“Eu Sou Aquele Que Sou”, Ex 3,14.
O que é Deus? Deus é um espírito eterno, infinitamente “perfeito”, Criador e Senhor de todas as coisas.
Deus “existe” verdadeiramente? Nós cremos porque o próprio Deus se revelou. Nós sabemos por que nos podemos demonstrar. Artigo de fé: A “existência” de Deus é demonstrável pela razão. Deus não tem causa alguma, não provém de nada. “Deus é” não trata da existência de Deus, mas do ser de Deus. Todas as criaturas causadas por Deus existem, Deus não existe, Deus É. “Aquele Que É”, Ex 3,14.
Deus revela a si mesmo? Se Deus não revelasse a Sua “existência”, muitos poucos a alcançariam.
Deus é evidente por si mesmo? A felicidade do homem naturalmente é encontrar Deus. Alguns tem o seu fim em algo diverso, em deuses estranhos, em qualquer “ídolo” ou coisa que julga ser um bem dificultando, assim, a evidência da “existência” do Deus verdadeiro para todos. Já que a Verdade é conhecida por si, para alguns ela é aquilo que ele crê, que acha que é, mas que não é. Deus é evidente por si mesmo, o que não é conclusivo, pois se assim o fosse não haveria ateus. Portanto Deus não é evidente ao menos para todos, mas para alguns O é.
Deus é demonstrável? A existência de Deus é demonstrável pelos efeitos que dela conhecemos.
“O Senhor, que criou os céus, o mesmo Deus que formou a terra, e a fez, que a dispôs e que não a criou em vão, mas que a formou para que fosse habitada”, Is 45,18
Santo Tomás de Aquino apresenta cinco vias que dão acesso à prova da “existência” de Deus. Por diferentes caminhos, os argumentos apresentados com grandeza e coerências racionais, o Doutor Angélico explica como algo concreto e verificável. As cinco vias podem ser conhecidas na Suma Teológica q2 a3 da Iª Parte: 1ª Via do movimento; 2ª Via da causalidade; 3ª Via da contingência; 4ª Via dos graus de perfeição e 5ª Via do governo do mundo, da qual vamos tratar.
A Quinta Via: A finalidade do homem é Deus, tudo o que ele faz tem por finalidade um fim último, e este fim é Deus. Porém, para pessoas descrentes o seu fim é outro, outro deus, uma divindade qualquer, um objeto. Busca realizar-se nas coisas do mundo, atingir uma falsa felicidade, um engodo, uma aparente realização com as coisas terrenas.
Santo Tomás comenta: Como os corpos naturais, que carecem de conhecimento, operam em vista de um fim; o que se conclui de operaram sempre ou frequentemente do mesmo modo, para conseguirem o que é ótimo.
As coisas não inteligentes agem em busca de um fim para o equilíbrio da natureza, cada coisa faz e tem uma função específica, ordenada, não é desordenada.
Os seres sem conhecimento não tendem ao fim sem serem dirigidos por um ente conhecedor e inteligente. Então quem é esse ente que ordena tudo dirigindo os seres sem inteligência? É um ser supremo, reponde o Aquinate, que está além de tudo, regendo o universo, pelo qual todas as coisas se ordenam ao fim, é a que chamamos Deus.
Vejamos o exemplo do salmão, que sai do rio vai para o mar e depois volta para o mesmo rio em que nasceram para desovarem e no seu trajeto sofre ataques de ursos que sabem onde eles passam e quando eles passam; as tartarugas marinhas que nascem vão para o mar e depois de acasalarem a fêmea retorna a mesma praia para por seus ovos e seus filhotes assim que nascem vão para o mar; as borboletas, que de lagartas se transformam em seres alados, percorrem milhares de quilômetros; certos pássaros que migram em determinadas épocas do ano, que em seu voo, na sua formação aerodinâmica, os de trás incentivam os da frente e o primeiro quando cansa vai para o fim do bando; ou ainda as formigas chamadas cortadeiras, que realizam o trabalho de cortar, transportar e armazenar as folhagens, cultivando-as, para que sirvam de adubos ou alimentos para o fungo que é o seu alimento; e até mesmo a estruturas do próprio formigueiro.
