Em 1148 na aldeia toscana de Chiusdino, hoje Siena, na península itálica, nascia Galgano Guidotti, filho de Guido ou Guidotti e Dionísia, seus pais, eram da pequena nobreza da cidade e como a maioria dos europeus da época, eram católicos.
O jovem Galgano ficou órfão de pai quando ainda bem jovem, recebeu educação católica da mãe, devota de São Miguel Arcanjo, procurou levar o filho a mesma devoção. Tornou-se cavaleiro, abandonando a religiosidade que a mãe lhe guiara, optou por dedicação aos prazeres mundanos, aos vícios, uma má vida, mergulhado na luxúria, na violência e na desordem.
Totalmente envolto nos prazeres e ideais de Satanás, um dia, como foi relatado por sua mãe Dionísia, o cavaleiro Galgano teve duas visões do príncipe dos exércitos celestes, na primeira visão o Arcanjo teria dito a Galgano que ele seria protegido pelo próprio e na segunda visão, quando chegando a Montesiepi, teria encontrado com Jesus Cristo e os doze apóstolos, que pediram para abandonar as coisas mundanas. O extraordinário foi o que aconteceu depois da última visão, seguindo com sua montaria, por duas vezes o cavalo recusou seguir a condução de Galgano o levando ao local que vira nas visões.
Do segundo relato a duas versões distintas, mas com o mesmo desfecho. No primeiro após ouvir a voz, que além exortar para que convertesse, lhe pedia que construísse uma capela no local, Galgano teria ajoelhado e com a falta de uma cruz, teria marcado o lugar com sua espada, que enfiou em uma pedra. Na outra versão, a mais conhecida, se mostrava com um coração duro e no dia de Natal do ano 1180, após ouvir a voz, que seria de São Miguel Arcanjo, para que deixasse seus hábitos mundanos e a má vida que levava, teria zombado e dito com sarcasmo e ironia que, a sua conversão "seria tão fácil como sua espada penetrar na pedra que estava na sua frente, do que ele abandonar a vida de prazeres e dedicar-se a Deus". Pegando a sua espada desferiu um golpe com ela enfiando-a na pedra, entrando como uma faca na manteiga e o cavaleiro não conseguiu retirá-la, desde então nunca mais a espada saiu da rocha.
Independentemente de como teria ocorrido, a partir do fato, Galgano se converteu, vendeu tudo o que tinha e se retirou para aquele local, vivendo como eremita por onze meses, jejuando e fazendo penitências. Sua mãe fez uma tentativa para ter o filho de volta ao lar, propondo que se casasse com uma bela jovem de família rica, mas ao invés de casar-se, a jovem foi convertida, voltando para a vida religiosa e com a ajuda do bispo do local fundou um convento em torno da pedra com a espada fincada, e o povo chamou de Abadia Rotonda, "Redonda".
Galgano seguiu em peregrinação a Roma e ao retornar ingressou na Abadia "Redonda" como irmão oblato, vivendo na oração e penitência. Monges cistercienses, colocaram a abadia sob as regras da Ordem.
Morreu em 30 de novembro de 1181, aos trinta e três anos de idade, e foi sepultado ao lado da espada fincada na rocha, no centro da igreja da Abadia "Redonda", que tornou local de peregrinações.
Há relatos que contam que um homem tentou certa vez matar São Galgano, protegido por lobos, que arrancaram os braços do assassino e tais braços foram mumificados e ainda podem ser vistos no local em que a espada se encontra na pedra.
Muitos tentaram arrancar a espada, a primeira de que há notícias foram de três monges que movidos pela inveja, na ausência do santo, tentaram em vão remover o objeto, conseguindo apenas quebrar o cabo da espada. Ao serem descoberto os monges saíram em fuga, tendo um deles morto ao ser atingido por um raio, outro afogou no rio durante a fuga e o terceiro atacado por lobos selvagens conseguiu se salvar invocando o nome de São Galgano.
Galgano ao deparar com a espada partida, se encheu de culpa pelo acontecido, mas movido por Deus recolocou o cabo sobre a lâmina e miraculosamente se fundiram novamente.
No ano de 1924, devido a crescente fama da espada e muitos peregrinos que seguiam a Basílica Rotonda de Montesiepi, tentavam arrancá-la da pedra. Um pároco, temendo que ocorresse um dano ou que ela fosse roubada colocou chumbo no buraco da rocha. Em 1960 um vândalo quebrou a espada, sendo remontada, derramaram chumbo no buraco da rocha, soldando a lâmina e colocando uma cúpula de acrílico.
Ocorre que, mesmo com os relatos e provas dos ocorridos, o mundo humanista, racionalista e materialista não acredita na história, em fatos passados, duvidando da autenticidade da espada sendo então realizada pesquisas pelos especialistas italianos Luigi Garlaschelli e Maurizio Calì que comprovaram a autenticidade da espada, que tanto o metal, de fora e de dentro da rocha, são os mesmos e as mãos dos assassinos mumificadas, como a espada, remontam ao século XII, ou seja, são compatíveis com o período de vida de São Galgano Guidotti.
No final do século XIV a Abadia foi saqueada, o lugar foi destruído por mercenários e os monges foram transferidos para Siena, em 1786 um raio atingiu o seu campanário, que caiu sobre o teto. Em 1989 as relíquias de São Galgano foram roubadas da Basílica de Siena onde repousavam, em 2021 foram recuperadas.
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