“A fecundidade da Virgem é uma
glória incomparável: tão grande e singular privilégio a eleva acima dos anjos,
porque a missão de um mensageiro não tem comparação com à de uma mãe” – São Bernardo
Roosevelt Maria de
Castro
Ave-Maria,
conforme expressa São Tomás, possui três partes. A primeira foi feita pelo
Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo» (Lc 1,28). A segunda, por
Isabel, mãe de João Batista: «bendita és tu entre as mulheres, e bendito o
fruto do teu ventre» (Lc 1,42). A terceira parte foi acrescentada pela Igreja,
a saber, o nome Maria, pois o Anjo não disse «Ave, Maria», mas «Ave, cheia de
graça». E, como ficará claro, o significado desse nome, «Maria», convém às
palavras do Anjo.
Como vimos, a
primeira parte do Ave Maria é retirada das Escrituras, palavras do Arcanjo e
de Santa Isabel e a segunda metade é de composição eclesiástica, alguns
comentam que foi composta desde o Concílio de Éfeso, século V, que condenou
entre outras, na heresia nestoriana, a negação da maternidade divina de Nossa
Senhora.
«Ave» é a
saudação romana de que o inferior faz ao superior, "Ave César".
São Tomás de
Aquino comenta que, na antiguidade era considerado um acontecimento muito
grande a aparição de um anjo aos homens, estes possuíam uma inestimável honra em prestar-lhes
reverência, Abraão hospedou anjos em sua casa e manifestou-lhe reverência (Gn
18,2). Porém, não se tinha conhecimento de que, algum anjo tivesse reverenciado um ser humano até
a saudação do Arcanjo a Bem-aventurada Virgem Maria, dizendo reverentemente: «Ave».
O Arcanjo
reconhece a superioridade de Nossa Senhora, ele, que está nas glorias do céu, vendo Deus face-a-face, dirige a Santíssima Virgem como superiora a ele,
reconhecendo Nela uma grandeza que excede a sua própria e a todos os anjos e
santos no céu.
A união de
Nossa Senhora na terra com Deus, ultrapassa a dos anjos e santos, embora a natureza
angélica seja mais perfeita que a dos homens, o anjo reconhece a superioridade
de Nossa Senhora em perfeição e dignidade e em graças, Nossa Senhora, é mais perfeita
que a todos os anjos e santos reunidos no céu.
Nossa Senhora
é a prefigura de Eva, que cooperou com o pecado original de Adão, Nossa Senhora
por sua vez, cooperou com a obra de Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo, o
novo Adão.
O pecado
original começou com Eva comendo o fruto proibido e levando-o para Adão. Nossa
Senhora, carrega o fruto de nossa salvação, que ao comermos, na Eucaristia, teremos
a vida eterna.
Maria tem as
mais variadas interpretações, desde Mãe de Deus até “a Senhora”.
Desde o primeiro
momento de sua concepção, Ela é a mais Santa de todas as criaturas, mais santa
que todos os anjos e santos juntos no céu.
Ao rezarmos uma
Ave-Maria estamos cumprindo a profecia do Magnifica (Luc 1, 46) que a Mãe de Deus responde aos elogios de Santa Isabel: “De hoje em diante, todas as
gerações me chamarão bem-aventurada”.
Nós temos três plenitudes
de graças:
1º plenitude:
a de Nosso Senhor Jesus Cristo, que não tem maior;
2º plenitude:
a dos santos, que são as graças de que eles são fiéis para que cumpram bem as
missões deles, dadas por Deus. São plenitudes relativas.
3º plenitude: de Nossa Senhora, uma plenitude intermediária, uma superabundância de graças.
As graças de Nossa Senhora transbordam para os outros. Ela seria um canal, um aqueduto
de graças, não a fonte.
Nosso Senhor
está com Nossa Senhora como não está com nenhuma outra criatura, Ele está como
Filho, foi Nela e por meio Dela que Ele pode vir ao mundo para nos Salvar, Ela nos proporcionou a vinda do Redentor e foi Ela, também, que O fez realizar o primeiro milagre em Caná.
As interseções
de Nossa Senhora estão bem evidentes nos Evangelhos.