“Se o relógio indica a existência do relojoeiro, se o palácio anuncia o arquiteto, como poderia o universo não demonstrar a inteligência suprema? Que planta, que animal, que elemento, que astro, não traz a marca daquele a quem Platão chamava o eterno geômetra?... Provas contra a existência de uma inteligência suprema nunca ninguém as deu”. Voltaire
O universo
Astrônomos estimam que o diâmetro do universo conhecido, que pode ser observado, é de mais de 90 bilhões de anos-luz ou mais de 800 bilhões de trilhões de quilômetros, de uma ponta a outra. Contém, aproximadamente 170 bilhões de galáxias, quantidade de estrelas e planetas superam, em número, todos os grãos de areia em todas as praias do mundo e dentro deste oceano cósmico há uma esfera minúscula, se comparada com a imensidão do universo, formada de água e rochas, localizada em um sistema planetário de uma galáxia espiral e lar para mais de oito milhões de espécies de organismos vivos.
Mas o que teria proporcionado o surgimento desses milhões de espécies, no terceiro planeta de uma estrela, orbitando em um dos braços espirais da galáxia Via Láctea? Foi simplesmente um golpe de sorte, um acaso? Ou haveriam mais aspectos envolvidos, além do acaso e das interações aleatórias entre matéria e energia? Como a primeira vida passou a existir em um momento em que não havia de nenhum tipo? Como surgiu a vida na Terra?
“Louvem o nome do Senhor, porque ele ordenou e foram criados, e estabeleceu-as para sempre e pelos séculos: fixou-lhes uma lei que não passará” Sl 148, 5 e 6.
O universo tem vários elementos que tem só nota de previsibilidade, de constância, a velocidade da luz e a gravidade como exemplos e eventos comuns, estrelas surgindo, outras explodindo, planetas que giram em volta de uma estrela etc., mas tudo com uma periodicidade, com uma ordem. Ordem em grego é cosmos, em latim é mundo e conforme Santo Tomás de Aquino é a exata disposição das coisas a seus fins.
Nas alegações ateístas, materialistas, o universo teria surgido ao acaso, alegação absurda e insana. Acaso seria choques aleatórios, o resultado acidental, um acontecimento imprevisto, acidente, causa fictícia subordinada à lei das probabilidades e assim teriam gerado o universo em um espaço muitíssimo grande de choques aleatórios. O acaso seria a causa eficiente da ordem ou a desordem seria a ordem ou a ordem a desordem.
“Porque em verdade vos digo que, enquanto não passar o céu e a terra, não desaparecerá da lei um só jota ou um ápice, sem que tudo seja cumprido”, Mt 5,18.
A Terra
A Terra é um planeta de composição rochosa, chamado telúrico, sendo composto basicamente de ferro (32,1%); oxigênio (30,1%); silício (15,1%); magnésio (13,9%); enxofre (2,9%); níquel (1,8%); cálcio (1,5%); alumínio (1,4%); outros 100 elementos resultante em aproximadamente 1,2%.
O nosso clima e a nossa geografia suportam a biosfera, que é única no universo, possuindo vida em toda sua superfície, desde as extremidades geladas dos polos, no escaldante desertos e até nas profundas trevas das fossas oceânicas.
Possui 12.756,2 Km de diâmetro na linha do equador, nos polos o diâmetro é 43 Km menor; tem um área 510.072.000 Km2; um volume de 1,08321×1012 Km3; uma massa de 5,9736×1024 Kg. A temperatura de seu núcleo, localizado de 2.900 a 6.700 km da superfície, é de aproximadamente 6.000ºC. Está distante aproximadamente 149 milhões de quilômetros do sol, a velocidade da órbita ao redor da estrela, chamada translação, é de aproximadamente 108 mil km/h, a revolução completa dura 365 dias, 5 horas e 47 minutos equivale a um ano de 365 dias, o tempo que sobra é aumentado em um dia a cada 04 anos. O giro da Terra em torno de seu próprio eixo ou rotação, dura 23 horas, 56 minutos, 4 segundos e 9 centésimos e cada giro equivale a um dia.
Tem uma inclinação em seu eixo de 23º, sem a qual não haveria as quatro estações, sem as estações os polos estariam num eterno crepúsculo e o vapor das águas dos oceanos seriam levadas aos polos, congelando, avançando e formando imensos continentes de gelo, deixando a parte da terra deserta, os oceanos desapareceriam, as chuvas cessariam e a rotação da terra mudaria drasticamente e não seria possível a vida no planeta e se houvesse morreria.
Possui um satélite natural, a Lua, que está a aproximadamente 384.400 km. Se estivesse mais próxima provocaria marés enormes que fluiriam sobre as planícies, provocando erosões nas montanhas e com os continentes nivelados, devido as erosões, as águas avançariam por cerca de 2.400km, inundando grandes porções de terra, eliminando a maioria dos países e alagando grandes partes dos continentes, o Brasil, como conhecemos, não existiria.
