdade? Matéria que diz respeito a nossa vida eterna! É justamente para ajudar a nossa fé que ocorrem milagres. Esses fatos extraordinários são justamente a prova de que não estamos sozinhos, mas temos um Deus que nos ampara em nossa fraqueza. E para nos chamar a atenção, se vale Ele mesmo de meios, quase diríamos, humanos.
As aparições propriamente ditas de Nossa Senhora são relativamente raras, justamente para realçar seu valor. A via dos milagres parece ser uma via adequada da Providência para nos atrair. E os pequenos fatos extraordinários, como o de encontrar uma pequena imagem que incomoda o repouso, são justamente para revelar-nos um Deus que nos segue e cuida de seus filhos, não escapando a Ele os mínimos detalhes de nossa vida.
Se todas as padroeiras surgissem à raiz de pequenos fatos, elas se banalizariam, pareceriam não ter grandeza. Se todas as padroeiras fossem representadas por imagens originadas de aparições, também poderiam se banalizar. É justamente no conjunto diferenciado de aparições, milagres e pequenos fatos que está a beleza. É como uma orquestra que possui diversos instrumentos e produz diferentes sons. Ou uma floresta que possui árvores gigantescas e pequenas flores. As diversas padroeiras da América, com suas diferentes histórias, lembram-nos que Nossa Senhora é nossa Mãe e vela por seus filhos, tanto nos grandes como nos pequenos momentos.
Fonte: FUNDADORES - http://www.fundadores.org.br/principal.asp?IdTexto=266&pag=1&categ=14 - Publicado em 24/11/2004
No Brasil também, como nos EUA, é a Imaculada Conceição. Aparecida é um apelido popular. O nome da invocação é Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida. Como também na Argentina, se não me engano.
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