"Um dia, na Place Royal, ouviu um oficial blasfemar o santo Nome de Deus. Dirigiu-se a ele energicamente, tratou-o de desgraçado, embora ele estivesse com outros oficiais, e incutiu-lhe um tal temor, que o obrigou a imediatamente pedir perdão a Deus e a beijar a terra. O episódio vos pareceria incrível se tivésseis conhecido o oficial" (p. 135).
Durante uma missão em Nantes, penetra em um botequim mal afamado e "para mostrar de quem é lugar-tenente, o padre põe-se de joelhos no meio da malta frenética e reza uma Ave-Maria. Depois, levantando-se, toma os instrumentos de música, quebra-os contra o chão, derruba as mesas, em uma confusão geral de copos e garrafas. O estupor é geral. Alguns resistem e desembainham a espada. Com um gesto trágico, o Santo avança diretamente para eles, o terço em uma das mãos e o crucifixo na outra. Um resto de fé faz recuar esses infelizes e, apavorados por uma tal visão, fogem seguidos de todo o bando"
(p. 223).
"Em Saint-Pompain havia o mau hábito de realizar feiras [festivas] aos domingos (...). Montfort (...) organizou uma procissão guerreira, e, entoando cânticos, as crianças, as virgens, os penitentes, todos os fiéis, se lançaram ao assalto das prateleiras dos mercadores e da comédia dos dançarinos. Desconcertado, o inimigo fugiu. O padre de Montfort teria composto um cântico que recorda esse fato" (p. 355).
Em Roussay, "durante o sermão contra a intemperança, tão grande era a algazarra no albergue vizinho, que o missionário, descendo do púlpito, para lá se dirige incontinenti. Imitando o gesto de Jesus no Templo de Jerusalém, derruba as mesas, atropela os circunstantes que fogem. Dois homens tentam resistir, mas o Santo, que com toda a facilidade punha uma barrica cheia sobre os joelhos, agarra-os com vigor, empurra-os para fora, ameaçando-os com uma punição mais severa se reincidissem" (p. 278).
"A missão [de La Chère] continuava. Novo Vicente Ferrer, Montfort semeia prodígios. Desgraçado de quem lhe resiste: é punido imediatamente. A doença e a saúde estão em suas mãos" (p. 187).
Em Saint-Christophe, o casal Tangaran destrata o Santo, que os incitava a restituir certos bens alheios: "Então o homem de Deus deu-lhes a lição merecida.- 'Ambos estais apegados aos bens da terra e desprezais os do céu. Vossos filhos não terão êxito na vida, nem deixarão posteridade; caireis na miséria e não tereis sequer com que pagar vosso enterro'. - 'Ora, retrucou a mulher, sempre nos ficarão algumas moedas para o dobre de finados'. - 'E eu vos digo, respondeu o Santo, que não sereis honrados com o toque de sinos em vosso enterro'. A profecia se realizou ao pé da letra. Os dois filhos dos Tangaran, ambos casados, não deixarão posteridade. Crivados de dívidas, Tangaran e sua mulher morreram em uma quinta-feira santa: ela em 1730, ele em 1738; e os dois foram sepultados numa sexta-feira santa, único dia do ano em que os sinos não tocam" (p. 270).
Na missão de Esnandes, no momento de ser implantada a Cruz, marinheiros faziam festa numa hospedaria vizinha. "O Santo procurou apelar para a consciência do dono do albergue: trabalho perdido. Então, dominado por uma emoção sobrenatural, disse em tom profético a esse ímpio: 'Infeliz! Tu perecerás miseravelmente, tu e toda a tua família'". A profecia se cumpriu a tal ponto, que a casa passou a ser conhecida como o 'Albergue da Maldição', e quando "ruiu, mandou-se benzer a nova construção para afastar a maldição do servo de Deus" (p. 273).
(Padre Louis Le Crom, Um Apôtre Marial - Saint Louis-Marie Grignion de Montfort, Ed. Librairie Mariale, Pont-Chateau, s. d.)
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