A superfície terrestre varia entre os cerca de 8.850 metros de altura do pico do Monte Everest aos 11.000 metros negativos da Fossa das Marianas no Oceano Pacífico. Sem água o ponto mais alto do planeta teria 20.000 metros aproximadamente, em Marte o seu monte chamado de Olimpo, tem mais de 27.000 km de altura, e lhe é atribuído como o mais alto do sistema solar.
A Terra é o único planeta conhecido com grandes porções de água na forma líquida, aproximadamente 70% de sua superfície é coberta por ela. Os planetas conhecidos que contém “água”, a possui em forma de vapor flutuante na superfície. Há os que apresentam evidências da existência de uma forma líquida ou sólida como gelo, mas não são similares ou iguais as da Terra, não existe em nenhum local conhecido água igual a terrestre.
Nos planetas Urano e Netuno, planetas gasosos, diferente da Terra que é rochoso, os oceanos líquidos abaixo da crosta é uma mistura de alta densidade de amônia e outras substâncias; nos lagos do satélite Titã de Saturno a "água" são hidrocarbonetos líquidos; em Encélado, outro satélite de Saturno e em Europa, Ganímedes e Calixto, estas de Júpiter, possuem oceanos muito densos, um tipo de substância água-amoníaca. Alguns elementos voláteis se transformam em líquidos quando a temperatura e pressão permitem, assim elementos como amônia, argônio, dissulfeto de carbono, etano, metano, ácido sulfúrico etc., são vistos constantemente liquefeitos em observações astronômicas, sugerindo que em outros planetas há mares ou grandes concentrações de "água", mas não é, são substâncias aquosas formadas por outros elementos diferentes do hidrogênio e oxigênio, H2O.
A água, como temos em nosso planeta, é o único elemento que absorve grande quantidade de calor dez vezes mais rápido que metal, sem alterar sua temperatura. Durante o dia, as grandes massas de águas, mares e oceanos, captam parte do calor, possibilitando uma temperatura relativamente baixa e durante a noite o calor é liberado pela água, impedindo que as noites sejam muito frias. Se a quantidade da água existente no planeta fosse menor, as variações das temperaturas seriam extremas, durante o dia um calor que poderia ferver a água e a noite a congelaria. Já uma quantidade maior causaria congelamento nos fundos dos oceanos, que com o passar do tempo aumentaria o gelo, impossibilitando a vida marinha e se existisse seria extinta.
As grandes massas geladas que são formadas nos oceanos, nos polos, permanecem na superfície onde a luz solar as derretem no verão, que é aquecida descendo e no fundo aquece a fria e o processo de derreter, esquentar, descer e aquecer produz as correntes oceânicas, possibilitando a vida marinha, as navegações e a pesca.
Quanto ao ar, depois de aquecido sobe e o que está próximo da superfície aquece, devido a energia solar, mantendo em uma temperatura ideal para a existência da vida. Se a temperatura do ar subisse em uma variação de até 4º C, a superfície seria insuportavelmente quente, enquanto a poucas centenas de metros acima seria extremamente fria, impossibilitando a existência de vida. Plantas e árvores não existiriam, como também pássaros e insetos.
O ar quente da superfície sobe e nesse movimento cria as correntes de ar, produzindo os ventos, que carregam o dióxido de carbono, de onde é produzido, como nas cidades e, com esse movimento, conduz oxigênio para os mesmos locais, fazendo uma troca.
A mistura de gases normalmente encontrados na atmosfera, possibilita a vida. Se fosse mais oxigênio, menos dióxido de carbono, mais ou menos pressão atmosférica, uma temperatura de dois graus diferentes, para mais ou para menos, o tamanho do planeta maior ou menor, a pressão atmosférica um pouco além do que é, a distância para o Sol não fosse a que é, a possibilidade de vida seria pequena e seres inteligentes não existiriam e ainda, com uma atmosfera mais fina, milhões de meteoros passariam, não sendo incinerados, atingiriam a superfície causando mortes e destruições.
Observando pouco mais de 4.000 m² de solo, com cerca de 15 cm de profundidade, encontraremos toneladas de fungos, mais de 90 toneladas de protozoários unicelulares, quase 50 toneladas de fermento e a mesma quantidade de algas.
Como é então possível que o universo seja formado ao acaso? Como é explicado a origem da vida na Terra? Como choques aleatórios na absoluta desordem poderiam ordenar o universo e a biodiversidade na Terra?
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