Em São Lucas capítulo
I versículos de 40 ao 45, ao saudar Santa Isabel, São João Batista foi
santificado, apagando a mancha do pecado original, nascendo livre dos pecados.
São João
Batista foi santificado no útero de sua mãe pela voz de Maria. Nosso Senhor
Jesus Cristo foi que procedeu a santificação utilizando a Sua Santíssima Mãe,
que ao cumprimentar sua prima, sua voz levou o Espirito Santo para a
santificação de São João; “E entrou na casa de Zacarias, e saudou Isabel. E
aconteceu que, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou no seu
ventre, e Isabel ficou cheia do Espirito Santo; e exclamou em voz alta, e
disse: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre. E
donde a mim esta dita, que a mãe do meu Senhor venha ter comigo? Porque, logo
que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, o menino exultou de alegria
no meu ventre”.
Em São João,
capítulo 2 versículos 1 ao 11, a interseção de Nossa Senhora aparece nas Bodas
de Caná. Ao perceber que o vinho estava acabando, Ela intercede junto a
teu Filho: “E, faltando vinho, a Mãe de Jesus disse-lhe: Não tem mais vinho. E
Jesus disse-lhe: Mulher o que nos importa a mim e a ti? Ainda não chegou a
minha hora. Disse sua Mãe aos que serviam: Fazei tudo o que ele vos disser”.
O Pai Nosso também se relaciona com Maria: "Seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no céu", "Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra." (Luc 1, 38)
Para alguns a meditação do Santo Rosário é cansativo e repetitivo, mas por três vezes Nosso Senhor Jesus Cristo perguntou a São Pedro se O amava e por três vezes ele respondeu que sim.
A Mãe de Deus
Os ímpios hereges, tem como primeiro sinal de suas heresias a negação da maternidade divina de Nossa Senhora,
sendo negado por Nestorio de Constantinopla, que foi combatido e condenado no Concílio de
Éfeso, quando foi proclamado o dogma da Mãe de Deus, Theotokos.
Séculos mais
tardes os hereges protestantes, de todas as raças, voltaram a atacar ferozmente
a divina maternidade, deturpando alguns versículos do Novo Testamento, em que
eles maliciosamente tentam imputar a inexistência da divina maternidade.
Usam São Mateus
nos versículos 47 a 50 do capítulo 12: “Tua mãe e
teus irmãos estão ali fora, e procuram-te. Ele, porém, respondendo ao que lhe
falava, disse-lhe: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, estendendo a mão
para seus discípulos disse: Eis minha mãe e meus irmãos. Porque todo aquele que
fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão e irmã e mãe”.
Mas desconhecem, os hereges, a verdadeira Religião e a interpretação
das Escrituras, que em São Lucas, versículo 38 do primeiro
capítulo, contextua com o capítulo 12, 47-50 de São Mateus, em que Nossa Senhora responde ao Arcanjo: “Então disse Maria: Eis aqui a
escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo afastou-se
dela”. Ora, respondeu Jesus: “todo aquele que fizer a vontade de meu Pai” e
Maria fez a vontade do Pai.
Novamente, a
impiedade dos hereges apresenta, quando eles para atacarem a Mãe de Nosso
Senhor, usam de forma maldosa as Escrituras, apontando erradamente, com as suas
interpretações diabólicas, dizendo que Maria não é Mãe de Deus. Em São Lucas
Capítulo 11, versículos 27 e 28: “E aconteceu, que enquanto ele dizia estas
palavras, uma mulher, levantando a voz do meio da multidão, disse-lhe: Bem-aventurado
o ventre que te trouxe, e os peitos a que fostes amamentado. Mas ele disse:
Antes bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus, e a põem em prática” e São Lucas 2, 19 “Maria
conservava todas estas coisas, meditando-as no seu coração”.
Bendita é a Virgem,
mais Bendito ainda é o fruto do seu ventre.
Fontes:
Comentário à
Ave-Maria – São Tomás de Aquino;
Bíblia Sagrada
– Padre Matos Soares, 1961;
Catecismo de
Adulto, aula 20 – Padre Daniel Pinheiro;
Lutero e o
Protestantismo: Solus Christus – Prof. Bruno Silveira
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